Bruno Refundini de Oliveira e Vanda Fortuna Serafim

CRENÇAS ORIENTAIS: UMA ANÁLISE SOBRE DEATH NOTE (2006)

A pesquisa analisa o animê Death Note (2006-2007) produzido por Tetsuro Araki, com o intuito de discutir as crenças orientais presentes na obra enquanto objeto da história, destacando a a presença de outros elementos místicos. Os aportes teóricos que guiam essa pesquisa consistem em Jacques Derrida (2000) e Mircea Eliade (1992). E do ponto de vista metodológico, Marcos Napolitano (2011) e Carlos Ginzburg (1991).

Introdução
Antes de começar as menções sobre o desenvolvimento da pesquisa é necessário compreender uma breve genealogia de Death Note. A obra é originalmente narrada em mangá, escrita por Tsugmi Ohba (pseudônimo) e ilustrada por Takeshi Obata. A dupla é reconhecida por desenvolver as obras Death Note (2003-2006), “Bakumam” (2008-2012) e “Platinum End” (2015) em parceria. Serializado semanalmente pela “Weekly Shõnen Jump”, entre dezembro de 2003 a maio de 2006, dividido em 108 capítulos, compilados em 12 volumes “Takõbon”. A obra recebeu adaptações em animê, filme “live action”, “light novel”, musical, série televisionada e jogos eletrônicos.

O animê “Death Note” (2006-2007), fonte dessa pesquisa, foi produzido pelo estúdio nipônico “Madhouse”, serializado semanalmente, dirigida pelo diretor geral Tetsurõ Araki e escrito por Toshiki Inoue. Baseado no manuscrito original, buscou ser fiel a essencial original da história, realizando adaptações no enredo, que concilie o enredo e as peculiaridades de uma obra audiovisual.

A obra tem como personagens principais; Light Yagami, humano que teve o ‘primeiro’ contato com o sobrenatural que resultara em uma mudança de mentalidade e no nascimento de Kira (Uma versão nipônica do léxico inglês “killer”); Ryuk o “shinigami” (Não se há uma tradução que abranja o conceito de “shinigami”, sendo que o mais próximo seria “Deus da morte”) dono e responsável pela queda do “Death Note” no mundo humano; L (Codinome do detetive  Lawliet (Ryuuzaki) maior detetive do mundo, que se torna responsável pelo caso Kira, após determinados eventos Amane Misa corrobora com o desenvolvimento da história se tornando o segundo Kira.

Dialogo metodológico
Objetiva-se realizar uma discussão teórica e metodológica acerca dos cuidados que se pressupõe ao trabalhar os animês, no caso de “Death Note” é especial, pois trata-se de produção serializada semanalmente. Sendo que, é importante destacar que “Death Note”, ao ser lançado como anime, já tinha toda a sua produção montada, não havendo um diálogo entre o público e a série, que influenciaria nos episódios posteriores.

Partimos da abordagem metodológica do historiador Marcos Napolitano (2011) para analisar as fontes audiovisuais. Os animês não devem ser considerados uma demonstração quase direta dos objetivos da história, tampouco divididos duas naturezas, a documental, buscando um registro mais real dos eventos e personagens históricos, e artística, percebidas pelo estigma de subjetividade absoluta. O mais importante é perceber a fonte audiovisual em sua estrutura de linguagem, seu mecanismo de representação da realidade e seu código interno (NAPOLITANO, 2011).

Pensando a relação História Cinema-Animê, “A força das imagens, mesmo que puramente ficcionais, tem a capacidade de criar uma “realidade’ em si mesma, ainda que limitada ao mundo da ficção, da fabula encenada e filmada” (NAPOLITANO, 2011, p.237). Assim, tanto a representação fílmica, quanto a animação, possuem o mesmo valor de “realidade” sobre o telespectador, já que todo produto audiovisual é uma representação do real.

O método indiciário de Ginzburg (1991), permite por meio da semiótica (estudo dos signos, sendo todo e qualquer código verbal e não-verbal, que possa ter sentido e significação) e do recorte de determinadas falas, a análise histórica de um animê. “ O conhecedor de arte é comparável ao detetive que descobre o autor do crime (do quadro) baseado em indícios imperceptíveis para a maioria” (GINZBURG, 1991, p.145). Não é apenas perceber o autor (criador) de uma obra, mas sim ser capaz de reconstruir a cadeia de eventos que levou o produtor a produzir tal produto.

“[…]a proposta de um método interpretativo centrado sobre os resíduos, sobre os dados marginais, considerados reveladores. Desse modo, pormenores normalmente considerados sem importância, ou até triviais, “baixos”, forneciam a chave para aceder aos produtos mais elevados do espírito humano.” (GINZBURG, 1991, p.149-150)

Em suma, o trabalho do historiador se assemelha, a arte venatória e ao do médico, sendo capaz de remontar a memória histórica (processo da caça, ou de diagnosticar doenças), por meio de indícios, pistas, de conjecturas, não experimentável diretamente: “[…] o conhecimento histórico é indireto, indiciário, conjectural” (GINZBURG, 1991, p.157).

