Fábio Júnio Mesquita

OS ORIENTAIS QUEREM DOMINAR NOSSAS JUVENTUDES: UMA ANÁLISE DA MÍDIA

Palavras iniciais
É perceptível que o Brasil foi um dos principais destinos mundiais de imigrantes asiáticos ao longo do século passado, principalmente imigrantes japoneses.  O bairro da Liberdade, em São Paulo, o interior de São Paulo, do Pará e do Paraná são exemplos de localidades que ainda residem um grande número de japoneses e seus descendentes. Entretanto, por mais que estejam presentes na vida cotidiana do país, sabe-se que pouco se publica sobre os asiáticos, mas por quê? Nesta etapa, o presente estudo se propõe a responder esta questão.

Neste sentido, faz-se necessário entender como se deu a relação entre Brasil e Ásia. Ronan Alves Pereira [2003] separa a história das relações asiático-brasileiras em três períodos ou fases. A primeira é mediada por Portugal, tendo tanto o Brasil quanto países do Oriente como colônias, as influências que viajavam pelas naus portuguesas e desembarcavam nas terras brasílicas são chamadas de “relações casuais e distantes”.

O segundo período, Pereira [2003, p. 107] chamará de “Interesse com suspeita”, se estendendo “desde a proclamação da independência brasileira até o final da II Guerra Mundial” tendo as relações mediadas com a Ásia, inicialmente, pela França e Grã-Bretanha, e, posteriormente, pelos Estados Unidos da América. Ainda neste período, destaca-se o “mito das três raças”, mais tarde associado ao “mito da democracia racial”, os asiáticos por não integrarem as “três raças” eram tratados como “povos menores”, vistos com suspeita e sendo alvos de estereótipos negativos.  O autor ainda ressalta que “esses povos eram temidos por causa da tese do ‘perigo amarelo’, bastante difundida na época [...]” [PEREIRA, 2003, p. 107-108].

Por fim, a terceira fase é o período da “descoberta recíproca”, a partir dos anos 50, países da Ásia (como Japão e China) têm estabelecido contratos e acordos com autoridades e indústrias brasileiras. Também é apontado que as relações entre Brasil e Ásia possibilitaram alguma repercussão entre os acadêmicos.

Entretanto, a academia não se dedicou muito ao assunto. Sabe-se que “os estudos asiáticos no Brasil se comparados com outros estudos étnico-culturais – por exemplo, os estudos europeus ou os afro-brasileiros -, mantiveram uma posição relativamente marginal e secundária na academia brasileira” [PEREIRA, 2003, p. 105]. Logo, a produção brasileira sobre a Ásia ainda e muito deficitária.

Ainda sim, no âmbito acadêmico, entre os anos 40 e 60, sociólogos e antropólogos brasileiros uniram esforços para investigar as comunidades imigrantes como objeto de estudo [PEREIRA, 2003]. Outras áreas também se dedicam aos estudos da Ásia, mas, em grande maioria, “o campo das Ciências Humanas – com exceção notável das Relações Internacionais – tem se revelado continuamente como um espaço de embates, derivados do preconceito arraigado contra o estudo de qualquer coisa ‘Não-Ocidental’” [BUENO, 2017, p. 05]. Visto que por tradições e ideologia massivamente européias, os estudos com foco na Europa, Estados Unidos e países latinos tem tido maior espaço nas academias.

Ao admitir os poucos estudos que existem como uma totalidade, outros pontos se levantam. O primeiro é o uso do termo “oriente/orientais”, que é utilizado de forma vaga, “[...] o que tem merecido críticas justas – mas que se adéqua ao nosso pobre quadro de estudos ‘orientais’” [BUENO, 2017, p. 05]. É de tal forma tão vaga e pobre, que “[...] o próprio termo ‘Oriente’ designa qualquer coisa situada geograficamente de Israel até o Japão” [BUENO, 2017, p. 08]. Logo, a ausência de conceitos e palavras que melhora definam já demonstram de igual modo a falta de investigações sobre o assunto. Em segundo lugar, “há uma gradação ideológica para sua abordagem: de início, são desnecessárias; depois, passam a ser misteriosas e intrigantes; por fim, o aprofundamento as torna uma excentricidade” [BUENO, 2017, p. 09], posicionamentos que dificultam e distanciam os leitores dos estudos asiáticos e/ou orientais. Por fim, a grande maioria de pesquisas voltadas para o Japão e cultura japonesa, tanto em solo nipônico, quanto em terras brasileiras.

