Victor Lima Corrêa

“ESTE É O INIMIGO”: REPRESENTAÇÕES DOS JAPONESES NOS CARTAZES NORTE AMERICANO DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL (1939-1945)

Introdução
O Japão Imperial do final do século XIX até a primeira metade do século XX foi marcado por uma crescente política militarista, nacionalista e expansionista. Isto fez com que o Império do Sol Nascente expandisse suas ambições de conquista pela Ásia em busca de recursos naturais tão carentes ao arquipélago de ilhas que formam o território nipônico. A resultante dessa política seria  as invasões e conquistas de Taiwan (1895), Coréia (1910)e Manchúria (1931), com uma pretensa criação de uma“Grande Esfera de Co-prosperidade Leste-Asiática”. Esse expansionismo despertou a atenção Norte Americana pelo rápido aumento de influência política e militar nipônica na região. Tempos mais tarde o Governo Americano iria impor algumas sanções aos japoneses; retirada das tropas japonesas da china; o bloqueio de bens japoneses nos EUA e o embargo do petróleo. Adotando esta política restritiva, os Americanos visavam o estrangulamento da capacidade nipônica de fazer guerra. Como retaliação às medidas adotadas pelos estadunidenses, o Japão elaborou um plano secreto de ataque à base Norte Americana em Pearl Harbor em (1941). A agressão japonesa levaria os EUA a declarar guerra ao Japão. Isso daria início nos Estados Unidos a uma grande mobilização civil, econômica e militar fomentada por uma crescente campanha anti-nipônica que duraria até a rendição do Japão em 1945. O presente artigo tem por objetivo a análise das representações do Japão Imperial nos cartazes de propaganda anti-nipônica, produzidos no período da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A Segunda Guerra Mundial e o Império do Sol Nascente.
Baseado em um conflito ideológico que buscava uma pretensa supremacia de uma “raça superior”; a busca por um “espaço vital”;e a subjugação das “raças inferiores”. O segundo conflito de proporções mundiais teve início no ano de 1939 após a invasão Alemã à Polônia.No início do conflito europeu o Japão declarou neutralidade,ganhando assim, tempo para uma inevitável contenda com os Americanos que viam a influência nipônica expandindo-se pela Ásia,tendo assim seus interesses políticos, militares e econômicos ameaçados na região.

Após firmar com a Alemanha o acordo que formaria as potências do Eixo denominado Pacto Tripartite(Roma-Tóquio-Berlim).O Japão expunha suas intenções na guerra, pois essa aliança tinha por objetivo primordial a mútua cooperação militar, econômica e política entre os países eixistas.O Império japonês então tomado por “forças políticas do militarismo e da extrema direita” (HOBSBAWM, 1995, p. 43) torna-se uma grande potência naval no Extremo Oriente, sendo reconhecida pelo acordo Naval de Washington em 1922, porém isso não pôs fim às ambições do Japão que segundo aponta Hobsbawm (1995).

“[...]avançava a passos largos, [...] sem dúvida achava que merecia uma fatia maior do bolo do Extremo Oriente do que as potências imperiais brancas lhe concediam. Além disso, os japoneses tinham uma aguda consciência da vulnerabilidade de um país ao qual faltavam praticamente todos os recursos naturais necessários a uma economia moderna, cujas importações estavam à mercê de interferências de marinhas estrangeiras, e as exportações à mercê do mercado dos EUA. A pressão militar para a criação de um império territorial próximo na China, dizia-se, logo encurtaria as linhas de comunicação japonesas, e assim as tornaria menos vulneráveis”. (HOBSBAWM, 1995, p. 44)

Para Hobsbawm (1995) o Japão visava alcançar o acesso a recursos naturais de que tanto necessitara para a conquista da hegemonia econômica, politica e militar no Extremo Oriente. Assim o Japão inicia uma série de invasões e conquistas ao longo da costa asiática;destacando-se principalmente a conquista da Manchúria (1931)que acabou por ocasionar um grande impasse entre Norte Americanos e Japoneses resultando em várias sanções comerciais, principalmente o petróleo, que era uma fonte essencial para a execução dos planos nipônicos.