Destacando a própria presença da metodologia indiciária de Ginzburg (1991) no enredo do animê. Ao analisar as ações ousadas do detetive L, pode se perceber o funcionamento do método, como L, fora capaz de selecionar um pequeno detalhe, que aos olhos do mundo era insignificante, e remontar toda a cadeia de eventos que levaria ao aparecimento de Kira, e posteriormente encontrado novos indícios que o levariam a conclusão de que Kira fosse Light Yagami.

Crença em Kira
A “realidade”construída no animê “Death Note” busca representar de forma simultânea, o tempo e espaço vivido. Na construção da mentalidade nipônica algumas religiões são mais visíveis, como Xintoísmo, o Budismo e o Confucionismo (de matriz oriental), e o Cristianismo (de matriz ocidental).

“Aqui, seremos assediados por todas as questões do nome e do que “se faz em nome de”.  (DERRIDA, 2000, p.16). Há crença em “Kira” leva seus devotos a realizarem feitos em seu nome, assim otítulo “Kira” representa o mecanismo que permite os usuários do Caderno realizarem os homicídios, ou segundo os seus próprios mandamentos, a execução dos criminosos e daqueles que o perseguem em prol da construção de um mundo mais justo.

O primeiro a usar o nome Kira foi Light Yagami.Na narrativa ele não é o responsável direto por criar este “título”, mas suas ações induziram as pessoas a cria-lo.  O segundo Kira, Amane Misa, usa o nome de Kira, para que assim pudesse conhecer o “original”, além de tentar propagar a palavra de Kira e realizar o julgamento sobre os criminosos. O terceiro Kira, Kyousoke Higuichi, um empresário da companhia Yotsuba, usou o “nome” com o objetivo de ascensão financeira e realizou o “julgamento divino” a mando do “shinigami”, dono do Caderno. O quarto Kira, Teru Mikami, é um promotor de justiça obcecado por Kira. Ele é escolhido por Yagami para que continue a executar o “julgamento divino”, quando este se encontrar incapacitado.

Em seu discurso,o segundo Kira instaura uma falsa democracia.A polícia é sua aliada, contanto que não o persiga.E as pessoas até podem discordar do seu ideal de “justiça”,porém não podem contraria-lo publicamente.Ele pede para que as pessoas esperem, que lhe deem tempo, para que ele possa mostrar a sociedade, que ao eliminar os criminosos ele torna o mundo um lugar melhor. E ao realizar está façanha, todos as pessoas de bem o aceitarão, tornando-o “messias”.

No fim de seu pronunciamento, Kira oferece à polícia a chance de trabalhar com ele, porém a mesma não aceita.Com a recusa, Kira continua a ser um criminoso, entretanto, se a sua proposta tivesse sido aceita ele teria a possibilidade de institucionalizar a fé de seus seguidores em uma “religião”. Além do mais, “[…] a fé nem sempre foi e nem sempre será identificável com a religião, tão pouco com a teologia. ” (DERRIDA, 2000, p.19)

Dada a morte de L no episódio vinte e cinco e a ascensão de Light Yagami no episódio vinte e seis ao cargo de “L”, um dos maiores obstáculos, há criação do novo mundo messiânico de Yagami, foi derrubado. Seis anos se passaram desde que Yagami assumiu o título de “L”, agora Kira possui total liberdade para executar seu ideal de justiça, diminuindo os índices de criminalidade.Enquanto isso conquista cada vez mais seguidores, e o mundo passa a temê-lo.

Além do mais, o conceito de “crença” em “Death Note” pode ser pensado pela seguinte definição: “1) por um lado, a experiência da crença (o crer ou crédito, o fiduciário ou o fiável no ato de fé, a fidelidade, o apelo à confiança cega, o testemunhal sempre para além da prova, da razão demonstrava da intuição) ” (DERRIDA, 2000, p.48)

A partir do episódio quinze, com a prisão de Misa Amane, a “shinigami” Remu exige que Light Yagami salve a garota, para tanto Yagami apresenta um plano a Remu, no qual requer que ela confie nele.

A crença de um pai, assim que Light Yagami se rende a custódia de L, Soichiro Yagami se recusa acreditar em L ou no filho.Ele acredita cegamente que seu filho não pode ser o Kira, mesmo que de forma inconsciente. Soichiro Yagami pede ao próprio L para que o prenda,ele apenas aceitaria ser liberto, quando L desista da ideia ou conseguisse uma prova irrefutável.Nesse caso não se sabe qual seria sua reação.

O plano de Yagami funciona, entretanto ao manipular a crença que Remu depositou sobre ele, força com que ela assassine L resultando em sua vitória e na salvação de Amane.