Neste entendimento este trabalho se justifica e aponta em qual sentido seguirá: pretende-se com este texto contribuir para as reflexões e continuidade dos estudos asiáticos no Brasil; Como apontado anteriormente, nas Ciências Humanas e Sociais este tema ainda tem sido pouco explorado, mas é abordado em distintas áreas, como Sociologia, Antropologia, Relações Internacionais e História; Trata-se de um estudo que tem como foco as relações entre as culturas juvenis brasileira e a cultura pop coreana;   Portanto, não se pretende investigar o conhecimento tradicional ou as culturas milenares, mas um estudo contemporâneo, que como identificou Bueno [2017] tem sido mais recorrente no tocante as civilizações asiáticas. Para tanto, pretende-se uma análise a partir dos estudos culturais, que serão apresentados a seguir.

Breves notas sobre os estudos culturais
Versando sobre os estudos asiáticos, mas pretendendo o fazer por uma outra ótica que não a historiográfica, como já abordado, este trabalho pretende investigar como um site de grande influência na cultura pop brasileira tratou o ritmo coreano K-pop, que agrada diversos jovens em todo o mundo. Neste entendimento, além do propósito de construir um conhecimento com relevância acadêmica e social, é que os Estudos Culturais, doravante EC, se revelam neste artigo.

A origem dos EC é associada a três textos, publicados nos anos finais da década de 50, cada texto atribuído a um autor distinto: “Richard Hoggart com The Uses of Literacy (1957), Raymond Williams com Culture and Society (1958) e E. P. Thompson com The Making of the English Working-class (1963)” [ESCOSTEGUY, 2010, p. 1]. Embora não seja citado como membro do trio fundador, a importante participação de Stuart Hall na formação dos EC britânicos é unanimemente reconhecida por diferentes pesquisadores.

No tocante aos textos, a autora ressalta que:

“O primeiro é em parte autobiográfico e em parte história cultural do meio do século XX. O segundo constrói um histórico do conceito de cultura, culminando com a idéia de que a ‘cultura comum ou ordinária’ pode ser vista como um modo de vida em condições de igualdade de existência com o mundo das Artes, Literatura e Música. E o terceiro reconstrói uma parte da história da sociedade inglesa de um ponto de vista particular - a história ‘dos de baixo’”. [ESCOSTEGUY, 2010, p. 1-2]

Nota-se claramente como as diferentes áreas do conhecimento se articulam através dos EC, algo similar ao que incorre nos estudos asiáticos. Além da autora Ana Carolina Escosteguy [2010, p. 3] que percebe estas preocupações nas “relações entre cultura, história e sociedade” por parte dos três autores que inauguram os EC; outros estudiosos também atribuem esse caráter transdisciplinar ao perceber que os EC se disseminaram por várias áreas do saber, como a História, a Sociologia, a Literatura, como é o caso de Dalmonte [2002] e Baptista [2009]. Assim, Baptista [2009] observa que desde o inicio, os EC se colocam menos como uma disciplina e posiciona-se mais como um “campo gravitacional” para diferentes intelectuais oriundos de distintas origens.

Cabe ressaltar, que embora não se utiliza-se a nomenclatura “Estudos Culturais”, a América Latina também se dedicava a esta abordagem, pesquisando-a “[...] sob designações mais genéricas como ‘Comunicação’, ‘História Intelectual’, ‘Análise do Discurso’ e ‘Estudos InterDisciplinares’” [BAPTISTA, 2009, p. 454]. Entretanto, o que se buscava e como se propunha pesquisar era muito parecido, permitindo assim maior aproximação entre esses pesquisadores.