O Japão então pressionado pela política americana do embargo do petróleo planeja um ataque a pontos vitais Norte Americano e Aliados (Inglaterra, França) no Extremo Oriente, visando à aquisição de recursos primordiais para sua máquina de guerra, bem como a imobilização das forças militares aliadas naquela região. O ataque a Pearl Harbor, Filipinas, Guam, Malásia, Cingapura, Hong Kong e Ilhas Wake, desfecha um duro golpe nas potências aliadas, principalmente nos Estados Unidos da América, que não contavam com um ataque tão próximo ao seu território na ilha do Havaí. O Japão tinha como objetivo principal uma guerra fulminante e arrasadora, onde para isso a destruição dos porta-aviões americanos era vital.

No dia do ataque japonês em 1941, os porta-aviões não se encontravam em Pearl Harbor,isso deu a oportunidade para os americanos se reorganizarem e combaterem decisivamente os japoneses na batalha de Midway em 1942, quando os Americanos derrotam as forças japonesas e tomaram a iniciativa de ataque na guerra do Pacífico.Após o ataque japonês ao Havaí em 1941 e a declaração de guerra dos EUA, vemos a grande mobilização militar e econômica dos EUA com o objetivo de suprimir a ameaça dos japoneses no Pacífico.

A imprensa americana que já realizara algumas propagandas que denunciavam as intenções expansionistas do Japão por meio de charges em jornais, agora se mobiliza para “mostrar” quem é o inimigo declarado dos Americanos. Para isso são elaborados diversos cartazes que “mostram” quem seria o soldado japonês, como agia e quais eram suas intenções para com os Estados Unidos.

“Esse é o inimigo”: representações dos japoneses na propaganda de guerra norte americana.
Com o intuito de mobilizar a sociedade americana em prol de um bem comum (vitória na guerra) e de um maior esforço na guerra. O escritório de informação de guerra norte americano desenvolveu inúmeros cartazes com o rótulo “esse é o inimigo” que buscavam expor aos cidadãos quem era o inimigo a ser combatido. Entre 1942 e 1946, uma associação  denominada “Artistas para a vitória” foi criada com o intuito de reforçar essa luta.

“Baseado em Nova York,[...]formada por artistas que desejavam ajudar no esforço de guerra usando suas habilidades artísticas. As atividades incluíram uma competição de pôsteres de guerra, exposição de boa vontade sino-americana, patrocínio de desenhos de retratos, demonstrações de artes e ofícios e instrução em hospitais militares. Os oficiais incluem Paul Manship, John Taylor Arms, Arthur Crisp, Ralph T. Walker, Hobart Nichols e Hugo Gellert” (SMITHSONIAN, s/d).

Como podermos observar essa associação de artistas engajados no esforço de guerra, produziriam inúmeras obras ilustrativas que buscavam representar o inimigo japonês.Tais obras devem ter sido feitas com a finalidade de mexer com as emoções e o imaginário do cidadão norte americano, que passava a ver o inimigo nipônico como uma ameaça cada vez maior e assustadora. Ao observar a criação de uma associação de artistas empenhados em produzir materiais de propaganda de guerra, podemos sugerir que por meio destas obras,não apenas eram denunciadas as intenções do inimigo, como também buscava despertar opatriotismo dos cidadãos Norte Americano para com os compromissos que se fazem presentes no período de guerra.Como podemos observar na imagem abaixo.

Cartaz de propaganda anti-japonesa "Este é o inimigo" do ano de 1942. Disponível em:<https://www.kidbentinho.com/2014/02/10-cartazes-iconicos-da-segunda-guerra.html>. Acesso em: 21.Ago.2018.