No segundo episódio os chefes mundiais depositam suas fés no detetive L, no qual promete capturar Kira, mesmo que ele ainda não possuísse nenhuma prova sobre a existência dele. Porém, no mesmo episódio L conseguea prova. Durante o episódio onze, com a nova abordagem do segundo Kira os governantes passam a desacreditar em L, aceitando revelar sua identidade na televisão.Entretanto, o plano de Ryuzaki convence o segundo Kira a desistir de que L apareça em público, restabelecendo a fé dos governantes nele.No episódio dezoito Kira, realiza uma ameaça direta a polícia, a qual para de perseguir Kira delegando toda sua fé em L, o qual passa a agir de forma independente.

O ideal de Kira pode ser pensado através de “Violência do sacrifício em nome da não-violência” (DERRIDA, 2000, p.72). Correndo o risco de desvirtuar o contexto da frase, Kira está imbuído desse pensamento, realizando genocídios em nome da “paz”, acreditando que uma “violência maior” irá cessar a violência. No primeiro episódio, o “shinigami” Ryuk aponta como Light Yagami se tornaria o único vilão caso seguise esse caminho. Uma escolha duvidosa, já que violência gera mais violência.Mesmo com Kira podendo atuar livremente em momento algum, a criminalidade cessa.

Além disto, o confinamento de Misa Amane e Light Yagami, é baseado no conceito de “experiência do testemunho”. Definido como sendo: “No testemunho, a verdade é prometida para além de qualquer prova, de qualquer percepção, de qualquer demonstração intuitiva” (DERRIDA, 2000, p.86). Yagami necessita que L acredite nele, que ele não seja Kira que ele estava sendo manipulado, ao contrário de Misa, no qual possuía provas concretas. Indo aos limites aceitando ficar preso em cativeiro deixando que Ltorne-se sua testemunha, afinal de contas não haveriamaneirapara que Yagami continuasse matando criminosos estando sobre custódia do maior detetive do mundo. Caso L se convencesse de que os dois fossem inocentes não haveria testemunho melhor para livrar a cara de Yagami.

Ao longo do episódio trinta, o “shinigami” Shidoh revela que as evidências que provavam a inocência de Light Yagami e Misa Amane eram falsas.Quando Near transmite essa informação ao novo “time L”, possibilita que o investigador Shuichi Aizawa, questione-se sobre a integridade de Yagami.

“O ato de fé exigido pela atestação leva, por estrutura, para além de qualquer intuição e de qualquer prova, de qualquer saber (“Juro que digo a verdade, não necessariamente a “verdade objetiva”, mas a verdade do que acredito ser a verdade, digo-te essa verdade, acredita em mim, acreditar no que acredito, tanto mais que nunca poderás ver nem conhecer o lugar insubstituível e, no entanto, universalizável, exemplar, a partir do qual eu te falo, meu testemunho, talvez, seja falso, mas eu sou sincero e tenho boa-fé, não se trata de um falso testemunho”)”. (DERRIDA, 2000, p.86)
Messias

“Isso seria a abertura ao futuro ou à vida do outro como advento da justiça, mas sem horizonte de expectativa nem prefiguração profética. A vinda do outro só poderá surgir como um acontecimento singular exatamente onde não é possível qualquer antecipação, exatamente onde o outro e a morte – e o mal radial – podem surpreender a qualquer instante. ” (DERRIDA, 2000, p.29)

O primeiro momento da “vinda” do messias é no episódio um. De forma inesperada Light Yagami adquire o Caderno e ao usá-lo entra em um conflito existencial. Yagami define que a única utilidade do Caderno seria para eliminar os malfeitores, assim salvando o mundo.Por ser um gênio acredita ser o único digno de usar o Caderno em prol da construção de um mundo melhor.

Ademais, no segundo episódio o surgimento dos sites de adoração à Kira mostra sua popularidade em especial um deles, que possui a seguinte mensagem “A lenda de Kira o salvador” (DEATH NOTE, 2006). A internet possibilita que pessoas manifestem seus reais desejos, por ser no anonimato, sem a preocupação de serem reprimidas por valores sociais.Esses sites reforçam a ânsia pelo messias, o mundo para estas pessoas está podre e apenas Kira pode purifica-lo.Em contrapartida, os criminosos passam a temer a “mão divina de Kira”.Entretanto em nenhum momento da obra Kira recebe o total apoio da sociedade como“o messias”.

Yagami explica isso a Ryuk, mas olhando apenas um lado, o seu.Ele acredita fielmente que as pessoas aceitam a morte de criminosos e o apoio dos websites “legitima” suas ideias. Ora na sociedade japonesa, a qual aceita a pena de morte (YAMAMOTO, 2015), não é surpresa a rápida aceitação dos ideais de Kira.

No episódio onze, o segundo Kira, ao fazer o pronunciamento em rede nacional, afirma publicamente o seu desejo de salvar o mundo, algo que Kira em momento nenhum o fez.Ao afirmar seu posicionamento, instaura um maior “efeito de realidade” sobre a população. Além do mais, esse ato impulsiona tanto seus adoradores, quanto seus opositores a dizerem publicamente sua opinião sobre o conflito entre a nova ordem de Kira e a velha ordem do Governo. Para tanto, é necessário de seus adoradores uma fé inabalável.