A saber, estas aproximações e distanciamentos existiram não exclusivamente entre os estudiosos de Birmingham e os latinos, mas a priori, internamente. Todavia, após elegerem como objeto assuntos antes negligenciados pelas academias da época, alguns pontos os aproximavam:

“O que os une é uma abordagem que insiste em afirmar que através da análise da cultura de uma sociedade – as formas textuais e as práticas documentadas de uma cultura – é possível reconstituir o comportamento padronizado e as constelações de idéias compartilhadas pelos homens e mulheres que produzem e consomem os textos e as práticas culturais daquela sociedade. É uma perspectiva que enfatiza a “atividade humana”, a produção ativa da cultura, ao invés de seu consumo passivo” [STOREY, 1997, p. 46 apud ESCOSTEGUY, 2010, p. 3].

Este é o ponto relevante para este estudo. A medida em que os EC investigam as formas textuais e a cultura documentada, para analisar como ela é impressa no papel e como seu público a recebe. Para Escosteguy [2010, p. 7] a análise dos meios de comunicação “[...] foi denominada por Hall (1982) de ‘redescoberta da ideologia', sendo que uma das premissas básicas desta fase pressupunha que os efeitos dos meios de comunicação podiam ser deduzidos da análise textual das mensagens emitidas pelos próprios meios”. É nesta linha que pretende desenvolver este estudo, como o texto publicado pelo site a ser investigado corrobora para que seus leitores formem uma opinião acerca da Coréia.

Assim, a investigação em EC não procura “[...] propriamente a ‘verdade objetiva’, mas a compreensão do significado mais profundo dos discursos e das representações sociais e culturais” [BAPTISTA, 2009, p. 457]. Neste sentido, interessa-nos o não dito, porém escrito no texto. A reverberação do discurso, as palavras que foram escolhidas por quem o elabora, também significam muito.

Neste sentido, Baptista [2009] apontou com base em outros autores que a abordagem textual e os estudos de recepção são meios muito utilizados dentro dos EC. Assim dentro do texto pode ser encontrado ideologias e mitos se abordado numa perspectiva semiótica, por exemplo. Já no tocante aos estudos de recepção, “a investigação parte da consideração de que o sentido do texto é activado pelo leitor, audiência ou consumidor” [BAPTISTA, 2009, p. 458]. Logo, a partir do contexto em que se produz a informação e do público a quem se destina o conteúdo produzido é possível inferir ideias que corroborem para afirmar uma opinião defendida por aqueles que dominam os meios de informação.

Entender que os meios de comunicação podem influenciar na percepção de determinadas informações é necessário para a compreensão da próxima etapa do estudo. Portanto, “partindo do princípio de que as idéias hegemônicas estão presentes nos meios de comunicação de massa, busca na relação entre a mídia e o consumidor a maneira como se dá a recepção daquele discurso ideologicamente comprometido com o poder” [DALMONTE, 2002, p. 84]. É exatamente esta relação que busca-se investigar, por meio dos EC, como pode ser mais adiante, entretanto, antes façamos uma rápida parada para entender os usos da descrição semântico-argumentativa adotada neste estudo.

A Semântica argumentativa: quadro teórico e utilização
Foi adotado para análise do objeto de estudo deste trabalho, a semântica argumentativa sendo a Teoria da Argumentação na Língua (ANL), de Oswald Ducrote e colaboradores – em que o “[...] autor postula que é o discurso que porta sentido, ou seja, para explicar o sentido do discurso, devemos nos apoiar nos elementos linguísticos de que ele é constituído” [HÜBNER, 2016, p. 108]; e  a Teoria dos Blocos Semânticos (TBS), desenvolvida com Marion Carel, a fase atual dessa proposta [HÜBNER, 2016].

Hübner [2016, p. 115] também observa que “A ANL é uma teoria que tem como objetivo explicar o sentido construído pelo linguístico no emprego da língua e não descrevê-la”. Logo, a análise do objeto deste trabalho se dá a partir do discurso de quem escreve e das informações inferidas ao leitor.