No cartaz acima podemos observar a representação do soldado japonês como uma figura dissimulada e ao mesmo tempo sombria.Ao fundo vemos uma cidade em chamas, a sombra de pessoas enforcadas, e um soldado que corre para furar com a baioneta uma pessoa que esta de joelhos.Isso reflete aquilo que os artistas viam e/ou entendiam pelo que significava o papel do Japão na guerra e a suas ambições, ou como nos sugere Pesavento (2004) seria a imagem uma forma de representar aquilo que se quer fazer crer como verdade, elaborada por meio de quem detém o controle social da mídia,determinando assim a sua verdade em um dado momento e época.

“Aquele que tem o poder simbólico de dizer e fazer crer sobre o mundo tem o controle da vida social e expressa a supremacia conquistada em uma relação histórica de forças. Implica que esse grupo vai impor a sua maneira de dar a ver o mundo, de estabelecer classificações e divisões, de propor valores e normas, que orientam o gosto e a percepção, que definem limites e autorizam os comportamentos e os papéis sociais”. (PESAVENTO,2004, p. 22)

A representação tal como nos diz Pesavento (2004) é a expressão daqueles que detém o poder de dominação, seja social, econômico ou político,  onde o manuseia para legitimar, classificar e excluir aquilo que o tem como certo ou errado. Atribui assim um sentido de verdade e o toma como via única a ser seguida. No qual a força que impulsiona uma representação esta implícita nos meandros tessituriais das figuras que estão expostas, podendo ser uma imagem, escultura, discurso, etc. Estes “discursos” serão reforçados sempre que forem alocados aos interesses do poder dominador.

Ao lado esquerdo superior da figura têm os dizeres: “este é o inimigo”, ou seja, o japonês segundo o que esta exposto seria representado como uma pessoa traiçoeira, selvagem, figura assustadora que não mede esforços para ter saciado a sua vontade, sempre agindo sorrateiramente, “escondido nas sombras” para pegar de forma desleal seus inimigos. Conquistariam tudo sem escrúpulos e deixariam um rastro de destruição por onde passassem.

O cartaz em si traz um alerta para a população em geral e principalmente para os soldados americanos que combateriam tal inimigo no campo de guerra, chamando à atenção para o que estava em jogo caso não estivessem atentos ou perdessem a guerra.Teriam sua cidade ou seu país saqueado, pilhado e suas mulheres estariam ameaçadas.Como podemos observar em outro cartaz a representação do japonês traiçoeiro e covarde é reforçada:

Cartaz de propaganda anti-japonesa "Este é o inimigo" do ano de 1942. Disponível em:<https://propaganda2a.weebly.com/name-calling.html>. Acesso em 23.08.2018

Aqui neste outro cartaz mantem-se basicamente todos os elementos da imagem anterior, porém temos a representação do inimigo como um ser mais “demoníaco” com orelhas e unhas pontiagudas,boca e mãos grandes, dando impressão de ser um ser mais animalesco do que humano. Com a mão direita empunha um punhal com o qual almeja atacar uma mulher que tenta fugir apavorada enquanto olha de “canto-de-olho” a figura que a persegue.

Alguns estereótipos raciais são visivelmente destacados na obra acima, como a pele em tom amarelado, cuja referência esta nas teorias raciais muito fortes no início do século XIX e primeira metade do século XX. Pois existia “a ideia da existência de heranças físicas permanentes entre os vários grupos humanos.” (SCHWARCZ, 1993, p. 63). “Os grupos negros, amarelos e miscigenados seriam povos inferiores não por serem incivilizados, mas por serem incivilizáveis, não perfectíveis e não suscetíveis ao progresso.” (RENAN apud SCHWARCZ, 1993, p. 82).

Como podemos observar a significação de “raça amarela” foi associada a uma “incivilidade”, ou seja, o japonês não seria apto à civilidade e em uma visão determinista seria um “selvagem”para sempre. Assim sendo por meio desta interpretação o “amarelo” a tudo destrói, conquista e não pode evoluir. Este discurso imagético e racial (japonês-amarelo-selvagem) foi bastante usado nas obras propagandísticas durante o período da guerra, como observamos nas duas imagens anteriores.