Além do mais no decimo terceiro episódio, o segundo Kira ao receber uma falsa mensagem do primeiro, aceita obedecer suas ordens, mostrando-se mais um prenunciador da salvação e não passando de um simples adorador do messias.Por fim, no decimo quarto episódio, o segundo Kira, abandona o título, mas reafirma que continuará buscando a aprovação do primeiro Kira,executando criminosos.

“Um invencível desejo de justiça liga-se a essa expectativa […]. Essa messianicidade abstrata pertence, para começar, à experiência da fé, do crer ou de um crédito irredutível ao saber e de uma fiabilidade que “fundamenta” qualquer relação com o outro no testemunho. […] Ela inscreve-se, de antemão, na promessa, no ato de fé ou no apelo a fé que habita qualquer ato de linguagem e qualquer mensagem dirigida ao outro” DERRIDA, 2000, p.30)

Ciclo lunar
Analisando o primeiro nome do protagonista Light Yagami, o “kanji” utilizado é “月”pode ser lido como “tsuki/lua”, durante a narrativa Amane Misa explica que o nome dele recebe uma leitura irregular deste “kanji”, sendo pronunciado no japonês como “Raito” que seria a pronuncia da palavra inglesa “Light”.Atentando-se a leitura original de seu nome, possibilita pensarmos uma divisão para a obra pelo ciclo lunar. “Graças às fases da Lua – quer dizer, ao seu “nascimento”, “morte” e “ressureição” -, os homens tomaram consciência de seu próprio modo de ser no Cosmos e de suas possibilidades de sobrevivência ou renascimento. ” (ELIADE, 1992, p.77).

Inicialmente Light Yagami “nasce” como “o deus do novo mundo” ou como será conhecido, “Kira”.Seu ciclo lunar está sempre ligado com sua consciência. Seu desenvolvimento dura até o décimo terceiro episódio, no qual Light Yagami renega posse do Caderno da Morte, perdendo todas suas memórias sobre suas ações enquanto estava em posse do objeto, representando assim o período de “morte” lunar.

Durante a fase da “morte” lunar, Light Yagami apresenta um comportamento completamente diferente, mantem um forte senso de justiça, mas diverge do pensamento de Kira não aceita usar pessoas como sacrifício para alcançar seus objetivos.

O primeiro ciclo lunar corresponde aos primeiros vinte e quatro episódios, no qual o protagonista passa pelos estágios de “nascimento” (do primeiro episódio ao decimo sexto), “morte” (do decimo sexto ao vigésimo quarto) e “ressurreição” (do vigésimo quarto ao trigésimo sétimo).

Ao tocar no Caderno capturado ao lado de L, Yagami recupera todas suas memórias em relação a ser Kira, propiciando a “ressurreição” do ciclo lunar.Do episódio vinte e quatro ao trinta e sete termina com sua “morte” simbólica e literal, destacando o ultimo quadro do animê uma lua minguante.
“Graças ao simbolismo lunar, foi possível relacionar e estabelecer correspondências entre fatos tão heterogêneos como o nascimento, o devir, a morte, a ressurreição; as Águas, as plantas, a mulher, a fecundidade, a imortalidade; as trevas cósmicas, a vida pré-natal e a existência além túmulo, seguida de um renascimento de tipo lunar (“luz saindo das trevas”); a tecelagem, o símbolo do “fio da Vida”, o destino, a temporalidade, a morte etc.” (ELIADE, 2002, p.77, grifo nosso)

Assim como todo símbolo tem como essência acrescentar valor (ELIADE, 1991), sem diminuir o objeto, a leitura irregular do nome de protagonista, apresenta esse valor, inserido no ciclo lunar “luz saindo das trevas” Light Yagami, acredita ser a “luz” destinada a purificar as “trevas” do mundo.

Conclusão
O documento audiovisual “Death Note”, assim como os documentos manuscritos, está produzido sobre uma determinada intencionalidade e representação, um conjunto de ideias, articulado com coerência e coesão em si mesma (NAPOLITANO, 2011).

Concluindo esse trabalho buscou apresentar alguns parâmetros sobre as crenças orientais e a mitologia presente em “Death Note”, destacando o conceito de “crença” e o mito da “lua”, em momento algum limitando os demais aspectos presentes na obra.

