Layane de Souza Santos

HISTÓRIA COLETIVA DAS MULHERES: ATIVISMO FEMINISTA NA ÁSIA 

“A primeira história que gostaria de contar é a história das mulheres. Hoje em dia ela soa evidente. Uma história ‘sem as mulheres’ parece impossível. Entre tanto, isso não existia. Pelo menos no sentido coletivo do termo: não se trata de biografias, de vidas de mulheres especificas, mas das mulheres em seu conjunto[...]” (PERROT, 2017. Pg.13.)

Atualmente estamos vivendo uma época em que as mulheres estão indo cada vez mais para o fronte em busca dos seus direitos e sua liberdade. Com isso ouvimos sempre falar de inspirações para nós, no entanto, assim como Michelle Perrot, percebo a falta de destaque a cerca da organização coletiva das mulheres.

Quando averiguamos esse panorama atual, por vezes esquecemos de tratar de localidades mais distantes e alguns enfoques são dados para situações que vem sendo discutidas por espaços mais próximos de nós, provável que ao fazer a reflexão a repeito da pautas feministas logo se pense em descriminalização do aborto, tendo como exemplo, que é um assunto que está sendo discutido de forma intensa neste momento na América Latina; também, é fato que mesmo com direitos já conquistados aqui pelo Brasil, por exemplo, ainda há muito o que exigir, cobrar, para a melhoria de vida e por questões igualitárias de gênero, porém, por vezes acabamos nos fechando somente em nossos problemas locais e esquecendo que o conceito da sororidade é extremamente abrangente e deveria ser mais vivido de forma concreta por quem o busca. Ocasionalmente podemos vir a ter esse choque de realidade ao abrirmos os nossos olhos e mente para outros horizontes e outras problemáticas que precisam e podem ser resolvidas com a força de organização coletiva das mulheres. Não vemos muitas noticias por aqui (Brasil) a cerca de organização feminina no Oriente, Ásia etc, porém muito se vê a cerca do conjunto de questões que podem ser perigosos para a qualidade de vida das mulheres que por lá vivem, a cerca das violências que muitas vezes elas são colocadas diante. Fazer esta trilha de pensamento, é também seguir uma linha tênue entre a construção social e cultural e o que pode vir a ser o correto ou errado, para alguém que está fora do contexto daquele lugar.

Em uma escala menor de região, podemos perceber inúmeras diferenças, seja de fala, com as questões do sotaque; sabores, quando relacionamos a comida e até mesmo de vestimenta. Tais diferenças ficam aparentes quando observamos turistas em nossa localidade, por exemplo, porém, não podemos deixar de ponderar que há uma construção social por trás destas diferenças; ao escutarmos coisas como “Mas, por quê essas mulheres do Oriente aceitam esse tipo de dominação? Eu nunca iria permitir isso comigo.” É uma frase bastante problemática, pois trata-se de realidades totalmente diferentes, criações diferentes etc, sem falar que não é somente por construção social, também  não sabemos quais situações que podem vir a estar ajudando com que tais mulheres fiquem em certas situações.

Sabemos que é árdua a tentativa de revolucionar estes espaços, revolucionar no sentido moderno descrito por Hannah Arendt “Do ponto de vista simbólico, poder-se-ia dizer que o palco para as revoluções, no sentido moderno de uma transformação completa da sociedade[...]” (ARENDT, 1988. Pg.18.), buscar esta mudança completa da sociedade, dar o ponta pé inicial já se mostra preocupante, ainda mais quando não se tem uma multidão junto com você e um dos seus deveres ainda é convencer a grande massa sobre este ideal, estas questões são atenuantes para as vezes continuarmos em uma  realidade que nem sempre é satisfatória, porém sempre se tem os picos de esperança e luta que quando acreditados e firmes, conseguem aos poucos realizar esta mudança e quando pensamos na região do Oriente existem inúmeros focos deste tipo, que infelizmente são pouco comentados por aqui, o que se pode fazer com o resultado disto? Desta falta de informação, é buscar a alteração.
Como ponto de mudança de situações como essa, é necessário mais informações a cerca deste mundo que mesmo sendo compartilhado por todos nós parece tão distante e diferente, quando se trata de estar do outro lado dele. 

Na busca de informações procuramos os meios que estão mais próximos de nós, como internet, revistas etc, no momento em que comecei a sondar informações a respeito do ativismo de mulheres do Oriente, comecei por uma revista, “Guia do Mundo: especial feminismo”, onde se prometia explicar sobre o movimento político de várias formas e desde de um possível início dele, pois bem, na revista não encontrei nada que comentasse a respeito destas mulheres o que preocupa e tem preocupado de certa forma.

Como aluna de graduação em licenciatura em história e contando com experiências em sala, pude também buscar informações por exemplo, em livros didáticos e novamente constatei que não se tinha escritos sobre estas mulheres, sabe-se desta deficiência em nosso ensino e que muitos vêm tentando ser modificar esta situação.

“A História, enquanto ciência do passado permite ao aluno compreender como a humanidade se configurou ao longo do tempo bem como os elementos sociais, econômicos e políticos que constituem essa configuração.[...] As mulheres fazem parte do grupo de oprimidos ao longo da história, a exemplo da sociedade grega. Ao estudar as grandes civilizações, a Grécia aparece como sendo uma das maiores e principais delas, mas e quanto às mulheres da sociedade grega? O que conhecemos em relação a elas? Sabemos das formas de resistência que elas empregaram na antiguidade? Alguma representação sobre essas mulheres são construídas no ensino de história por meio dos livros didáticos? Quais são elas?” (PEREIRA, 2013. Pg. 10-11.)

Como citado por Alline Pereira, a ciência histórica permite o aluno conhecer as construções que o cercam e as demais para que ele possa vir a ter uma noção do que está a sua volta e mesmo em assuntos recorrentes como as sociedades gregas já se tem uma omissão das mulheres, me pergunto sobre os assuntos que pouco são trabalhados em sala por aqui ou até podem vir a ser trabalhados em certos, mas não são colocados de forma ampla e historicizando o contexto do que é passado.
Pensando dessa forma e na tentativa de ajudar a se conhecer um pouco mais sobre os assuntos, apresento uma seleção de organizações ou feitos ativistas que podem vir a auxiliar a procura deste assunto e em especial sobre mulheres das localidades do Oriente, Ásia central etc.