Sobre a representação da luz na imagem esta pode ser entendida sugestivamente como uma “saída”, uma porta aberta que “salvaria”a mulher do seu destino macabro, ou então a luz como a esperança americana em meio às trevas que a “barbárie japonesa” visa destruir. As possibilidades são diversas e não se encerram aqui.Vários elementos tornam esta obra rica em interpretações, reflexões e analises como nos sugere Corrêa (2018):

“[...] uma rica fonte com muitas mensagens explicitas e implícitas, deve-se entender quais as razões que levaram a construção desta obra, quais os elementos sociais, políticos e econômicos que estão imbricados na construção desta pintura. A visão parcial-analítica da obra trará apenas uma rasa ideia do que se queria transmitir com esta obra pictórica. Toda obra de arte, sendo ela simples ou complexa, tem uma intencionalidade que esta explícita a qual todos aqueles que veem entendem e/ou absorvem de imediato a mensagem de modo mais direto, bem como também tem as mensagens implícitas, que são aquelas que necessitam de tempo e pesquisa para uma análise mais critica e reflexiva”. (CORRÊA, 2018, p. 452)

As obras analisadas refletem os sentimentos e angústias de uma determinada época de nossa história recente. Devemos estar atentos ao jogo político que visa transmitir sua mensagem direta e indiretamente, ou seja, as representações são partes essenciais que compõe essa arena de poder, onde há o envio de uma mensagem que visa atingir um público alvo e dele esperam uma resposta.

Um exemplo de mensagem explicita é a bandeira do Japão imperial – um sol vermelho com feixes de luz na mesma cor – que aparece bem nítida no quepe do soldado, indicando de onde vem à ameaça. E no campo inferior da imagem temos a mensagem implícita contida nos dizeres –“This is the enemy” – esse é o inimigo, observada nas cores que esta escrita a mensagem, com letras vermelhas sob um fundo branco, fazendo a alusão de ser a bandeira japonesa (tradicional bandeira com circulo vermelho ao centro e o fundo branco). Isto, claro, não encerram as possíveis interpretações desta imagem.

Com o final da guerra se aproximando em 1945 e a crescente escassez de recursos naturais de que padeciam a máquina bélica japonesa, foram feitos vários cartazes expondo esta falta.Uma delas foi à representação do “rato japonês”. O antes monstro nipônico com formas e expressões “demoníacas”, agora vira um inofensivo“ratinho”representado com o rosto de Tojo (Ministro da Guerra) sendo pego pela armadilha “ratoeira” que simboliza a falta de conservação de materiais, como podemos observar na figura abaixo.

Caricatura do general Hideki Tojo comparado a um rato: Disponível em:<http://www.museumsyndicate.com/images/2/17408.jpg>. Acesso em: 24.Ago.2018

Na imagem acima vemos um rato que acaba de cair em uma armadilha conhecida como “ratoeira”. O interessante notar é a expressão fisionômica do rato, sendo representado como o general e ministro da Guerra Hideki Tojo. Podemos observar que o “rato Tojo” capturado pela armadilha que leva os dizeres: “material conservation” - “conservação material” – expõem a necessidade de recursos pelos japoneses, e que estes acabariam caindo nesta armadilha, pois para produzir seus materiais, necessitavam de matérias primas importada de outros países.Este princípio não se aplicava aos EUA,pois este possuía grandes reservas de matérias primas, bem como tiveraa contribuição de países aliados durante a guerra.

A técnica do zoomorfismo que é empregada na imagem acima (consiste comparar personagens a animais quando eles se deixam guiar pelos instintos) objetiva demonstrar que o general Tojo é visto como um rato, ou seja, um ser parasita causador de problemas que  deve ser erradicado, ou pode ser entendido como se representa-se o Japão.Um país “minúsculo e insignificativo” se comparado aos EUA em tamanho territorial e em poder econômico, politico e militar. Assim sendo, sugerimos que a pictórica figura mostra a “possível” previsão americana para o Japão Imperial, que por sofrer com a carência de recursos naturais, em alguma hora seria ‘pego’ pela ausência desses, dificultando assim a sua permanência no conflito e levando a sua completa derrota.