Referências
Bruno Refundini de Oliveira é graduando em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Bolsista CNPq.
Email:brunorefundini13@gmail.com

Vanda Fortuna Serafim é Doutora em História pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mestra nessa mesma área pela UEM e coordenadora do Núcleo de Paraná do Grupo de Trabalho História das Religiões e Religiosidades (ANPUH).Orientadora.
Email:vandaserafim@gmail.com

ARAKI, Tetsuro. Death Note (Desu nôto). Japón: Mad House / D.N. Dream Partners / NTV / Shueisa / Video Audio Project. 2006.
DERRIDA, Jacques. Fé e saber: as duas fontes de “religião” nos limites da simples razão. In: DERRIDA, Jacques; GIANNI, Vattimo (org). A religião: o seminário de Capri. São Paulo: Estação liberdade, 2000. p. 11-90.
ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
GINZBURG, Carlos. Sinais: Raízes de um paradigma indiciário. In: GUINZBURG, Carlos. Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história. São Paulo: Companhia das Letras, 1991, p. 143-180.
NAPOLITANO, Marcos. A história depois do papel. In: PINSKY, Carla Bassanezi (org.). Fontes Históricas. São Paulo: Contexto, 2011, p. 235-290.
YAMAMOTO, Lilian. A literatura de cárcere em defesa de um condenado à pena de morte no Japão – “Lágrimas da ignorância”, de Norio Nagayama. Anamorphosis:Revista Internacional de Direito e Literatura, ISSN-e 2446-8088, Vol.1, Nº.2, 2015. p.267-283. Disponível em: <https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5771524>. Acesso em: 23 jan. 2017.

44 comentários:

  1. Boa tarde, Bruno
    Você falou a respeito da possível associação dos ciclos lunares a formação do personagem central. Essa comparação veio a partir da leitura do Eliade ou de alguma filosofia oriental? No caso de ser uma filosofia oriental, você poderia aprofundar qual é; qual sua concepção de mundo e ser; e quais as representações que norteiam o pensamento de tal filosofia?

    Lucas Pereira Arruda

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    1. Boa tarde Lucas, sim foi a partir do Eliade, mais o meu conhecimento básico sobre a linguá japonesa. O Hartog destaca a "linguagem" nas narrativas, além das ciências mitológicas do séc XIX se basearem na linguagem também, mas continua não sendo "filosofia oriental".

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  2. Boa Noite aos autores, gostei bastante do texto, Death Note é um anime que marcou uma era, considerado um "anime cult". Dito isto, gostaria de saber na opinião dos autores, observando os momentos atuais, poderíamos classificar toda a ação do Kira e de seus admiradores como autenticas representações do poder do totalitarismo na vida das pessoas, principalmente no sentido do "olho que tudo vê" em que uma pessoa julga e a analisa toda a população e se baseia o seu julgamento nas suas percepções, na opinião dos autores, acha que a temática do anime continua atual e ao mesmo tempo perigoso em virtude dos tempos obscuros que temos, principalmente no nosso país?
    Leonardo Irene Pereira Guarino

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    1. Boa noite, se pensar na questão de "totalitarismo", a ideia do "olho que tudo vê" e julgar segundo sua própria opinião, sim eu até concordo (guardada devidas proporções), mas não, não penso essa relação com a atual situação de nosso país, o contexto sócio-cultural que constrói a mentalidade do personagem e o do nosso "tempo obscuro" são diferentes, além do "inimigo" ser diferente.

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  3. Boa tarde, Bruno

    Ao meu ver, as analogias em relação ao Light Yagami com o seu uso do Death Note, tem uma melhor compreensão se o relacionar com o Mito do Anel de Giges de Platão, porém como foi bem explicito no seu texto, as ações de Yagami se torna visível ao publico, onde se cria uma serie de seguidores e apoiadores dos seus atos, o que torna o Kira como uma figura de "Messias" para alguns.

    Minha pergunta é se você concorda com essa afirmação, de que o comportamento de Yagami é só mais um exemplo de Platão em relação a Moral?


    Brena Sirelle Lira de Paula

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    1. Boa tarde Brena, desculpa eu não tenho uma resposta no momento, até sexta buscarei informações para podermos discutir essa questão.

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    2. Bom dia Brena, eu pesquisei sobre o assunto, e sinceramente não tenho um "sim" ou "não" de fato adquirir o Caderno influencio o novo caminho de Yagami, entretanto ele já visava construir um mundo justo, mas sem a ajuda do item sobrenatural, ele pretendia fazer isso estando dentro do sistema politico.
      Não sei se também sua pergunta se estenderia a essa questão, mas se pensar em "ter um dom e não usa-lo porque seria prejudicial a outros" sim Yagami não segue essa lógica, ele irá usar seu dom. Se pensar pelo viés de que o Caderno o corrompe, acho que "não" o Caderno estaria mais para um catalizador de seus desejos.

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  4. Bom dia,

    O personagem Kira, estaria representando o viés do cristianismo na obra?
    Tendo em vista que, como foi citado no texto, os devotos realizam as ações em seu nome, seria como, por exemplo, algo semelhante as movimento das Cruzadas na Idade Média, em que ações eram justificadas em nome de Deus, em nome da fé cristã.

    Alice da Silva Gonçalves de Jesus.

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    1. Boa noite, não Kira não representa o viés do cristianismo, até por que o próprio personagem se auto intitulou "deus do novo mundo" o que não condiz com a ideia de monoteísmo cristão, no ocidente temos o cristianismo como principal referência, mas no oriente não, realizar ações em nome de uma divindade, não é do cristianismo é um elemento comum dentro da crença.