Marjane Satrapi
“Marjane Satrapi, nome artístico de Marjane Ebihamis, nasceu em Rasht e cresceu em Teerã. [...] É filha de pais politicamente ativos, contrários a monarquia do Xá, pela crescente repressão das liberdades civis e as consequências da política iraniana na vida cotidiana [...] Os pais de Marjane receavam que a jovem, uma adolescente de 14 anos com muita força de vontade e pouca disciplina, entrasse em conflito com as novas, e rigorosas, regras públicas para mulheres. Eles conseguiram que ela fosse estudar fora do país e em 1983 ela chegou em Viena, Áustria, para frequentar o Liceu Francês de Viena.” (PATO, 2013.)

Na primeira parte da HQ, Satrapi faz um enfoque em sua infância e adolescência, mostrando o seu cotidiano no meio da chamada “revolução islâmica”, e como as mudanças que estavam acontecendo naquele momento deixavam as crianças perdidas com certas colocações, como o uso obrigatório do véu nas escolas.

Escolher Marjane, é lembrar que os quadrinhos não são totalmente aproveitados para nos remeter a localidade e ao momento que ela descreve neles, sendo que é uma ferramenta que seria extremamente atraente para os alunos para uma aprendizagem mais lúdica, não esquecendo da seriedade por trás dos desenhos, além de também existir um filme derivado dos quadrinhos “Persépolis, 2007”, o que pode vir a ser aproveitado igualmente nas salas de aula e como forma de informação para todos.

“[...] espécie de autobiografia da cartunista iraniana Marjane Satrapi, demonstra essa reviravolta. Persépolis pode ser lida como uma nova perspectiva sobre temas muitas vezes incompreendidos no Ocidente, tais como a situação política do Irã, a identidade iraniana e o islamismo.” (MARRA, 2014. Pg. 20.)

In http://www.mundodoslivros.com/2017/01/comic-resenha-persepolis-por-marjane.html

Mesmo com a proposta do enfoque no coletivo, opto por iniciar com a Marjane, pois, seus quadrinhos são bastante utilizados no ensino básico, também são utilizados na prova do ENEM, que como sabemos é um dos exames mais importantes atualmente no Brasil.

In https://vestibular.brasilescola.uol.com.br/enem/voce-sabe-resposta-das-questoes-mais-dificeis-historia-enem.htm

Satrapi e seus hq’s se tornam uma inspiração, não somente falando do Persépolis, mas também de suas outras obras.

“Com toda essa jornada da quadrinista, fica evidente que a vida privada das mulheres do Irã é tão viva como a nossa. É isso que Satrapi procura mostrar em Persépolis e, sobretudo, em Bordados, uma breve arte sequencial sobre as iranianas de sua família.” (BORBOREMA, 2012.)

Em suas obras são retratadas lutas das mulheres ao seu redor, seja pelo direito ao seu corpo ou sua sexualidade, por estas e outras mais, Marjane é uma inspiração de resistência para todas as mulheres.

Malala Yousafzai
“Malala nasceu em 12 de julho de 1997, em Mingora, a maior cidade do Vale do Swat, região montanhosa e tribal ao noroeste do Paquistão e próxima à fronteira com o Afeganistão. A situação geral da educação no país é de extrema precariedade e, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o país tem mais de cinco milhões de menores entre cinco e 11 anos que não frequentam a escola, sendo que duas em cada três crianças são meninas. O Paquistão ocupa o terceiro pior posto no índice mundial relativo à igualdade dos sexos no sistema educacional. Na província onde Malala vivia, Khyber Pakhtunkhwa, a taxa de analfabetismo entre as mulheres é superior a 60%.” (IKMRV, 2017.)

Malala foi escolhida por toda representatividade que ela carrega, a mais jovem ganhadora do Nobel da Paz, tem toda uma história de ativismo em sua localidade, seja por sua liberdade e direito de estudos ou por suas colegas. “Malala mudava o caminho para a escola todos os dias, escondia os livros sob a roupa e não usava mais o uniforme para não chamar a atenção. Em 2009, encorajada por seu pai, começou a escrever o blog “Diário de uma estudante paquistanesa” para a BBC urdu, com o pseudônimo Gul Makai, sobre as dificuldades que enfrentava no Vale do Swat sob a égide do Taliban. Sua identidade real tornou-se conhecida através do documentário produzido pelo “The New York Times” no mesmo ano, “Class Dismissed”.

Àquela altura, Malala já havia se tornado um ícone para as meninas da região por defender a educação feminina e criticar abertamente o Taliban, algo que nem os políticos paquistaneses faziam por medo. Malala ganhou prêmios e conseguiu das autoridades melhorias para as escolas da região. Em dezembro de 2011, recebeu do primeiro-ministro Yousaf Paza Gilano o Prêmio Nacional da Paz – rebatizado com seu nome, assim como o colégio onde estudava. Na cerimônia, revelou o desejo de formar um partido político para defender a educação.

Em outubro de 2012, homens armados entraram no ônibus escolar onde viajava e perguntaram por Malala. Quando uma colega de classe apontou para ela, um homem armado atirou em sua cabeça e a bala atravessou o pescoço, instalando-se no ombro. Os tiros também feriram outras meninas que estavam no ônibus. Malala foi levada para a Inglaterra, onde fez uma operação para reconstruir o crânio e restaurar a audição no Queen Elizabeth Hospital.” (IKMRV, 2017)

Mesmo com o atentado Malala não desistiu de sua luta e inclusive veio recentemente ao Brasil para falar sobre educação e emancipação feminina e sobre sua organização Malala fund, onde fez convites para brasileiras integrarem e ajudarem na educação feminina através da fundação. Além de toda sua história, Malala já publicou livros, como “Eu sou Malala” e “Malala, a menina que queria ir para a escola”, que podem ser utilizados no ensino e incentivo da leitura para os alunos.

As cinco feministas 
Li Tingting, Wei Tingting, Wu Rongrong, Wang Man e Zheng Churan, são famosas ativistas chinesas que em meados de 2015 foram detidas quando estavam preparando uma campanha sobre assédio sexual.