Logo abaixo da figura temos os dizeres “japtrap”(armadilha japonesa) nas cores da bandeira japonesa. O fundo da imagem (agora) branco (em comparação com as outras imagens) parece representar uma explosão que aparenta expandir-se pela mesma, como se as trevas antes dominantes nas imagens anteriores fossem finalmente iluminadas pela vitória Americana que se aproximava.

É fundamental o entendimento de tais representações, pois como nos sugere Roger Chartier “As lutas de representações” possuem tanta importância quanto às lutas sociais e políticas “para compreender os mecanismos pelos quais um grupo impõe, ou tenta impor, a sua concepção do mundo social, os valores [...], e o seu domínio”. (CHARTIER, 1990, p.17)

Para Chartier (1990) as representações estão interligadas entre o poder estabelecido e suas ações, que expressam seus valores e domínios, ou seja, por meio destes mecanismos buscam justificar e basilar seus atos e ações. Estando as análises das representações em igualdade de importância com as disputas econômicas, sociais e politicas, que também refletem os anseios e desejos de um determinado tempo e época.

Considerações finais
As possibilidades de análise, reflexão e observação sobre as imagens expostas acima não se encerram neste pequeno artigo, pois a história assim como outras ciências encontra-se sempre em continua transformação. Sugerimos que a intenção que se tem de “apresentar o inimigo” era uma forma de associar a imagem do japonês ao mau, as trevas, a selvageria, a barbárie,transformando o inimigo em algo “menos humano”, e que deveria ser extirpado. Como nos sugere Menezes Neto e Corrêa (2017) “no contexto da Segunda Guerra, a representação negativa do japonês como uma raça que traz prejuízos ao ocidental [...] é recorrente em vários jornais brasileiros” (MENEZES NETO; CORRÊA, 2017, p. 175).

Assim como nos EUA o Brasil também teve sua “campanha anti-nipônica”, pois a partir de 1942 o Brasil se aliou aos países Aliados na luta contra os países do Eixo.É evidente que se buscava chamar a atenção e a apreensão dos cidadãos americanos de modo a deixa-los vigilantes em relação ao “inimigo japonês”. Desta forma a luta que se travaria seria a da luz contra as trevas, a civilidade contra a selvageria, a ordem contra o caos. O que se exprime de tais imagens é a intencionalidade explicita/implícita de um discurso maniqueísta entre os EUA representando o lado da liberdade e da justiça e os dos japoneses representando o lado da coação e da arbitrariedade.

Desta forma, sempre haverá uma mensagem explicita e outra implícita quando tratamos de qualquer tipo de fonte, seja ela imagética, escrita, falada ou audível. A uma intencionalidade exposta diretamente ao expectador, e outra que esta sujeita há variadas interpretações. A propaganda de guerra utilizada como um grande veículo de divulgação de ideais e representações do que se vê como justo ou correto, ou se intenciona a isso, esta ligada diretamente ao fazer-se expressar do poder dominante. Este recurso foi utilizado por muitos países que participaram da guerra.Servindo assim aos interesses destes como um “motor” impulsionador para uma maior mobilização do povo em busca da vitória final, seja comprando bônus de guerra, voluntariando-se militarmente ou aumentando vigilância contra possíveis atos de espionagem ou sabotagem.

Referências
Victor Lima Corrêa é Professor de História.
E-mail: victorlcorrea.01@gmail.com

Fontes
"ESTE É O INIMIGO", Cartaz de propaganda anti-japonesa. 1942.  Disponível em: <https://www.kidbentinho.com/2014/02/10-cartazes-iconicos-da-segunda-guerra.html>. Acesso em: 21.Ago.2018.
"ESTE É O INIMIGO", Cartaz de propaganda anti-japonesa. 1942.Disponível em:<https://propaganda2a.weebly.com/name-calling.html>. Acesso em 23.Ago.2018.
“JAP TRAP”, Caricatura do general Hideki Tojo comparado a um rato: Disponível em: http://www.museumsyndicate.com/images/2/17408.jpg.  Acesso em 24.Ago.18.