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  5. Boa Noite.
    O desejo de Kira em purificar o mundo de pessoas ditas como "impuras" que ao caso de Death Note são os criminosos é um fenômeno que vez por outra vemos na história. O pensamento de Kira com seu ideal religioso e de extermínio de pessoas pode ser associado ao Nazismo, Fascismo ou outra realidade de Estado totalitário Ocidental?
    Eduardo Ribeiro Xavier

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    1. Boa tarde, não o pensamento de Kira não pode ser na minha opinião comparado ao Nazismo, Fascismo ou outro Estado totalitário Ocidental, primeiramente Nazismo e Fascismo são regimes singulares, desenvolvidos pelo contexto sócio-cultural e histórico de sua época, e tendo como embasamento ideias morais e éticas que o Oriente não possuem, no conceito de regime totalitário o Estado busca interferir em todas as áreas da vida do cidadão, Kira em momento algum demonstra tal preocupação, sua unica preocupação é eliminar os criminosos (que a lei não consegue) e aqueles com chance de o impedir.

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  6. Seria o Kira uma espécie de Bolsonaro, vendo que na cabeça dele ele está fazendo a coisa certa, porém existem muitas pessoas contra o ideal dele, no caso, o que ele acha que é o certo a se fazer, matar todos os assassinos e bandidos?

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    1. Boa tarde, não, na minha opinião Kira não é uma espécie de bolsonaro, já que a concepção dos dois entre quem é "bandido" e merece a pena de morte são completamente diferentes, em nenhum momento da narrativa Kira, demonstra os ideais do bolsonaro em sua forma de "salvar" o mundo. Além do mais, o Japão ainda mantem a pena de morte no seu código penitenciário, o que leva os nipônicos a terem uma noção completamente diferente acerca do assunto.

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  7. Boa tarde.
    Durante a leitura consegui traçar alguns paralelos entre alguns pensamentos de Kira e como as ações do mesmo causava nas pessoas que o seguiam com o que acontece atualmente na política brasileira, como a questão de mais violência para tentar cessar a violência e a messianização e adoração por parte de seus seguidores, que manifestam seus verdadeiros ideais através da internet.
    Diante disto, queria saber sobre a sua percepção de como uma pessoa que manifesta suas vontades e opiniões pode influenciar tantas outras e influenciá-las a também externar seus sentimentos, por mais que sejam socialmente erradas? E mais, durante a produção do trabalho, você conseguiu perceber essas similaridades entre o animê analisado e o cenário da nossa politica atual?
    Antonio Alysson Gomes Azevedo

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    1. Boa tarde, eu trabalho História pelo viés de cultura e narrativa, não busco pensar História politica.
      As pessoas seguem esses ideias porque particularmente se identificam com eles, mesmo que camuflem seus verdadeiros pensamentos, a respeito da comparação entre a politica atual e o animê, se existem diferenças fundamentais, destacando apenas dois elementos, primeiro o Japão aceita a pena de morte em seu código penitenciário (o animê discute como que isso deve ser e não se isso é certo ou errado) e segundo a politica brasileira esta ligada aos valores morais da religião cristã, os quais não fazem parte do contexto da sociedade japonesa.

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  8. Em seu artigo o nome Kira, leva um significado importantíssimo, chegando ate ser comparado aos nomes bíblicos. Sendo assim,pode-se dizer que Essa crença nele poderia ocasiona-lo nele uma carga de "justiceiro" se sim como? e se não, como poderíamos desconstruir essa visão de que determinadas perspectivas de agir assim são corretas a uma criança?


    Marilise Fernanda Neves Pinheiro Lisboa

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    2. Bom dia, desculpa, mas em que momento o nome de Kira é comparado aos nomes bíblicos? Caso seja a respeito de "messias" não é exatamente um "nome" e sim um "titulo" e existe em diversas crenças.
      sim ocasiona a ele uma carga de "justiceiro", primeiro o próprio Light Yagami impõe essa carga, acredito que isso ocorra, por acreditarem que o mundo esta errado, os conflitos que a sociedade vivencia de forma continua, proporciona a mentalidade de "injustiça" o que pode levar indivíduos/grupos a quererem realizar sua própria "justiça".

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  9. Boa noite, é muito interessante e de excelente proveito suas informações sobre o anime. Parabéns! Gostaria de fazer uma pergunta: É correto pensar que Light Yagami tem pensamentos e ideais de vista "direita", politicamente falando, visto que seus ideais se assemelham ainda que pouco ou muito com ideais ocidentais?

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    1. Bom dia, obrigado. Novamente, eu trabalho História pelo viés de cultura e narrativa, não busco pensar História politica.
      Eu não acho correto pensar que Light yagami seja de "direita" nem de "esquerda" uma vez que durante a obra ele nunca demonstra se preocupar em seguir os ideias que orientam os dois eixos.