“Pouco antes da Assembleia Geral da ONU em Nova York realizar um encontro mundial sobre mulheres liderado por Ban, o presidente da China, Xi Jinping, e a diretora-executiva de ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, as "Cinco Feministas", como são conhecidas na China, asseguraram que depositam grandes esperanças nessa reunião.” (UOL, 2015.)

As cinco mulheres escreveram uma carta ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, para recordá-lo da repressão que a mulher sofre na China e pedir que seus casos e outros sejam atendidos: "O presidente Xi pode nela dar exemplo e reforçar os compromissos fixados na Conferência Mundial sobre Mulheres (realizada em Pequim em 1995) anunciando planos concretos para promover a igualdade de gênero e os direitos da mulher", destaca a carta.”
(UOL, 2015.)

Este fato e essas mulheres foram destacados exatamente por conta de lembrar a força das mulheres chinesas e mostrar que elas estão lutando por sua liberdade, apesar da grande repressão sofrida por elas. Outro ponto é relembrar a respeito da Conferência Mundial sobre Mulheres em Pequim, 1995, que teve como tema: Ação para a Igualdade, o Desenvolvimento e a Paz. Que percebo como um capítulo de extrema importância, não somente para as chinesas, mas para todas as outras ao redor do mundo, levando em consideração o caráter mundial do encontro.

“Para a ONU, ‘a transformação fundamental em Pequim foi o reconhecimento da necessidade de mudar o foco da mulher para o conceito de gênero, reconhecendo que toda a estrutura da sociedade, e todas as relações entre homens e mulheres dentro dela, tiveram que ser reavaliados. Só por essa fundamental reestruturação da sociedade e suas instituições poderiam as mulheres ter plenos poderes para tomar o seu lugar de direito como parceiros iguais aos dos homens em todos os aspectos da vida. Essa mudança representou uma reafirmação de que os direitos das mulheres são direitos humanos e que a igualdade de gênero era uma questão de interesse universal, beneficiando a todos’”.(ONU Mulheres, 2018.)

In http://www.onumulheres.org.br/planeta5050-2030/conferencias/ 

Nesta conferência são estabelecidas 12 diretrizes em relação a melhoria de vida e direitos das mulheres e meninas chinesas, como: Educação e Capacitação de Mulheres; Mulheres e Saúde; Violência contra a Mulher; Mulheres e Conflitos Armados; Mulheres e Economia.

É um exemplo importante, pois mostrando sobre essa conferência se pode comentar a cerca das outras que já aconteceram, o que pode tornar a aula dinâmica e ajudar o aluno a conhecer outras localidades e como é para as  mulheres estas reuniões e os seus resultados, o que vem mudando após elas, o que foi conseguido ser alcançado e o que ainda precisa ser  colocado em pauta.
Apesar de não ter sido uma lista tão extensa, acredito que são exemplos que podem ser muito bem trabalhados e que com toda certeza renderiam muitas aulas e exemplificações a respeito da localidades de onde eles se originam. Com isto, espero que cada vez mais busquemos saber a respeito das outras mulheres que não estão em nosso meio de convívio e que possamos nos atentar para falar mais sobre mulheres e dar o protagonismo por direito que nos foi tirado por tanto tempo.

Referências 
Layane de Souza Santos é graduanda pela Universidade Federal do Pará.
Mail: Layaness811@gmail.com

ARENDT, Hannah. Da revolução. Brasília: editora ática Unb. 1988. Pg.18.
Brasil Escola. Disponível em: https://vestibular.brasilescola.uol.com.br/enem/voce-sabe-resposta-das-questoes-mais-dificeis-historia-enem.htm Acesso em: 07.09.2018
IKMRV. Disponível em: http://www.ikmr.org.br/malala-yousafzai-biografia/ Acesso em: 07.09.2018
ONU Mulheres Brasil. Conferências Mundiais da Mulher. Disponível em: https://www.facebook.com/dialog/send?link=http%3A%2F%2Fwww.onumulheres.org.br%2Fplaneta5050-2030%2Fconferencias%2F&app_id=521270401588372&redirect_uri=https%3A%2F%2Fwww.sharethis.com Acesso em: 07.09.2018
PATO. Marjane Satrapi. Disponível em: http://mulheres-incriveis.blogspot.com/2013/03/marjane-satrapi.html Acesso em: 07.09.2018
PERROT, Michelle. Minha história das mulheres. 2ª edição. São Paulo: Contexto, 2017. Pg.13.
PEREIRA, Alline. A representação da mulher no livro didático de
História. 2013. 51f. Monografia de especialização - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2013.
BORBOREMA, Michelle. Bordando com Marjane Satrapi. Disponível em: https://blogueirasfeministas.com/2012/07/24/bordando-com-marjane-satrapi/  Acesso em: 07.09.2018
Mundo dos livros.  Disponível em: http://www.mundodoslivros.com/2017/01/comic-resenha-persepolis-por-marjane.html  Acesso em: 07.09.2018
LAISA MARRA. Tradição e transgressão em Persépolis, de Marjane Satrapi. Nau Literária: crítica e teoria de literaturas. Porto Alegre. Vol. 10 N. 01. Pg 20-35.  jan/jun 2014
Uol. Feministas lembram à ONU repressão sofrida pelas mulheres na China. Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/mundo/asia/feministas-lembram-a-onu-repressao-sofrida-pelas-mulheres-na-china,482c81ad9e85a02eb87a9d581ba258f7jdawt347.html Acesso em: 07.09.2018


37 comentários:

  1. Olá Layane, Boa tarde
    O seu texto me fez lembrar de um caso em 2012, um estupro coletivo de uma estudante de fisioterapia, que tomou conta dos noticiários do Brasil e chocou a todos que observava aquelas noticias na tela da tv, ela foi estuprada e segundo os noticiários ainda teve uma barra de ferro introduzido em sua genitália o que lhe casou danos levando assim a morte , o caso chocou tanto que mulheres se mobilizaram em protesto organizado e na próprio meio digital, como você observa os debates sobre violência e gênero, levando em consideração isso, como ele poder ser abordado em sala de aula ? a cultura do estupro no Brasil é permeada da ideia de onde a mulher é culpada pela roupa e jeito de ser, como você acredita que a luta do feminismo é possível reverter isso ? e como você observa o protagonismo feminino mundo a fora, tem contribuindo para o feminismo no brasil ? a ascensão de mulheres tanto na politica como no meio digital e altas esferas do poder contribuir na diminuição da cultura do estupro ?
    Bjs att,