Bibliografia
CORRÊA, Victor. Lima. A Batalha da Borracha e o ensino de história: uma proposta de análise dos cartazes de Jean Pierre Chabloz. In: BUENO, André; CREMA, Everton; ESTACHESKI, Dulceli; MARIA NETO, José [orgs.] Aprendizagens Históricas: mídias, fontes e transversais. União da Vitória/Rio de Janeiro: LAPHIS/Edições especiais Sobre Ontens, 2018. Disponível em:<http://revistasobreontens.blogspot.com/p/livros.html>>. Acesso em: 26.Ago.2018.
CHARTIER, Roger. A História cultural: entre práticas e representações. Rio de Janeiro: Bertrand, 1990.
HOBSBAWM, Eric. A era dos Extremos: O breve século XX (1914-1991). São Paulo: Companhia das letras, 1995.
MENEZES NETO, Geraldo. Magella. De; CORRÊA, Victor. Lima. “povo sem honra, covardes, brutais e cruéis”: representações dos japoneses no jornal paraense folha vespertina (1942-1945). In: BUENO, André; CREMA, Everton; ESTACHESKI, Dulceli; MARIA NETO, José [orgs.] Vários Orientes. Rio de Janeiro/União da Vitória; Edições Sobre Ontens/LAPHIS, 2017. Disponível em:<http://www.academia.edu/35093107/V%C3%A1rios_Orientes>. Acesso em 23. Nov. 2017.
PESAVENTO, Sandra. J. História e História Cultural. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
SCHWARCZ, Lilia. M. O Espetáculo das Raças: cientistas, instituições e questões raciais no Brasil (1870-1930). São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
SMITHSONIAN. Archives of American Art.Disponível em:<https://www.aaa.si.edu/collections/artists-victory-inc-records-8429>. Acesso em: 26.Ago.2018

20 comentários:

  1. Oi Victor. Texto instigante, parabéns. Gostaria de saber como esses cartazes eram disponibilizados dentro do território dos Estados Unidos? Foram expostos nos jornais, pelas ruas das principais cidades, etc? Além disso, houve alguma reação do Estado japonês aos cartazes? Alguma espécie de contrapartida, cartazes produzidos pelos japoneses contra os estadunidenses? Obrigado! Abraço!

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    1. Olá Maicon Roberto Poli de Aguiar. Obrigado pela pergunta! Os cartazes, charges e ilustrações eram disponibilizados dentro do Território continental dos EUA, bem como nas ilhas que tinham o controle dos Estado Unidos: Midway, Hawaii e Estados que estavam sob a orbita de influência estadunidense; Filipinas e Guam. Eram expostos por meio de jornais e revistas ou colados em esquinas, repartições públicas e Fábricas. Durante o período da Segunda Guerra Mundial, o Japão Imperial produziu poucos cartazes (concentrando sua produção em cartazes que orientavam a população que medidas tomar em caso de bombardeios) propagandísticos anti-americanos, pois os recursos japoneses eram escaços, bem como o regime Imperial japonês possuía um grande controle sobre a vida da população, não necessitando de um avolumado número de cartazes para "inflamar" o patriotismo nipônico.

      VICTOR LIMA CORRÊA

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  2. Wander da Silva Mendes.
    Olá Victor, Primeiramente parabéns pelo seu trabalho e obrigado por compartilhar esta reflexão e mais este material didático sobre a II Guerra Mundial. Gostaria de saber se nas suas pesquisas você se deparou com algum material sobre a possível resistência nipônica e sobre a perseguição aos nipo americanos durante este período, pois sabemos que no Brasil houve a Shindo Renmei, já em solo estadunidense desconheço estudos sobre esta resistÊncia, creio que estes cartazes devem ter causado uma enorme polêmica entre os imigrantes japoneses e seus descendentes que já viviam nos EUA na época da guerra. Abraços.

