Maicon Roberto Poli de Aguiar

COREIA DO NORTE X ESTADOS UNIDOS: DIÁLOGOS A PARTIR DO CINEMA E DAS REDES SOCIAIS

Informação e opinião não são sinônimos de conhecimento. Essa frase encaixa-se de madeira bastante contundente no contexto em que estamos inseridos, quando do uso das mais diversas linguagens midiáticas como jornal, revista, rádio, cinema, televisão e, em especial, a internet através dos sítios eletrônicos e das redes sociais que perpassam cada vez mais o cotidiano das pessoas, seja numa função atrelada à profissão exercida ou simplesmente ao lazer.A informação que nos chega acerca de qualquer temática, a partir desses veículos de comunicação não é um dado pronto, mas um discurso construído num diálogo constante com inúmeros interesses, valores e conceitos.

Segundo pesquisa divulgada em janeiro desse ano pelo IBGE, mas com dados de 2016, 64,7% da população brasileira tem acesso à internet (Gomes, 2018). Dentro desse montante, 94,2% trocaram mensagens de textos, de voz ou imagens por aplicativos e redes socais como Whatsapp e Facebook respectivamente (Bôas, 2018). Esse dado aponta um diagnóstico importante: muito das informações de cunho jornalístico que se produz diariamente é reproduzido a partir de compartilhamentos realizados através das redes sociais. Funcionando como uma corrente, nem sempre esses materiais são lidos em sua íntegra e/ou perpassam a análise de outras fontes para se evitar as chamadas “Fake News”, que consistem em publicações de notícias falsas voltadas ao compartilhamento de informações que, em tempos de disputas político-ideológicas acirradas como no Brasil de hoje, servem para somar seguidores e fragilizar posicionamentos contrários. A preocupação com relação a esses dois quesitos é muito significativa entre os professores, em especial da área das ciências humanas, que dentro do contexto atual precisam agir com enorme paciência e destreza para desconstruir informações falsas e romper com o relativismo que alguns estudantes apontam ao confundirem opinião com informação, muitas vezes alimentada por fontes sem amparo metodológico-científico.

As redes sociais e o cinema são importantes veículos para divulgação e debate de eventos históricos, bem como conceitos que perpassam o nosso cotidiano, mas precisam ser analisados dentro de seus contextos, de maneira apropriada e compreendidos como a representação de uma intencionalidade, não meras informações pensadas de forma neutra.

Com esses conceitos previamente debatidos em sala, setenta e dois estudantes de duas turmas do terceiro ano do ensino médio da EEM Professora Elza Henriqueta Techentin Pacheco, localizada em Blumenau/SC, desenvolveram um conjunto de atividades atreladas ao projeto intitulado “Análise Temática”, o qual tem como principal objetivo a investigação historiográfica, com maior profundidade, de algum assunto com relevância no contexto escolar atual, que por conta das mídias sociais ou televisivas tenha levantado questionamentos entre o corpo estudantil e que, portanto, instigue uma compreensão melhor para além da superficialidade comumente percebida nos noticiários dos canais de televisão e em alguns materiais (textos, charges, memes, etc.) compartilhados nas redes sociais tais como facebook, twitter e instagram.

A primeira temática selecionada para o desenvolvimento dos trabalhos foram as relações de enfrentamento entre os Estados Unidos da América e a Coreia do Norte, em especial, através dos discursos oficiais publicados por seus governantes, respectivamente, o presidente Donald Trump e o líder Kim Jong-un. Compreendemos a importância pelo debate da referida temática, uma vez que muitos eram os noticiários que diariamente registravam as ameaças empreendidas entre ambos os governantes, que de alguma maneira chegavam ao debate nas redes sociais e, evidentemente, nas salas de aula, mas desprovidos de um conhecimento adequado acerca de todo o processo, o que acabava gerando comentários carregados de estereótipos principalmente relacionados à Coreia do Norte e à figura de seu líder, atrelando o mesmo ao terrorismo; e, por parte de alguns estudantes, discursos de idolatria pelo presidente estadunidense e sua suposta “valentia” em fazer valer o uso da força e de ameaças de guerra frente ao país asiático.