    Eliandra Gleyce dos Passos Rodrigues

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    1. Olá, Rodrigues, muito obrigada por ter lido o meu texto e por este depoimento. Ele me fez lembrar de diversos casos que vêm eclodindo já há algum tempo na mídia e em outros espaços.
      O feminismo é dividido por três ondas, a primeira seria o início da movimentação feminina de forma política, temos como marca a luta pelo sufrágio, pelo direito o divorcio entre outras e mulheres predominantemente brancas. Já na segunda onda, podemos observar uma diversidade entre as participantes e o aumento de estudos e pautas, a segunda onda estoura por volta dos anos 60, meados do século XX, onde temos a pílula anticoncepcional, os questionamentos sobre a autonomia de nossos corpos, incluindo a nossa sexualidade etc. Já, na terceira onda, temos um pensamento mais global de pautas, incluindo meio ambiente entre outras. Alguns estudiosos afirma que atualmente estamos vivenciando uma quarta onda, que seria movimentada pela internet, onde nós já tivemos várias tags na tentativa de exposição do que sofremos diariamente, por isso, penso que os debates em mídias sociais são extremamente importantes, pois dão uma visibilidade e um possibilidade de fala, que por vezes não se consegue em tv, jornal etc, porém é preciso ficar atenta, pois, assim como se tem uma facilidade maior para boas informações, também temos para as desinformações, visto que muitos dos esteriótipos que movimento carrega, parte é por conta disso.
      Eu acredito que é para já, que esses debates têm que ser levados, o município onde eu resido é o campeão de feminicídio no Brasil, acredito que 8 entre 10 mulheres (isso sendo bem simpática), tem ou já tiveram amigas que sofreram algum tipo de violência, por ser mulher. Uma forma de comentar sobre é intercalar com os assuntos que estão dispostos em seu plano de trabalho ou aproveitar as datas marcantes, existem várias outras datas onde se pode falar de mulher, para além de 8 de março. Uma data, por exemplo seria 25 de novembro, dia internacional da luta da Não-violência contra mulher latino americana e caribenha ( link de informação http://www.andes.org.br/andes/print-ultimas-noticias.andes?id=9187 ), onde se pode vir a ter essas discussões. Eu acredito que a educação pode mudar o mundo e para isso devemos cada vez mais levar estas questões para as escolas e ensinar uma visão diferente do que sempre foi mostrado. Acredito também que o as mulheres feministas, juntamente com todas outras que buscam seus direitos, podem sim vir mudar e desnaturalizar essas opiniões que falam sobre a mulher ser culpada de um ato totalmente ruim como o estupro, têm uma construção histórica imensa por trás desses pensamentos, as mulheres foram feitas para ficar dentro de casa e não para as ruas, devemos nos cobrir pra não chamar atenção e quem deseja fugir de tudo isso, acaba saindo de um padrão e pode vir até a causar ódio em alguns homens, por simplesmente querer fazer o que quer.
      O protagonismo feminista mundo a fora sempre contribuiu para cá, pois é no exterior que se inicia este debate e parte da literatura base para essas discussões são de autoras de fora, porém na greve geral de 8 de março de 2017, a exemplo da marcha das mulheres no E.U.A, mulheres de várias partes do mundo, incluindo o Brasil se uniram, então percebo desta forma as contribuições.
      Certeza que pode, por exemplo, estamos em ano de eleição e como pode nós que somos mais da metade da população deste país sermos minoria na política, ainda hoje. Isso é um atraso significativo nas pautas que lutamos e na propagação de debates como esse, sobre o estupro, nós podemos mudar vidas, salvar vidas com a informação e formação para as pessoas.
      Espero ter conseguido te responder, beijão.
      Nós por nós.

      Layane de Souza Santos

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  2. Mauren Vieira Benincá1 de outubro de 2018 às 16:09

    Boa tarde Layane,

    Primeiro gostaria de lhe dar os parabéns pelo excelente texto, e pelas reflexões que provocou em mim durante a leitura. Seria de extrema valia na conjuntura política que o Brasil se encontra no momento se todos pudéssemos refletir acerca dos tópicos de discussão que você aborda.
    Como mulher de uma sociedade ocidental e feminista, me pego diversas vezes refletindo sobre o dilema que é os formatos existentes de reivindicação sobre o feminismo nas mais diversas sociedades existentes no mundo, especialmente em sociedades orientais que tendem a ser tão divergentes da nossa realidade.

    O seu texto me trouxe a lembrança sobre um fato que ocorreu a alguns meses atrás, no Japão, onde diversos reitores de universidades foram condenados por falsificarem resultados das provas de ingresso das mulheres japonesas nas faculdades de medicina do país, algo que acontecia há mais de 30 anos. Me lembrei deste fato, pois tive a oportunidade de conhecer o Japão no ano passado e conviver com algumas universitárias japonesas, que me relataram a dificuldade que ainda sofrem, em pleno ano de 2018 num dos países mais desenvolvidos no mundo, de serem aceitas pela família e pela sociedade como pessoas que querem garantir a sua independência econômica, social e intelectual. O Japão hoje passa por uma grave crise de natalidade, e os relatos quase sempre recaem sobre a culpa das japonesas mais jovens em se negarem à maternidade e ao matrimonio, mascarando as pesquisas que indicam que a maior porcentagem de negação desses tópicos se encontram entre os homens japoneses.

    Feminismo no Japão é um tópico interessante de ser refletido, pois tem dicotomias a serem exploradas. Como você vê o futuro do feminismo nesse país?