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  10. No anime death note, o protagonista light Yagami, um aluno exemplar do colegial japonês, filho um policial, uma pessoa aparentemente calma e tranquila, recebe uma "dádiva" de um "Deus da morte Shinigami" onde ele poderia escolher quem morreria, quando e porque. A partir do momento em que ele tem esse poder em suas mãos, ele começa a fazer a sua própria justiça, matando todos que a seu critério são pessoas más, o que o acaba o tornando na prática tudo aquilo que ele mais repudiava: um assassino. Aquele jovem calmo e tranquilo se torna um "semi Deus" com o dom da morte. Até que ponto as nossas justiças não são de fato verdadeiras injustiças? devo olhar o mundo pela minha ótica ou tentar compreende-lo sobre todos os ângulos?

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    1. Bom dia, na minha opinião a justiça deve ser analisada de forma independente, por seu caráter subjetivo, entretanto para o convívio em sociedade deve se estabelecer um "senso comum" de justiça.

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  12. Boa noite, o light se denomina "deus" no anime e deixa isso claro ao seus seguidores, como as pessoas ainda o chamam de messias?

    Ana Caroline Daloço

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    1. Boa noite, "deus" e "messias" não são sinônimos, o conceito de "messias" esta ligado a um salvador que levará seu povo a um lugar melhor (ideal) enquanto que o conceito de "deus" é maior, mais amplo.

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  13. Primeiramente gostaria de parabeniza-los pelo artigo, que além de falar do título Death Note, também consegue explanar acerca do poder e importância que os animes tem para cultura japonesa. Originalmente o mangá Death Note, foi lançado em uma revista considerada Shonen, contudo teve uma grande aceitação pelo público adulto, tendo em vista, que foi magistralmente escrito e desenhado pela dupla Tsugumi Ohba e Takeshi Obata e após transformada em anime, contendo somente algumas diferenças pequenas com o mangá. Não pode-se negar que até hoje existe uma grande discussão de quem é o herói e o vilão do anime, pois "Light" mesmo sendo considerado o personagem principal, para conseguir chegar ao seu objetivo final, que é purificar o mundo através das mortes, gerando pavor a população e deste modo pararem de delinquir por terem medo de morrer e assim o transformando o deus do novo mundo. E o "L" que tem seu objetivo primordial em prender o Kira e assim realizar a justiça, mesmo que tenha que realizar algo que vai contra a convicção de certo e errado, ou seja, tanto "Light" e "L", para conseguir conquistar seus objetivos, praticaram algo que vai contra ética, moral e bons costumes, na opinião dos autores deste artigo existe certo ou errado, bem como, herói ou vilão neste anime?
    Willian Augusto Lopes Sgrinholi

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    1. Boa noite, obrigado. Então, não existe necessariamente um "herói" e um "vilão" esse é um pensamento dualista extremamente ocidental. Antes de se pensar que eles vão contra a "ética, moral e bons costumes" se é necessário estabelecer esses conceitos. Novamente para se afirmar se existe um "certo" ou "errado" deve se definir o que exatamente seriam esses conceitos, como você citou Death Note, foi publicado originalmente numa revista para "shounen" independente de ter sido amplamente aceita por adultos, seu publico alvo eram os "jovens", no volume 13 de Death Note, há uma entrevista com o Ohba-sensei na qual ele afirma que não tinha o menor interesse em discutir "bem" e "mal" por isso optou por publica numa revista "shounen" em vez de uma "seinen".

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  14. Gostei muito do texto. Inclusive acredito que o conflito entre os personagens e a situação política atual do Brasil algo muito pertinente. Acredita que é interessante utilizar o anime como um recurso pedagógico algo que poderia dar certo? Por serem obras longas e ainda a questão de ser em japonês pode ser um pouco complicado pela questão da familiaridade.
    Ketlin Rodrigues

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    1. Boa noite, sim acredito que usar animês (não só o Death Note) em sala de aula como recurso pedagógico poderia dar certo, mas para tanto se é necessário levar em consideração a turma, caso eles não tenham interesse sera extramente trabalhoso e pode não ter bons resultados, a questão da linguá realmente é algo a ser levado em consideração.
      Caso não conheça te recomendo ler o artigo "o cinema: outra forma de ver a história" de Roberto Abdala Junior.

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  15. Este comentário foi removido pelo autor.