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    1. Olá Wander da Silva Mendes! Obrigado pela pergunta. No decorrer da pesquisa e até o presente momento não tive nenhum contato com material de resistência nipônica em território Norte Americano, creio que isto ocorra pelo fato dos nipônicos em território Americano terem sido confinados a campos de concentração como medida de segurança nacional contra possíveis espionagens, motins, ou possíveis agressões que estes poderiam sofre por meio de Norte Americanos mais exaltados com o ataque a Pearl Harbor.

      VICTOR LIMA CORRÊA.

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  3. Muito bom o texto professor, parabéns! Gostaria de saber como representações de "grandes líderes" (ocidentais e orientais) como figuras animalescas ou mesmo com certo deboche influenciaram produções de críticas internas e externas aos regimes tendo em vista as lutas de representação?

    WELERSON FERNANDO GIOVANONI

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    1. Olá Welerson Fernando Giovanoni. Obrigado pela pergunta! Levando em conta o período em que tais caricaturas, charges e desenhos foram produzidos, encontraremos uma conjuntura de direitos cerceados, mídia censurada, nacionalismos "inflamados", patriotismo "exacerbado", etc. Isto nos leva ao entendimento de que se houveram críticas as produções anti-nipônicas, anti-alemãs, anti-fascismo, estas ocorreram em "minusculas" proporções o que passou desapercebido dos grandes meios de comunicação. Circularam por meio de "pequenos jornais" clandestinos ou informativos críticos que visava mobilizar um pequena resistência a esta propaganda "Maior".
      Quanto as "lutas de representações" ou produções propagandísticas nacionalistas, visavam influenciar o cidadão a se unir à luta contra um mal comum, o que mexia com as emoções da população, fomentando assim a sua colaboração; a compra de bônus de guerra; o alistamento voluntário, etc.

      VICTOR LIMA CORRÊA

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  4. Olá Victor, parabéns pelo excelente texto! Minha pergunta é em relação a divulgação do "inimigo" nesta época. Você acha que ainda hoje a participação japonesa na guerra é contada parcialmente, sob o ponto de vista da América? As propagandas e cartazes mencionados no texto são hoje analisados de forma eficiente, para nos contar a história da participação hipônica na guerra? Obrigada.

    Crislli Vieira Alves Bezerra.

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    1. Olá Crislli Vieira Alves Bezerra. Obrigado(a) pela pregunta! A América do Norte saiu da Segunda Guerra Mundial como a "grande vencedora" do conflito, portanto a maioria de filmes, livros e documentários que são produzidos contam a História da Segunda Guerra como a "luta do bem contra o mal", dando assim posição de destaque aos EUA que foram os grandes detentores do parque industrial, humano e econômico durante o conflito, portanto não existe uma história contada de forma "eficiente", mas versões da História, que são constantemente reescritas e reanalisadas em certos aspectos.

      VICTOR LIMA CORRÊA

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  5. O japão conquistou territórios na costa asiática ao longo do século XIX e XX. O objetivo dessa conquista foi interesses econômicos e políticos. Os territórios conquistados forneciam isso ao Japão. Os Estados Unidos tinham o mesmo objetivo, político e econômico, de conquistar a costa asíatica?
    Marcelo Eduardo Viotto Ignez

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    1. Olá Marcelo Eduardo Viotto Ignez. Obrigado pela pergunta! Os EUA não visavam a conquista da Ásia, mas sim a abertura de seus portos e consequentemente a abertura do mercado asiático para os produtos estadunidenses.

      VICTOR LIMA CORRÊA

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  6. Victor você saberia me informar como ficou a situação dos japoneses que viviam nos EUA durante a II Guerra Mundial? E como essa campanha através de cartazes prejudicou eles?

    Noádia da Costa Lima

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    1. Olá Noádia da Costa Lima. Obrigado pela pergunta! Os japoneses e nipo-americanos que viviam em solo Norte Americano, foram confinados a campos de concentração com o objetivo de evitar a possível espionagem, sabotagem ou motins. Os EUA visavam assim ter um maior controle sobre os nipônicos que residiam em solo americano.

      Quanto aos cartazes, suas mensagens e imagens ajudaram a reforçar o esteriótipo racial e o forte discurso do "japonês traidor". Dai ser mais um motivo para o isolamento de nipônicos em campos de concentração, pois estes poderiam sofrer agressões por parte dos cidadães americanos mais exaltados.