    Muito Obrigado!
    ----------------

    Mauren Vieira Benincá

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    1. Olá, Mauren. Muito triste está lembrança que você teve, porém sabemos que casos como esse facilmente acontecem e o pior de tudo, é que quem levaria a culpa por isso, ainda seriamos nós mulheres, pois, parece errado para uma parte que nós façamos o exercício de lutar a favor de nós mesmas.
      Está pergunta, vejo de forma extremamente complexa, pois é muito subjetivo o futuro de um localidade e ainda mais de um movimento que é tão odiado. Eu espero sinceramente, que o movimento e a consciência feminina possa crescer a cerca dessas questões, sabemos que as vezes as coisas parecem andar a passos lentos, porém, já é alguma coisa perto da antiga realidade, mesmo que mudada minimamente. Por fim, peço que fiquemos atentas ao panorama atual em que estamos vivendo e que nós não esqueçamos de tudo que já conquistamos por aqui e os passos a união feminina que demos.
      Espero ter ajudado. Nós por nós.
      Layane de Souza Santos

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  3. Oi Layane. Parabéns pelo texto. Os movimentos feministas representam uma grande resistência aos enfrentamentos que temos no nosso cotidiano, servindo de exemplo não só na luta contra o machismo, mas também contra qualquer discursos e práticas reacionárias que limitem os direitos e à diversidade que nos pertence enquanto seres humanos. Os movimentos não são homogêneos e, parte deles por agirem de maneira classificada como "radical", com protestos mais contundentes acabam rotulando pejorativamente todo o princípio dos movimentos, por parte daqueles que são resistentes à ruptura da sociedade patriarcal e hierarquizada. Como é possível os movimentos feministas alcançarem êxito que não pelo caminho do diálogo? Correndo o risco de entrarmos no paradoxo da intolerância, ou seja, debater com os intolerantes. Obrigado! Abraço!

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    1. Obrigada pelo comentário e pela leitura do texto, Maicon.
      Então, começo a resposta relembrando que muitas pessoas generalizam e não sabem que dentro do feminismo existem vertentes, na tentativa de abranger ao inúmeros tipos de mulheres existentes. Muitos pensam que o feminismo radical, é o que faz aquelas manifestações polêmicas etc, porém radical, vem de raiz e o radfem, pelo contrário, luta contra coisas como mulheres se chamarem de "putas", "vadias" etc. Pois, bem, eu não acredito que exista um caminho diferente do diálogo, por quê se assim, as mulheres escolhessem, nós mulheres estaríamos nos igualando aos machistas e misóginos; eu não parto do princípio que o sonho do oprimido é ser o opressor e o feminismo não prega violência, preza o debate, o diálogo. Nunca foi fácil, não é de agora que as feministas sofrem com esses esteriótipos e falta de informação.
      Acredito que é, respirar fundo e convencer com conhecimento, isso sim pode mudar tudo.
      Abraço.

      Layane de Souza Santos

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  4. Boa tarde, Layane!
    Primeiramente, gostaria de te parabenizar pela importância do tema tratado. Me chamou a atenção no seu texto você ter mencionado Marjane Satrapi e Malala Yousafzai, as quais já li, são mulheres admiráveis, e hoje são vistas como símbolos de resistência feminina em países orientais. Ainda não conhecia as ativistas chinesas mencionadas, e adorei conhecer. Essas escolhas são boas, ainda, por serem mulheres contemporâneas a nós, o que pode inspirar muitas meninas.
    Gostaria de recomendar uma leitura, se é que você já não leu: os livros da autora chinesa Xinran. Ela trata de muitas questões femininas: em alguns livros, fala sobre trabalho, em outros, sobre maternidade (e como tudo isso está mergulhado na cultura tradicional chinesa, por vezes extremamente repressiva).
    Interessantíssima sua colocação de que nos pautamos mais por casos particulares de mulheres orientais que questionam o sistema patriarcal do que por ações coletivas na Ásia que lutam por direitos femininos. É algo sobre o que eu nunca havia pensado, então obrigada por isso.
    Eu gostaria de saber como você enxerga essa linha tênue entre respeitar as culturas locais e suas tradições e, ao mesmo tempo, exigir mudanças que aparecem como demandas “globais”. Quero dizer, como conciliar o relativo (cultural) e o absoluto (direitos humanos) nesse contexto dos femininos asiáticos? É possível fazer isso?
    Muito obrigada, e parabéns novamente! Abraço,
    Natasha Ribeiro Hennemann

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    1. Olá, Natasha. Fico feliz de ter lhe levado a refletir algo que ainda não havia sido ressaltada aos seus olhos. Obrigada pela indicação de bibliografia e pelo comentário interessantíssimo. Então, acredito que uma form de conciliar essa questão seria o conhecimento sobre aquela situação; as vezes as mulheres nem acesso a outras informações tem e não sabem que existe uma realidade diferente, porém isso tem que ser feito com bastante cuidado e calma, as desconstrução de uma criação, de algo naturalizado a nós, não se dá do dia para a noite, é preciso mostrar outras vias, ter diversos exemplos e muita perseverança para que as coisas sejam modificadas. Um exemplo de uma vitória nesse campo por exemplo, foi a criminalização do estupro no oriente, algo recente, sabemos que isso é extremamente horrível e mesmo assim em algumas localidades ainda eram usados como uma forma de punição as mulheres, a informação foi chegando e sendo disseminada, as mulheres tomando ciência de que isso é uma ação brutal e misógina, muito tempo de discussão e luta, longos anos até a consolidação de uma lei contra isso.
      Espero ter ajudado. Nós por nós.
      Layane de Souza Santos

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  5. Bom dia Layane, parabéns pelo texto
    Possuo um certo interesse na história feminina no oriente, especialmente no Japão durante o Período Sengoku, mas é um desafio se encontrar fontes ou textos historiográficos a respeito não só deste período, mas da Ásia como um todo.
    Em sua pesquisa você teve esta dificuldade? Qual seria o caminho para o estudo dessa parcela da população que, ao contrário do que aparece no ''senso comum'' teve um papel importante nos processos históricos.
    Agradeço a atenção e novamente parabéns pelo trabalho.

    Matheus Felipe Francisco

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    1. OI, Felipe. Gratidão pelo interesse em meu texto e pela partilha feita. Tive dificuldade em encontrar casos não tão famosos e a coletividade, a história coletiva feminina não é algo visto nem por aqui, logo as informações são bem resumidas. Felizmente, tive a oportunidade de ir conhecendo esse nomes, ainda no ensino básico, fui colhendo as informações e juntando as ideias ao longo do tempo, isso também não quer dizer que não tive uma lacuna enorme quanto as localidades dispostas no texto, mas tive a felicidade de ir conhecendo essas mulheres. Não desista e aprimore o seu interesse, não é fácil, mas vale a pena fazer o que gostamos. Uma dica boa para conseguir mais fontes é buscar aprender a língua da localidade que pretendes abordar, caso seja algo especifico, pode parecer meio estranho, mas pode facilitar sua vida na leitura de fontes do local.
      Sobre qual seria o caminho, acredito que o primeiro passo é ir atrás das informações, histórias, construções, acredito que desde esse momento já iremos abrir os nossos olhos a este novo horizonte. As vezes as áreas de pesquisas parecem monopolizadas, mas se não dermos o primeiro passo para mudar, não conseguiremos modificar esta realidade.
      Espero ter ajudado.