Neste sentido, faz se “[...] necessário acrescentar que a ANL é também uma teoria enunciativa. Por esse motivo, a teoria prevê um locutor que produz um enunciado para um interlocutor” [HÜBNER, 2016, p. 117]. Assim, tanto o locutor como a enunciação serão analisadas: o locutor a partir da posição sujeito, buscando identificar quem fala – indagando qual o seu “lugar de fala”-, e a enunciação por onde e o que se fala. A partir destes itens, discutir como os coreanos foram apresentados aos leitores, com base no texto produzido e publicado no material investigado.

Aquilo que não foi dito, mas é entendido
Buscou-se recolher informações do locutor e do enunciado, nesta etapa. Assim, como não é intenção deste estudo propor nenhuma investida contra a pessoa que assina a matéria, será evitado mencionar o nome da mesma. Mas, cabe ressaltar, para fins de análise, dois registros importantes relacionados ao nome da pessoa em questão: primeiro, na busca pelo currículo Lattes foi possível constatar que a mesma iniciou a graduação em Relações Internacionais em 2008, a última certificação do currículo ocorreu em 2011, não sendo possível constatar se concluiu a graduação e outras formações foram iniciadas; Segundo, uma rede social de negócios com intuito de compreender as experiências profissionais acumuladas por esta pessoa foi acessada, o site indica que ela é pesquisadora em uma empresa de consultoria estratégica e de risco global, especializada em riscos políticos, de integridade e segurança. Esta identificação se faz necessária, para compreender que quem escreveu o texto possui alguma trajetória, alguma bagagem e, por diversos motivos atrelados a sua jornada social e acadêmico-profissional, sua escrita será afetada pela forma como interioriza o mundo.

Brevemente apresentado esta posição-sujeito, desdobra-se agora a Localização dos pontos de conflitos no texto. As primeiras palavras que chamaram a atenção, logo na primeira leitura, estão presentes em dois parágrafos e podem ser lidas em dois trechos:

a)“O estilo que hoje é dominado por bandas como Super Junior, BTS, Girls’ Generation, EXO e Big Bang, já existe há décadas, e não para de crescer e invadir a cultura ocidental: em 2017, o BTS marcou as notícias por ser o primeiro grupo de K-pop a entrar entre os dez primeiros álbuns mais vendidos na parada Top 200 da Billboard” [OMELETE, 2017, grifos originais].

b)“O governo do país também, se aproveita da moda da onda coreana, e utiliza fortemente os grupos de k-pop para divulgar a imagem do país, incentivar o turismo e se infiltrar no mercado internacional, com o ministério da cultura tendo um departamento exclusivo para o K-pop” [OMELETE, 2017].

Nos dois casos, os termos foram selecionados para a análise tanto pela composição da oração em que estão inseridos, com também por serem verbos no infinitivo: trata-se das palavras “invadir” e “infiltrar”.

Ainda sobre os pontos que chamaram atenção, estão presentes outros três períodos, a saber: O primeiro aponta que os grupos de K-pop são formados por jovens atraentes e vestidos com roupas da moda, o estilo musical é abrangente e hibrido com influências de diferentes estilos musicais que fazem sucesso entre os jovens, “Mas de modo geral, o estilo é marcado por algo muito único, semelhante aos boy bands ocidentais, só que mais descarado” [OMELETE, 2017]; Enquanto em outro momento, informa que os grupos incorporam o inglês em suas músicas, com o intuito de atingir o mercado ocidental, mas também cantam em mandarim para o mercado asiático, também se valem de estratégias de marketing, em sua maioria, de divulgação pelas redes sociais, as músicas são disponibilizadas em primeira mão aos fã-clubes oficiais, assim “independentemente do processo de seleção e do marketing bizarro envolvido, o sucesso do K-pop é inegável” [OMELETE, 2017].