O conjunto de atividades que foi planejado partiu de um questionário aplicado aos estudantes, a fim de identificar os conhecimentos trazidos pelos mesmos acerca da temática selecionada. Dos setenta e dois estudantes entrevistados, com idades entre dezesseis e vinte anos, apenas doze acompanham algum jornal televisivo diariamente, já que são estudantes do período noturno, sendo a maioria trabalhadores (ou postulantes) durante o período diurno. Quanto ao acompanhamento de notícias através das redes sociais, sessenta e oito estudantes afirmaram acessar diariamente as redes sociais para este fim, principalmente tendo acesso aos portais G1, Estadão, BBC News e El País. Vale ressaltar que muitos acessam os portais acima mencionados em virtude de uma atividade pedagógica realizada bimestralmente na disciplina de História, a qual se solicita a apuração de reportagens acerca das temáticas em debate na sala de aula.

Numa pergunta de caráter mais histórico, visto que trata-se de uma temática comumente estudada no nono ano do ensino fundamental e, debatida novamente no último ano do ensino médio, portanto, um dos assuntos que eles possuíam no quadro programático para o ano letivo em que se encontravam, questionou-se acerca da Guerra da Coreia, evento que legitimou a separação da península coreana em duas nações, a partir do paralelo 38º, dentro do contexto da Guerra Fria – fundamentada nos embates entre os blocos socialista, liderado pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e capitalista, capitaneado pelos Estados Unidos da América (EUA). Sessenta e um estudantes responderam que não lembravam ou não estudaram até então o referido conteúdo. Dois estudantes fizeram relatos errôneos sobre a temática e apenas nove estudantes souberam afirmar algumas informações acerca do referido conflito.

Questionados sobre os conteúdos lidos nas redes sociais ou vistos em telejornais, dezoito estudantes já tinham lido alguma notícia ou informação acerca da temática em foco, mas apenas seis desses fizeram alguma investigação mais aprofundada, com a leitura em outras fontes, sobre os embates entre os governantes dos dois países a fim de compreender melhor a situação que os envolvia, muito pela curiosidade acerca de uma possível guerra nuclear entre os antagonistas. Além disso, vale registrar que quatorze estudantes afirmaram não ter nenhum conhecimento sobre a temática.

Tendo como base apenas aqueles que apontaram ter lido pelo menos alguma informação acerca da temática em debate, os mesmos apontaram críticas ao líder norte-coreano por desenvolver um governo ditatorial em seu país, focando muito no militarismo – executando e torturando opositores, bem como realizando testes militares contra a vizinha do Sul –, na imposição de uma prática machista sobre as mulheres e na conivência com atos terroristas. Nove destes assinalaram que concordam com as atitudes do presidente Donald Trump – criticando a passividade e a má escolha pela negociação realizada pelo presidente estadunidense anterior Barack Obama –, entendendo que a única maneira de fazer valer o suposto objetivo de impedir o ataque nuclear da Coreia do Norte seria através do uso da força militar estadunidense, invadindo ou até mesmo bombardeando à distância o país asiático, se o mesmo continuasse a se recusar em parar a fabricação e consequentemente os testes que estava realizando na península.Por outro lado, apenas três dos entrevistados, conferiram críticas ao presidente estadunidense, atreladas principalmente ao incentivo à guerra e à arrogância do mesmo e de seu país frente não só à Coreia do Norte, mas as demais nações do mundo. Os mesmos relataram outros exemplos dos atos intolerantes de Trump, como a tentativa de construção de um muro separando os Estados Unidos do México e o impedimento da entrada de imigrantes de países de maioria muçulmana nos Estados Unidos.

Com esse diagnóstico primário em mãos, a segunda etapa da atividade consistiu no levantamento historiográfico de fontes textuais acadêmicas sobre a península coreana, dentro de um recorte estipulado entre a ocupação japonesa na década de 1930, pré-Segunda Guerra Mundial, até os dias de hoje. Através do levantamento realizado, os estudantes, divididos em grupos, realizaram o fichamento de três títulos de livre escolha, como parâmetro para a realização de um debate acerca desse primeiro recorte acerca da temática. Os textos selecionados versaram principalmente sobre os conflitos ocorridos ao longo da Guerra da Coreia (1950-1953), das divergências políticas e ideológicas dentro do contexto da Guerra Fria (1945-1991) e dos embates com os agentes externos. Com base nesse levantamento constatou-se que a península coreana representa uma série de questões herdadas da Guerra Fria, incluindo a separação de Estados, a disputa por limites territoriais, bem como outras questões que remontam à conflitos desde o final do século XIX e início do século XX. Como afirma Henrique Altamani de Oliveira: “De um lado, uma inimizade histórica tanto com a China quanto com o Japão e, de outro, sua divisão em dois Estados, dentro da lógica da Guerra Fria e a permanência de um conflito ainda com características políticas e ideológicas” (Oliveira, 2005).