      Layane de Souza Santos

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  6. Layane que maravilha de tema você nos trouxe. Estou começando leituras sobre feminismo e confesso que não pensei em feminismo no Oriente. Minha pergunta é como podemos ajudar o feminismo no Oriente sendo esses países com tantas tradições e costumes tão diferentes dos ocidentais?

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    1. Olá, Gisele, grata por você ter lido o meu texto e por ter comentado. Então, acredito que o primeiro passo de tudo é buscar conhecer sobre, ter mais informações etc, justamente para não reproduzirmos os esteriótipos. Outra coisa, é propagar esse conhecimento, não reter informações e sempre que possível corrigir as errôneas;penso que ao fazermos isso já estaremos fazendo algo, muitas vezes nos calamos e deixamos noções deturpadas serem formadas. Outra coisa que podemos fazer é pesquisar sobre ong's, órgãos entre outras, que têm uma história de ativismo nessas localidades ou que nasceram por lá e vem se propagando, como a que foi citada no texto, que foi fundada pela Malala.
      Espero que tenha ajudado. Abraços.
      Nós por nós.

      Layane de Souza Santos

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  7. Parabéns pelo exercício de reflexão. Gostaria que você apontasse, se fosse possível, mais autoras feministas e historiadoras ligadas ao Oriente Médio e Ásia. Grata.
    Jeane Carla Oliveira de Melo

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    1. Olá, Jeane, muito obrigada pelo comentário e por ter lido o texto.
      Segue indicação de alguns textos e autoras.
      1. A mulher no Oriente Médio e o Feminismo Islâmico (Claudia Santos) link de acesso ao artigo:
      http://www.humanas.ufpr.br/portal/conjunturaglobal/files/2016/02/A-mulher-no-Oriente-M%C3%A9dio-e-o-Feminismo-Isl%C3%A2mico_Claudia-Santos-1.pdf

      2. O diário de Miryyam (Myriam Rawick)
      Link para saber mais: http://www.atribuna.com.br/noticias/noticias-detalhe/cultura/literatura-mostra-como-vivem-mulher-e-criancas-nos-conflitos-do-oriente-medio/?cHash=6059ea4f7cb0c8ade579f143a8029ed4

      3. Revolution Graffiti: Street Art of the New Egypt (Mia Gröndahl)
      Link para saber mais: https://www.greenme.com.br/morar/arte-urbana/2965-grafiteiras-arabes-mulheres-oriente

      4. Feminismo, Oriente Médio e Relações Internacionais: uma visibilização importante (Monique de Medeiros Linhares, Rachel Emanuelle Lima Lira Farias de MeloMurilo Mesquita Melo e Silva)
      link de acesso do artigo: https://simporiente2018extremo.blogspot.com/p/historia-coletiva-das-mulheres-ativismo.html?showComment=1538710969785

      5. Alguns links de revistas, blogs etc, sobre o tema:
      https://emais.estadao.com.br/blogs/nana-soares/voce-ja-ouviu-falar-de-feminismo-asiatico/

      https://outracoluna.wordpress.com/2017/03/08/feminismo-asiatico-identidade-raca-e-genero-2/

      http://www.amanha.com.br/posts/view/1932/mulheres-na-asia

      https://tvi24.iol.pt/internacional/violencia-domestica/mulheres-descartaveis-um-estigma-que-atingiu-o-sul-da-asia

      Espero ter ajudado. Abraços.
      Nós por nós.

      Layane de Souza Santos

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. r muito tempo as mulheres foram excluídas da História, principalmente no Oriente onde a mulheres não tem tanta autonomia.

    Mariana Silva Lopes

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    1. Olá, Mari, obrigada por compartilhar este pensamento. Concordo com o que dizes e ainda continuo, é preciso que isto mude e isto tem que partir de nós mulheres, quem melhor para falar a respeito de nossas vivencias e lutas diárias?
      Abraços e nós por nós.

      Layane de Souza Santos

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  10. Oi, Layane! Gostei muito da tua colocação quando mencionas que "existe uma linha tênue entre a construção social e cultural e o que pode vir a ser o correto ou errado, para alguém que está fora do contexto daquele lugar." Isso me lembrou o livro O mundo se despedaça do autor nigeriano Chinua Achebe. Quando li esse livro em uma disciplina de História da África, lembro de vários colegas terem ficado horrorizados com o "papel da mulher" descrito no livro. Surgiram comentários como: "mas elas não exerciam outra atividade que não fosse cozinhar?". O que não paramos para pensar com a nossa cabeça ocidental, é que no contexto descrito pelo livro, a atividade mais sagrada possível desempenhada pelas mulheres, era a preparação dos alimentos para sua família. Desta forma, conseguimos pensar em como as demandas são diferentes em contextos diferentes. Enfim, tudo isso para dizer o quanto concordo com a tua afirmação. Fiquei muito entusiasmada com o tema, eu conhecia a Malala mas as outras mulheres mencionadas eu não tinha tido a oportunidade de conhecer. Eu gostaria de te perguntar quais foram as tuas dificuldades de pesquisa e se tu conseguiu identificar alguma semelhança/diferença com o contexto do Brasil. No mais, obrigada pelo texto e parabéns, é uma leitura muito fluida e interessante! :)