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  16. Nós vivemos atualmente em um mundo onde uma grande e forte onda reacionária atinge vários cenários mundiais devido a, dentre uma série de outros fatores, uma crise econômica do sistema capitalista. Muitas vezes, em momentos de crise institucionalizada, surgem aqueles que, com seus discursos fáceis, prometem soluções simples para problemas complexos. Percebi uma grande movimentação em boa parte das perguntas feitas a você em torno do nosso cenário político brasileiro e da figura do candidato à presidência Jair Bolsonaro. É de se compreender, devido a proximidade dos discursos no que tange a “Violência do sacrifício em nome da não-violência” falada por Derrida, que é encontrada nas falas dos dois. Dito isso, como você acha que se encaixaria o surgimento de um Kira na nossa realidade de crise, violência e falta de empatia? Seria muito diferente do anime/manga? Seria tão bem aceito como o candidato, que é líder nas pesquisas eleitorais?
    Ronaldo Sobreira de Lima Júnior

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    1. Boa noite. Novamente, eu trabalho História pelo viés de cultura e narrativa, não busco pensar História política.
      Caso surgisse um "kira" no mundo atual, sim a internet desempenharia papel fundamental, mas no Brasil não ocorreria tamanha aceitação como ocorreu no animê (representando o Japão) o contexto socio-cultural japonês e brasileiro são diferentes, e ignorar as diferenças apenas para promover um pensamento não me faz sentido algum. Destacando a pena de morte, o Brasil a aboliu desde o século XIX enquanto que o Japão ainda a mantem, ou seja, para eles ainda se há um grande sentido em utilizar a pena de morte como um elemento de punição e não de prevenção. A moral e ética que regem o Brasil é em grande medida ditada pela religião cristã, e desse ponto de vista apoiadores do candidato distorcem e constroem seus discursos de ódio para alienar a massa, se utilizando de uma hipocrisia conservadora no Japão grande parte desses valores não tem significância.
      Mas como não param de fazer essa analogia, tudo bem, no meu ponto de vista essa analogia não passa de uma tentativa de pintar o candidato de "kira" por terem a semelhança num único aspecto morte aos "criminosos".
      Mas ignoram o discurso construído entre os dois, Yagami segue os critérios básicos da lei, entretanto atua como juiz, júri e executor, enquanto que o candidato esta preocupado em ficar pregando um discurso de ódio contra determinados grupos sociais, como por exemplo as mulheres, negros e LGBTS.

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  17. Bom dia Bruno

    No conceito " Experiencias do Testemunho" pressupõem que tipo de abordagem em relação as ações de Kira e o posicionamento do Publico relacionadas a elas?

    Brena Sirelle Lira de Paula

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    1. Boa noite, acredito que se deu pela forma como a qual Kira assassinava os criminosos, fugia da lógica, e mesmo parecendo “impossível” era possível todos estavam testemunhando.

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  18. Olá Bruno!
    Interessante o seu artigo, vi que você está na graduação, você pretende estender esse artigo e transformá-lo em uma monografia e/ou dissertação de mestrado? Ou melhor, este artigo já faz parte de um projeto maior? Acredito que esse tema "crenças Orientais" pode render bastante para você. Ainda mais estudando e analisando literaturas orientais.

    Elenice Borges

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    1. Boa noite, pra falar a verdade esse artigo é uma parte de meu PIBIC, concluído esse ano, já inciei outro e sim pretendo transforma-lo em uma tese. Também acredito que possa render bastante, é um campo, infelizmente, pouco explorado no Brasil.

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  19. Olá!
    Parabéns pelo artigo. É muito interessante essa relação das crenças orientais, desconhecia esse campo.
    Poria pensar-se também, que ao receber essa "benção" de um poder "divino", Kira acabou se desumanizando ao adotar uma postura de novo messias? A obsessão de Kira por combater a violência com mais violência e a luta para manter-se no poder, pode ser vista como um comportamento doentio?

    Abraço
    José Eduardo Rabelo Coité Junior

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    1. Boa noite, obrigado.
      Não acredito que ele se desumaniza por se tornar "messias" mas sim por acreditar que se tornaria "deus do novo mundo" (suas palavras no final do primeiro episódio).
      Não sei se podemos usar a terminologia "doentio" mas sem duvida algum seu comportamento se torna "obsessivo".

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  20. Como poderíamos trabalhar esse assunto em sala de aula? Parabéns pelo texto.

    Vinícius Carvalho

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    1. Boa noite, obrigado.
      Primeiro deveríamos mudar a metodologia, um artigo que eu acredito que possa ajudar é o "O cinema: outra forma de “ver” a história" de Roberto Abadala Junior, também penso ser fundamental levar em conta a turma, caso a maioria não tenha interesse em uma abordagem assim, será extremamente difícil ter resultados.

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  21. Olá. Como trabalhar animes em sala de aula? Tem sugestões?
    Em quais temas o Deathnote seria mais indicado?

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    1. Olá, a minha sugestão seria trabalhar diversidade religiosa, monomito, mesmo que o animê não tenha "herói" e "vilão" o monomito esta presente ou o conceito de moral, que difere do nosso, mostrando que esses conceitos historicamente, e justamente por serem construções não são universais ou imutáveis.

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  22. Quando os autores se referem ao anime de Death Note como especial por ser uma produção seriada, que método de escolha de fonte foi utilizado para a pesquisa? Afinal, existem várias obras audiovisuais no formato seriado, sejam outros animes, séries e até mesmo os mangás no Japão. Então o que torna Death Note tão especial para ser usado nesta investigação?

    Grata e parabéns pelo trabalho.

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