O desenvolvimento dessa primeira pesquisa, fichamento e debate permitiu aos estudantes uma compreensão melhor acerca do contexto de formação das múltiplas identidades dentro da península coreana, ainda que mascaradas pela dicotomia imposta pela separação decorrente dos interesses dos Estados Unidos e da URSS frente aos territórios ocupados dentro do contexto da Guerra Fria. Esse aporte histórico dos conflitos entre as duas nações coreanas, possibilitou compreender, em parte, as diferenças que se formaram entre as mesmas em virtude das configurações distintas de políticas governamentais ao longo dos anos, ao mesmo tempo que se caracterizou os embates bélicos entre as duas nações, envolvendo principalmente os interesses externos.

Num terceiro ato do projeto, em conjunto as turmas assistiram ao filme “Zona de Risco”. O filme aborda a investigação do assassinato de soldados de ambos os países nos arredores da Zona Desmilitarizada da Coreia. A partir dessa premissa, intercalando imagens que vão montando aos poucos os eventos que culminaram no crime investigado, o diretor sul-coreano Park Chan-wook dialoga acercado relacionamento entre as populações dos dois países, levantando questionamentos sobre a real existência de um espírito de inimizade e/ou rivalidade entre os mesmos, buscando ao mesmo tempo apontar para os vários traços que muito aproximam essas populações do que aparentemente as separam. Com a decoupagem de algumas cenas realizada pelos próprios grupos de estudantes, os mesmos apontaram características que eram comuns entre os personagens representantes de ambas as Coreias: solidariedade, companheirismo, patriotismo e medo do outro lado. O debate acerca do filme combinado com as discussões realizadas sobre os conflitos entre os dois países ao longo da segunda metade do século XX em diante, permitiu aos estudantes compreenderem o quanto a interferência de interesses externos na península é fato determinante para a continuidade dos conflitos que assolam ambos os países. Muito dessa interferência está atrelada aos Estados Unidos, que com o fim da Guerra Fria passou a refletir “sobre suas prioridades e estratégias globais, repensando sua Política de Segurança Nacional” (Pessoa, 2013).

Dada a análise de todo esse corpo teórico que dialogamos até o debate entorno do filme acima citado, passamos para a investigação das notícias compartilhadas através das redes sociais, especialmente a plataforma Facebook, fazendo uso principalmente de materiais imagéticos tais como memes, charges, tirinhas, mas também incluindo as reportagens, quando a eles atrelados. Dentre os materiais coletados pelos grupos de estudantes selecionamos os três abaixo para o registro nesse artigo da análise e do debate realizado em sala. É importante ressaltar que a busca pelos materiais se deu exclusivamente na linha do tempo (discussão) que os estudantes encontraram nas redes sociais, não se utilizando daqueles que não perpassaram compartilhamento nas mesmas.

In: knightsofrevolution.blogspot.com, 2013.

Na imagem acima, é possível perceber uma crítica à política norte-americana de desenvolvimento de armas nucleares. Nela um general do exército coreano afirma para o líder do país Kim Jong-un, que a maior “diversão” de seu pai Kim Jong-il era “brincar” de atacar mísseis nucleares. A partir da análise da referida charge os estudantes foram instigados a analisarem os investimentos em programas nucleares desenvolvidos pelos dois países. Assim, com base em reportagem divulgada pela revista exame em 2016, com dados levantados em 2013 sobre os vinte países que mais possuem gastos militares, os “Estados Unidos estão em primeiro lugar e gastam mais do que os outros nove primeiros países juntos” (Dearo, 2016). Enquanto os Estados Unidos investiram US$ 682 bilhões, já a Coreia do Norte, tinha investido US$ 80 bilhões segundo a organização internacional Global Security (CERVONE, 2013). Deve-se levar em conta que o montante despendido pela Coreia do Norte representava cerca de 25% do PIB do país, mas em valores absolutos e identificando-se o histórico dos conflitos armados no mundo torna-se perceptível o quanto o envolvimento estadunidense é muito superior ao país asiático.

In: humorpolítico.com.br, 2018.