Já a terceira, aponta que “a ferramenta é definitivamente um dos maiores mecanismos de soft power da Coréia do Sul” [OMELETE, 2017, grifos originais]. A matéria em questão acusa, por duas vezes, o K-pop de ser a maior arma ou um dos maiores mecanismos de “soft power” da Coreia. Ora, está estabelecido então que os coreanos possuem intenções, ainda que brandas ou suaves, de controle, dominação e poder sobre os ocidentais.

Esteja registrado que a dicotomia entre oriente/orientais e ocidente/ocidentais foi utilizada inicialmente no texto investigado, a manutenção deste binarismo aparecerá sempre que for necessário evocar esta clara divisão existente no objeto de análise. Registra-se também, que diante dos limites do texto não será abordado ou investigado os termos “descarado” e “bizarro”; o termo “soft power” de igual modo não será o foco das análises, mas registra-se a percepção dos usos de outros termos que colaboram com a linha investigativa adotada neste artigo.

Mesmo em uma leitura mais desatenta da matéria, aqui analisada, algumas palavras nos saltam aos olhos. Após uma rápida reflexão outras palavras podem ser recuperadas em excertos do texto para corroborarem com a afirmação, foi sob este olhar que a matéria foi escolhida e as palavras selecionadas. Assim retomemos aos dois trechos “A” e “B”.

No trecho A, aponta-se que o estilo musical “[...] não para de crescer e invadir a cultura ocidental [...]”, já no trecho B afirma-e que o governo coreano “[...] utiliza fortemente os grupos de k-pop para divulgar a imagem do país, incentivar o turismo e se infiltrar no mercado internacional [...]”. Assim é plausível dizer que no trecho A, claramente: 1- os orientais não são bem vindos e/ou aceitos na cultura pop oriental, pois precisam invadi-la; 2- A cultura oriental viola a cultura ocidental; e 3- seu crescimento e invasão representam um perigo ao ocidente. Já no trecho B, o mesmo ocorre, porém substitui-se a imagem do grupo musical pela do governo, de modo que as mesmas afirmações parecem possíveis.

É possível que o trabalho especializado em riscos políticos, de integridade e segurança de quem assina a matéria analisada, contribuiu para ver os coreanos desta forma. Ou ainda sua formação acadêmica não tenha conseguido ampliar esta percepção; isto sem considerar os círculos sociais que integra ou o país e região em que mora. Logo, o coreano é visto por esta ótica com desconfiança, tendo capacidade e oportunidade de invadir e infiltrar, como que em uma guerra intercontinental. Entendimento similar ao já apresentado na primeira parte deste trabalho.

De modo pouco satisfatório este texto retorna ao ponto em que começou: indicando os riscos da pouca pesquisa acadêmica e divulgação científica. Ora, sites especializados em cultura pop dão espaço para publicações que não contribuem com a desmistificação já sedimentada nos “ocidentais” sobre os “orientais”; o embate nas Relações Internacionais é necessário e precisa se expandir, visto que alguns graduados ainda saem com pouca receptividade ao novo. Isto sem mencionar, por falta de espaço, os riscos de estereotipação por parte dos leitores.

Assim, seguro afirmar a urgência de pesquisas e estudos sobre as culturas asiáticas, para que não sejam percebidos como inimigos, mesmo em assuntos em que nossa referência é em maior parte estrangeira, pois aceita-se a cultura pop norte-americana e não a coreana, será apenas coincidência?

Referências
Fábio Júnio Mesquita é Pedagogo pela FACISA-BH, Mestrando em Educação pela UEMG (Bolsista CAPES) na linha de pesquisa Culturas, Memórias e Linguagens em Processos Educativos.