    Mariana Probst Luiz

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    1. Olá, Mariana, as dificuldades se deu na busca de informação sobre o assunto e na formulação de pensamento, no que escrever sobre, é muito difícil observarmos uma realidade diferente da nossa, caminhar sem ferir ou escrever coisas errôneas sobre a nova realidade. Acredito que as semelhanças, são que, misoginia, machismo, tem uma vitima certeira, somos nós. Não importa a localidade e como ele se mostra, as mulheres sempre vão ter que provar duas vezes sobre o que está afirmando e apesar de sermos vitimas, ainda vamos ter que escutar que somos culpadas pelas coisas ruins e perspectivas que depositam sobre o ser mulher. As diferenças, acredito que esteja na liberdade, aqui no Brasil, apesar de tantos ataques, nós ainda temos a liberdade para certas coisas, como acesso ao estudo, que é algo básico ou se reunir e falar abertamente sobre feminismo entre outros.
      Muitíssimo obrigada pelo interesse em meu texto e pelo comentário. Espero ter ajudado. Nós por nós.
      Layane de Souza Santos

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  11. Olá, Gabriela, desde já lhe agradeço por ter lido meu texto e ter feito este comentário interessante. Fico Feliz que o meu texto tenha lhe causado estas reflexões e espero que elas te ajudem em seu cotidiano, como mulher em meio a sociedade que vivemos, juntas somos mais.
    Andei fazendo mais pesquisas e achei dois links bem interessantes com dicas de filmes e até livros que possam vir a ajudar você nesta questão. Segue os links 1 http://educacaointegral.org.br/reportagens/16-filmes-para-debater-os-direitos-das-mulheres/
    2 http://feminislam.blogspot.com/2016/02/filmes-que-toda-mulher-deveria-assistir.html

    Nestes links, têm uma seleção com filmes e documentários de diversas localidades e que mostram um horizonte diferente, inclusive por aqui, no Brasil. Então, pega a pipoca e aproveita.
    Um grande abraço e nós por nós.

    Layane de Souza Santos

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  12. Parabéns Layane pelo trabalho realizado, tenho grande valor sentimental pelo tema. Referente a questão de não ter um olhar ocidentalizado para o Oriente, quais leituras vc recomendaria para ampliar o ponto de vista e para não cair nesse erro?
    Brenda Luily da Silva Gonçalves

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    1. Olá, Brenda. Agradeço a leitura do texto e a disponibilidade para pergunta. Então, acredito que as leituras que se devem ser feitas são as que mostram o contexto de fora, as que procuram mostrar como as questões são construídas e se desenvolvem por lá; sem isso, não iremos conseguir abrir a visão sobre as diferenças entre as localidades.
      Algumas dicas de leitura.
      1. A mulher no Oriente Médio e o Feminismo Islâmico (Claudia Santos) link de acesso ao artigo:
      http://www.humanas.ufpr.br/portal/conjunturaglobal/files/2016/02/A-mulher-no-Oriente-M%C3%A9dio-e-o-Feminismo-Isl%C3%A2mico_Claudia-Santos-1.pdf

      2. O diário de Miryyam (Myriam Rawick)
      Link para saber mais: http://www.atribuna.com.br/noticias/noticias-detalhe/cultura/literatura-mostra-como-vivem-mulher-e-criancas-nos-conflitos-do-oriente-medio/?cHash=6059ea4f7cb0c8ade579f143a8029ed4

      3. Revolution Graffiti: Street Art of the New Egypt (Mia Gröndahl)
      Link para saber mais: https://www.greenme.com.br/morar/arte-urbana/2965-grafiteiras-arabes-mulheres-oriente

      4. Feminismo, Oriente Médio e Relações Internacionais: uma visibilização importante (Monique de Medeiros Linhares, Rachel Emanuelle Lima Lira Farias de MeloMurilo Mesquita Melo e Silva)
      link de acesso do artigo: https://simporiente2018extremo.blogspot.com/p/historia-coletiva-das-mulheres-ativismo.html?showComment=1538710969785

      5. Alguns links de revistas, blogs etc, sobre o tema:
      https://emais.estadao.com.br/blogs/nana-soares/voce-ja-ouviu-falar-de-feminismo-asiatico/

      https://outracoluna.wordpress.com/2017/03/08/feminismo-asiatico-identidade-raca-e-genero-2/

      http://www.amanha.com.br/posts/view/1932/mulheres-na-asia

      https://tvi24.iol.pt/internacional/violencia-domestica/mulheres-descartaveis-um-estigma-que-atingiu-o-sul-da-asia

      Espero ter ajudado. Abraços.
      Nós por nós.

      Layane de Souza Santos

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  13. olá Layane parabéns pelo belíssimo trabalho, diante desse contexto percebemos que por muito séculos a mulher foi invisibilizada historicamente,atualmente a mulher ocidental vem ganhando espaço através de muitas lutas, vivenciadas de maneira constantes. Na sua concepção como podemos intensificar essas lutas, de forma que inclua também as mulheres do oriente?

    Atenciosamente
    Fabiane Medeiros Cabral

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    1. Olá, Fabiane, desde já agradeço a leitura do texto e a pergunta. Então, acredito que podemos intensificar essa luta indo de encontro ao que sempre foi pregado, para isso nós devemos conhecer a outra realidade, buscar conhecer, para não sermos simples repetidores de opiniões e esteriótipos sobre essas localidades. Em seguida, com o conhecimento de causa, falar sobre com as pessoas, desmitificar essas questões. Acredito que já será meio caminho andado, uma pessoa não julgar uma mulher que usa véu por exemplo, mas procurar entender o significado daquilo e o por quê para ela é importante, desta forma, penso eu, que já se inicia também um movimento de inclusão, pois mulheres que são apagadas estão sendo mostradas, outra coisa é buscar ajudar as que possam estar ao seu redor, vivemos num mundo e num momento de fluxo migratório muito grande, quem sabe você já até topou com uma mulher dessas localidades e nem percebeu.
      Espero ter ajudado. Abraços e nós por nós.
      Layane de Souza Santos

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  14. Olá, Layane Santos! O seu texto é magnífico no sentido que traduz a nós o que é sororidade pensando historicamente o coletivo feminino. Compreendendo a realidade de outras mulheres e nos contemplando com possibilidades de histórias protagonizadas por mulheres da Ázia e do Oriente, como a de Marjane e das cinco feministas. Assim, nos remeteu a dois silêncios na História, o das mulheres e, sobretudo o do Oriente que são tão carentes nos livros didáticos brasileiros. Diante da sua visão de uma resistência coletiva me fez questionar a percepção das mulheres no Ocidente sobre eles. Neste sentindo, eu gostaria de saber se em algum momento de sua pesquisa, nas revistas e bibliografias que leu, você teve referência de qual foi o impacto desses coletivos para as as próprias mulheres do ocidente? Específicando, se você observou relatos de como elas os percebem.