Já na charge acima, os dois governantes são apresentados como dançarinos que estão pisando sobre ovos, enquanto disputam quem conduz os passos. A análise da mesma permitiu aos estudantes questionarem o impacto que uma guerra nuclear poderia ter sobre não só os dois países envolvidos, mas o planeta como um todo. Ficou evidente, visto as pesquisas realizadas anteriormente quanto ao histórico dos conflitos entre as Coreias em meio à Guerra Fria, o quanto a chamada “Corrida Armamentista” já apontava para um cenário apocalíptico na ocorrência de uma guerra nuclear, já se tratando do contexto da Crise dos Mísseis em Cuba no início da década de 1960.

Na última charge, abaixo, selecionada para análise, o chargista construiu uma crítica às disputas acerca do poderio militar de ambos os países, associando os mesmos às figuras de seus governantes tentando disputar qual teria o maior órgão sexual masculino. A mesma foi facilmente associada pelos estudantes à declaração que o presidente estadunidense Donald Trump publicou no seu perfil da plataforma Twitter, em que afirmou:

“O líder norte-coreano Kim Jong-un recém afirmou que o ‘Botão Nuclear está na sua mesa todo o tempo’. Poderia alguém do empobrecido e faminto regime dele, avisar por favor que eu também tenho um Botão Nuclear, mas é muito maior e mais poderoso do que o dele e, meu botão funciona” (Pleasance, 2018).

In: humorpolitico.com.br, 2017

De um modo geral, a análise das charges somada às atividades de pesquisa de materiais de cunho acadêmico e do filme “Zona de Risco”, contribuíram para que os estudantes pudessem superar a superficialidade dos discursos das redes sociais, podendo compreender melhor as raízes dos conflitos e as disputam estratégicas que existem sobre a região. O projeto ainda continua em curso, na qual estudaremos melhor as intervenções de outros países na região, o que nos possibilitará identificar melhor a política externa das grandes nações do mundo sobre os focos de conflitos armados que hoje diagnosticamos no continente asiático, bem como em outras partes do mundo, como em nossos vizinhos na América Latina. Dentro desse contexto é preciso acima de tudo contribuir na formação de estudantes críticos, que analisam fontes diversas, entrelaçando com os conceitos de alteridade e empatia, o que pode de alguma maneira contribuir para a formação de uma sociedade mais tolerante e passível de conviver em sua diversidade.

Referências
Mestre em Ensino de História (ProfHistória – UDESC). Graduado em História (FURB). Membro do Laboratório de Didático da História (LADIH/FURB) e do GT de Ensino de História (ANPUH/SC). Professor da EEM Professora Elza H. T. Pacheco (Blumenau/SC).
Mail: maicon_poly@yahoo.com.br

BÔAS, Bruno Villa. IBGE: 94,2% dos brasileiros usam internet para trocar textos e imagens. Disponível em: <https://www.valor.com.br/brasil/5337837/ibge-942-dos-brasileiros-usam-internet-para-trocar-textos-e-imagens>. Acesso em: 17 ago. 2018.
CERVONE, Fábio. Governo norte-coreano investe em armas e propaganda enquanto população sofre com a miséria. Disponível em: <https://noticias.r7.com/internacional/governo-norte-coreano-investe-em-armas-e-propaganda-enquanto-populacao-sofre-com-a-miseria-07042013>. Acesso em: 06 abr. 2018.
DEARO, Guilherme. Os 20 países com os maiores gastos militares do mundo. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/mundo/os-20-paises-com-os-maiores-gastos-militares-do-mundo/>. Acesso em: 06 abr. 2018.
GOMES, Helton Simões. Brasil tem 116 milhões de pessoas conectadas à internet, diz IBGE. Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/brasil-tem-116-milhoes-de-pessoas-conectadas-a-internet-diz-ibge.ghtml>. Acesso em: 17 ago. 2018.
OLIVEIRA, Henrique Altamani de. A Península Coreana: proposições para mudanças. Disponível em: <https://www.pucsp.br/geap/coordenador/peninsulacoreana.PDF>. Acesso em: 11 mar. 2018.
PESSOA, Emmanuelle Andrade. A Perspectiva Estratégico Militar Norte-Americana Para a Coreia do Norte: a questão do armamento nuclear. TCC. João Pessoa: UEPB, 2013.
PLEASANCE, Chris.Kim Jong-unsaysTrump'stweetabouthaving a bigger nuclear buttonisthe 'spasmof a lunatic' andthe 'barkof a rabiddog'. Disponível em: <http://www.dailymail.co.uk/news/article-5273853/North-Korea-scoffs-Trumps-nuclear-button-tweet.html>. Acesso em: 11 mar. 2018.
Zona de Risco. Park Chan-wook. Coreia do Sul. CJ Entertainment. Europa Filmes. 2000.