      VICTOR LIMA CORRÊA

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  7. Prezado Victor, parabéns pelo trabalho.

    Você consegue traçar um paralelo desses cartazes com o modo como os japoneses são representados ainda hoje nos filmes de guerra produzidos por Hollywood?

    Abraços,

    Geraldo Magella de Menezes Neto.

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    1. Olá Geraldo Magella de Menezes Neto. Obrigado pela pergunta e parabéns pelo primoroso artigo: O ‘FANTASMA’ VAI À GUERRA CONTRA OS JAPONESES: DIÁLOGOS ENTRE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS, SEGUNDA GUERRA MUNDIAL E ENSINO DE HISTÓRIA.

      A grande maioria dos filmes Estadunidenses que abordam a Segunda Guerra Mundial e que tratam em específico sobre o conflito no Pacífico, buscam representar a figura do soldado japonês como um soldado altamente disciplinado, obstinado, traiçoeiro, na maioria das vezes magro, "não tem medo" de sacrificar a própria vida para conseguir o "bem maior" que seria a exaltação da figura do Imperador e do império japonês, o soldado japonês que não respeita a Convenção internacional de Genebra que ignora o tratamento dos prisioneiros de guerra, que procura matar o soldado médico (protegido pela convenção de Genebra). A lista é bastante extensa.

      Os cartazes analisados acima, trazem mais expressamente a figura do japonês traidor, covarde. Aquele que ataca traiçoeiramente e covardemente as mulheres indefesas. Muitos outros cartazes (que não foram analisados neste artigo) dos anos de 1943, 1944 e 1945, demonstram as representações citadas acima.

      VICTOR LIMA CORRÊA

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  8. Boa noite! Excelente artigo que trata da expansao do imperialismo japonês no Pacifico. Minha pergunta é a seguinte: se o Japão não tivesse atacado Pearl Harbour, talvez os EUA nao teriam entrado na Segunda Guerra. Será que esse ataque japonês foi de surpresa mesmo? O governo americano estava louco para entrar na guerra para proteger a França e a Inglaterra, seus aliados. Pearl Habour foi o pretexto que os americanos queriam.

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    1. Olá benedito Marcos Bigotto. Obrigado pela pergunta! Atualmente sabemos por meio de documentos e relatórios das forças armadas americanas que vários fatores demonstravam o possível ataque a base norte americana de Pearl Harbor foram "ignorados" e/ou não foram tratados com a devida atenção.

      A opinião pública e a maioria do Congresso eram contrários a entrada dos EUA na Guerra, pois esta representava uma ameaça distante (concentrada inicialmente na Europa) o "sinal verde" foi dado logo após o ataque a base americana no Havaí. Consequentemente o Presidente Roosevelt declarou guerra ao Japão.

      VICTOR LIMA CORRÊA

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  9. Parabéns pelo texto! Gostaria de saber porque os japoneses eram representados com a cor "amarela", bem como possuíam formas animalescas e insinuosas. Esse era um fator dominante nas representações dos japoneses nos cartazes da Segunda Guerra Mundial?

    MARIANNY CIRILO BORGES

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    1. Olá Marianny Cirilo Borges. Obrigado pela pergunta! Os japoneses eram representados pela cor "amarela" em virtude do forte discurso racial que dominou o cenário do século XIX e primeira metade do XX, onde o mundo estaria divido em Raças (amarela, branca, negra e os miscigenados). Sendo os japoneses "originados" da raça amarela. Já as formas animalescas e as expressões faciais "dissimuladas e insinuantes" buscavam representar os japoneses mais como "animais" e/ou algo menos humano, assim essas representações objetivavam mexer com as emoções da sociedade norte americana e principalmente com o soldado americano que iria enfrentar diretamente o inimigo japonês na guerra. Esses fatores predominaram nas demais produções propagandísticas durante o período da Guerra.

      VICTOR LIMA CORRÊA

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