    Desde de já, agradeço

    Talita Almeida do Rosário. Graduanda de Licenciatura em Historia. UFPA-Ananindeua

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    1. Olá, Talita, quero agradecer pela leitura do texto e pelo comentário e pergunta. Então, nos exemplos que citei, o impacto mias perceptível é o da Malala, acredito que ela seja a mais conhecida de todas e como citado no texto, recentemente veio a cá e falou brilhantemente a respeito de emancipação feminina e educação. Foi de certa forma mais fácil de encontrar informações básicas sobre a história dela, a percepção que tive, foi muito do exemplo gigante que Malala representa e como ela pode mudar alguns pensamentos com a questão de "menos armas e mais livros"; quanto ao coletivo, pude observar, em especial por quê a Malala deseja trazer sua organização para o Brasil e fez a chamada para três brasileiras ajudarem no projeto.
      A Conferência Mundial de mulheres também é um capítulo importante deste coletivo e quando busquei sobre, vi que realmente foi pensada a um nível global e local, discutindo sobre o que está acontecendo ao redor do mundo e buscando modificar a localidade em que o evento aconteceu, logo percebo muito saudosismo inclusive, porém não esquecendo da luta pela igualdade.
      Espero ter ajudado.Abraços.
      Nós por nós.
      Layane de Souza Santos

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  15. Olá, Layane! Quero agradecer sua valiosa contribuição na reflexão sobre a temática. Sempre tive muito interesse nessa discussão. Em se tratando dos livros didáticos de História, o silenciamento ainda permanece, um ou outro vem com uma caixa de texto mencionando algum episódio sobre as mulheres, diga-se, mulheres ocidentais. Infelizmente quando se trata das mulheres orientais há um total apagamento nos conteúdos relativos à Ásia.
    Enfim, seu texto me fez repensar sobre esta questão e me motivou a levar os meus alunos a ouvir as vozes dessas mulheres tão plurais.

    Parabéns pelo texto, abraços!!

    Lidiana Emidio Justo da Costa

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    1. Lee, fico imensamente feliz que o meu texto tenha feito você a buscar esse movimento de mudança, é preciso falar sobre essa questões no ensino básico, o mundo é tão grande e tão diverso, isso encanta. São atitudes como essas que me faz acreditar que sim, temos esperança e educação é viés principal para isso.
      Obrigada por ter lido o meu texto e pelo comentário. Abraços, nós por nós.
      Layane de Souza Santos

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  16. Este comentário foi removido pelo autor.

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  17. Queria parabenizar pela esplanaçao. Minha pergunta se remete a questão dessa omissão de informaçoes sobre essas mulheres orientais, gostaria de saber se há um motivo para que ocorra isto?? E também queria saber, se nós aqui do ocidente, como poderíamos ajudar essas mulheres? E atualmente este cenário de desigualdade sexual vem se alterando com qual ritmo ?

    LUCAS DE LIMA FURINI

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    1. Olá, Lucas, obrigada por ter lido o meu texto e pela pergunta. Bem, existem algumas explicações possíveis para esse silenciamento, o primeiro, que as mulheres são excluídas até por aqui, se dá muito pela visão de sermos seres inferiores e que não merecíamos ser citadas ou mostradas, isso começou a mudar ainda no finzinho do século XVIII de foma tímida. Acredito que existam algumas formas, e buscar conhecer sobre, ter mais informações etc, é fundamental, justamente para não reproduzirmos os esteriótipos. Outra coisa, é propagar esse conhecimento, não reter informações e sempre que possível corrigir as errôneas;penso que ao fazermos isso já estaremos fazendo algo, muitas vezes nos calamos e deixamos noções deturpadas serem formadas. Outra coisa que podemos fazer é pesquisar sobre ong's, órgãos entre outras, que têm uma história de ativismo nessas localidades ou que nasceram por lá e vem se propagando, como a que foi citada no texto, que foi fundada pela Malala. Ainda podemos buscar mulheres dessas localidades próximas a nós e tentar ajudar de alguma forma, seja no contexto local ou não.
      Depende muito da localidade, mas vejo que a passos lentos, mesmo que esse ano, apesar de complicado por aqui, em quesito global as mulheres tiveram muitos ganhos, como a criminalização do estupro no oriente, a questão de poder dirigir, a descriminalização de pessoas homoafetivas na ìndia, p que inclui as mulheres lésbicas entre outros.
      Espero que tenha ajudado. Abraços.

      Layane de Souza Santos

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  18. Olá, Layane! Parabéns pelo texto! Minha pergunta é sobre a melhor maneira de trabalhar com essa problemática em sala de aula, teria filmes e documentários para recomendar?
    Grata,
    Mariana

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    Respostas
    1. Olá, Mariana. Acredito que a melhor maneira de trabalhar um assunto em sala é adequando ele a realidade do aluno. Pode parecer meio doido isso de adequar o aluno há uma realidade de outra localidade, mas podemos usar de instrumentos que os atraiam e exemplos claros em explicações, além de pesquisa e conhecimento sobre o assunto, parar comentar sobre com prioridade.
      Aqui estão dois links que contém, dicas de filmes e até livros que possam vir a ajudar você nesta questão. Segue os links 1 http://educacaointegral.org.br/reportagens/16-filmes-para-debater-os-direitos-das-mulheres/
      2 http://feminislam.blogspot.com/2016/02/filmes-que-toda-mulher-deveria-assistir.html

      Nestes links, têm uma seleção com filmes e documentários de diversas localidades e que mostram um horizonte diferente, inclusive por aqui, no Brasil. Então, pega a pipoca e aproveita.
      Um grande abraço e obrigada pela leitura do texto e pela pergunta. Nós por nós.

      Layane de Souza Santos

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  19. Olá Layane,

    Muito instigante o seu texto. Parabéns! Ele nos coloca em uma discussão que ainda parece pouco percebida, a luta de resistência das mulheres no mundo asiático. Esse é mais um tema que nos permite “re” descobrir o Oriente. O ecoar dessas experiências e lutas enquanto representações femininas do oriente no ocidente pode ajudar a esses movimentos crescerem no Oriente?

    Rivaldo Amador de Sousa

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