7 comentários:

  1. Olá. Achei muito interessante o relato de experiência. Ver tais situações nos encorajam a testar métodos e coisas diferentes em sala de aula. Você teria uma ideia de como conseguir retratar uma imersão (ou o mais próximo disso) na cultura oriental em sala de aula?

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    1. Oi Rafael. Obrigado pela leitura e pelo questionamento. Com base nas minhas leituras e nas experiências didáticas que já realizei, a maneira mais eficaz que encontrei foi através do conceito de empatia. Problematizar os filmes estadunidenses (uso, por exemplo, "Árabes Malvados, Filmes Ruins: como Hollywood vilificou um povo"), debater com fontes produzidas na região (filmes, HQs, etc.) e ficando no princípio da diversidade cultural, a partir do próprio exemplo da sala de aula, dialogando sobre o estereótipos presentes dentro das realidades dos estudantes. Penso que é isso. Abraço!

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  2. Parabéns pela excelente proposta, que leva os nossos alunos a realmente refletir sobre as problematizações da História que englobam este tema tão amplo, que nos remete a geopolítica.
    Muito pertinente justo numa época em que vemos crescer o clima de intolerância, radicalismo e incerteza perante o futuro.
    Caro professor, meu questionamento em relação a esta atividade se faz no sentindo de entender como ocorreu em sala de aula a desmistificação do regime norte coreano e também do socialismo, pois sabemos que a grande mídia e também as redes sociais expõem e tentam impor uma visão única da História. Você conseguiu desconstruir ou atenuar a visão "negativa" que faz parte do imaginário popular sobre a Coréia do Norte?
    Abraços.
    Wander da Silva Mendes

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    1. Oi Wander. Obrigado por sua leitura e questionamento. Você foi muito preciso em apontar o quão difícil é dialogar a ciência histórica dentro de um contexto onde muitos se colocam como enunciadores da verdade, bombardeando nosso imaginário de uma visão limitada, estereotipada e, portanto, preconceituosa sobre o outro, no caso, tanto os Estados Unidos quanto, em especial, a Coreia do Norte. A premissa do projeto desenvolvido partiu da compreensão dos conceitos para além da superficialidade das redes sociais. Autores foram trazidos para embasar as discussões. Um roteiro de questionamentos foi elaborado e delineado para evidenciar o quanto o senso comum, trazido por grande parte dos estudantes, não nos permite compreender o objeto de nosso debate. A partir disso, também tentamos desconstruir o maniqueísmo do bem x mal, questionando as ações arbitrárias de ambos os lados e o papel midiático nesse processo. Alguns estudantes de sensibilizaram com a discussão, outros ainda persistem nos estereótipos (uma perspectiva difícil de se desvinciliar), mas o saldo, penso, foi bem positivo. Espero ter respondido seu questionamento. Abraço!

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  3. Boa tarde, professor Maicon Roberto!!
    Achei seu texto muito interessante, você conseguiu dentro de um espaço tão curto, trabalhar as imagens e a metodologia aplicada. Parabéns!!
    O tema é bem pertinente, tendo em vista a gama de informações que nos últimos meses foram veiculadas na mídia, inclusive as redes sociais têm sido uma ferramenta muito importante, mas ao mesmo tempo é preciso saber usá-la, pois quantas informações equivocadas a mesma acaba disseminando, contribuindo na construção de versões carregadas de estereótipos.
    Acho que é um desafio que nós, professores, temos que saber como lidar.

    Parabéns pelo texto tão estimulante!!

    Lidiana Emidio Justo da Costa

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  4. Oi Lidiana. Obrigado por sua leitura e palavras. Abraço!

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  5. Olá, professor Maicon Roberto!!!
    Primeiramente, parabéns pelo excelente texto!
    Ótima temática para ser trabalhada em sala de aula, vimos que o uso das redes sociais e mídia estão cada vez mais sendo ferramentas valiosas para o professor. Porém tenho ainda uma dúvida: como trabalhar com os alunos na atenção contra as fakes news? Como proceder no controle quanto a isso? Que método usar para trabalhar isso em qualquer temática sem correr risco de cair em fakes news?

    Grata!

    Taciane Lílian Pereira da Silva

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