BAPTISTA, Maria Manuel. Estudos Culturais: O quê e o como da investigação. Carnets. Coimbra, nº spécial, automne / hiver 2009, pp. 451-461. Disponível em: http://revistas.ua.pt/index.php/
Carnets/article/view/466/422. Acesso em: 18 ago. 2018.
BUENO, André. A dificuldade em falar sobre 'oriente' no Brasil. In: BUENO, André; ESTACHESKI, Dulceli; CREMA, Everton; NETO, José Maria [orgs.]. Mais Orientes. Rio de Janeiro/União da Vitória; Edições Sobre Ontens/LAPHIS, 2017. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/0B_CILKc4gFxzVEo2c09hSFMyUW8/view. Acesso em: 18 ago. 2018.
DALMONTE, Edson Fernando. Estudos culturais em comunicação: da tradição britânica à contribuição latino-americana. Idade Mídia. São Paulo, ano I, n. 2, nov/2002. Disponível em: https://www.infoamerica.org/documentos_pdf/dalmonte.pdf. Acesso em: 20 ago. 2018.
ESCOSTEGUY, Ana Carolina. Os estudos culturais. Cartografias – website de Estudos Culturais. 2010. Disponível em: http://www.pucrs.br/famecos/pos/cartografias/artigos/estudos_culturais_ana.pdf. Acesso em: 19 ago. 2018.
HÜBNER, Larissa Pontes. Contribuições da Semântica Argumentativa na compreensão de questões do Enem. Entretextos, Londrina, v. 16, n. 2, p. 107-125, jul./dez. 2016. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/entretextos/article/viewFile/22975/20764. Acesso em 26 ago. 2018.
OMELETE. K-Pop: O que é o fenômeno e por que ele não para de crescer. 2017.Disponível em: https://www.omelete.com.br/musica/k-pop-o-que-e-o-fenomeno-e-porque-ele-nao-para-de-crescer. Acesso em 18 ago. 2018.
PEREIRA, Ronan Alves. Estudos Asiáticos no Brasil. In.: Guimarães, Lytton L. (org.), Ásia, América Latina, Brasil: a construção de parcerias. Brasília, NEASIA/CEAM/UnB, 2003, p. 105-124.

30 comentários:

  1. Olá, Fabio,
    Primeiro parabenizo pela inciativa de escrever sobre o K-Pop, que está tão presente no cotidiano dos jovens. Minhas alunas, amam os grupos, tem pôster, camisetas, participam de fãs clube e acompanham seus ídolos coreanos nas redes sociais.
    Esta aproximação com o K-pop se dá em função dos processos de midiatização e globalização em que vivemos, que facilitam a divulgação de todos os tipos de manifestações culturais.
    Considerando qualquer objeto cultural (música, cinema, etc), como um espião de sua própria época e que fala sobre a cultura que o produziu. Na tua opinião quais os elementos da cultura oriental estão mais presentes no K-pop?
    Att, Vitória Duarte Wingert

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    1. Olá, Vitória Wingert. Como vai?

      Agradeço a disposição em ler e comentar meu texto. A presença da cultura é inegável em qualquer produção. Entretanto, os grupos de K-pop se aproximam das “boybands” ocidentais, tanto por estilo como por formação. Logo, o k-pop se atualiza junto às “culturas juvenis” já fidelizadas; se o interesse estiver em vestígios de uma cultura milenar ou algo similar, será necessário investir esforços sobre alguns grupos e suas letras, para tal compreensão.

      Neste estudo, busquei apontar como os “ocidentais” reagem aos coreanos, ao assistirem o sucesso que os mesmos fazem com um gênero e estilo que muito se aproxima daqueles lançados pelos americanos e ingleses. Percebendo que a mídia sugere que os orientais buscam uma tomada do poder, mas não reconhecem que este medo se dá por agora, os asiáticos também produzirem músicas que atraem publico em todo o mundo.

      Caso seja de seu interesse, gostaria de sugerir a leitura do trabalho de Fernando Augusto Bocchi Silveira, com o titulo: “O K-POP É A VELA QUE ILUMINA O CAMINHO DO HIP-HOP COREANO?”, pode ser lido no link: http://simporiente2018extremo.blogspot.com/p/o-k-pop-e-vela-que-ilumina-o-caminho-do.html. Posteriormente, talvez ele possa até ser indicado às suas alunas.

      Cordialmente,
      Fábio Júnio Mesquita.

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  2. Boa noite Fabio, excelente texto para explicar o K-Pop fenômeno um pouco mais recente mas que atingiu todo o Ocidente, minha pergunta tem haver, no que tange aos estudos orientais no Brasil, você acha que falta no Brasil uma falta de incentivo para com o ensino oriental nas universidades, pois por exemplo a minha universidade a UERJ, que tem como professor o André Bueno, que você utiliza no seu texto, não tem um estudo oriental muito bom, principalmente do Japão, tendo que ir ao andar de Letras para aprender história japonesa, você acha que falta mas divulgação do ensino e se sim, se poderíamos utilizar seja os animes, K-pop e etc, para tentar trazer um novo público para trazer um novo olhar para a academia?
    Leonardo Irene Pereira Guarino

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    1. Olá, Leonardo Guarino. Tudo bem?

      Agradeço por se dispor a ler e comentar meu texto. Sobre suas perguntas, posso, de forma sucinta, responder com um “sim” para as duas. Tanto acredito que exista pouca divulgação dos estudos asiáticos, como também creio que a cultura pop possa ser empregada para trazer novas pessoas e olhares para a academia. Mas não creio que isso se dê em apenas algumas instituições ou por apenas alguns professores; existem disputas de poder maiores por trás disto.

      A começar pela disputa com os estudos eurocêntricos e americanos, ainda chamamos os asiáticos de orientais, afirmando assim que existe um ponto de referência que separa o globo em ocidente e oriente, como apontou o professor André Bueno no texto que cito acima, “[...] o próprio termo ‘Oriente’ designa qualquer coisa situada geograficamente de Israel até o Japão” (BUENO, 2017, p. 08). Por outro lado, este Simpósio Eletrônico, em seu segundo ano traz o espaço para a divulgação de pesquisas e práticas de ensino que promovem estas e outras reflexões. Portanto, falta sim mais espaços e mais discussões, já que em parte conhecemos os “orientais” por meio dos europeus, estes espaços são necessários para a circulação de novos conhecimentos, para tanto é podemos nos valer de todos estes objetos culturais.

      Cordialmente,
      Fábio Júnio Mesquita.

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  3. Ótimo texto, Parabéns. O K-Pop vem tendo um grande alcance internacional que vem conquistando diversas pessoas e em especial os jovens. Esse fenômeno cultural que se transformou em um ativo econômico importante, O YouTube e as redes sociais são seu principal veículo promocional,e foram desde então o veículo de expansão da cultura sul-coreana. Visto que há uma grande dificuldade de difusão da cultura asiática, nas universidades e até mesmo nas escolas. Como você percebe isso? E o que fazer pra reverter esse quadro de um certo "desinteresse", na comunidade acadêmica sobre a cultura oriental?
    Thaís Carolline Alves da Silva

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    1. Oi, Thaís. Tudo bem contigo?

      Agradeço por ler e comentar meu texto. De fato, os estudos orientais têm lutado e conquistado seu espaço nas academias, mas trata-se de uma relação de força/poder com muitos entraves, como acabo de comentar com o Leonardo Guarino, no “post” acima.

      Um dos passos para este desinteresse não persistir na academia está sendo realizado, graças a este Simpósio, por nós. Todos estes diferentes interesses que orbitam a cultura oriental, tanto os trabalhos quanto os leitores estão produzindo (e consolidando) este espaço na academia. Logo, ele já está acontecendo e você faz parte deste processo.

      Cordialmente,
      Fábio Júnio Mesquita.

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  4. Olá, gostaria de dizer que gostei muito de seu artigo, dentro desse viés sobre essa nova "febre" que o K- Pop, onde muitos adolescentes tem talvez o primeiro contato com a cultura oriental ou não, talvez pelos os animes. Dentro dessa perspectiva, podemos dizer que essas bandas possam despertar um interesse a mais sobre a cultura oriental, como podemos auxiliar essas bandas dentro de sala para possibilitar um melhor entendimento sobre o conteúdo ministrado sobre a cultura oriental?


    Marilise Fernanda Neves Pinheiro Lisboa

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    1. Oi, Marilise Lisboa. Como vai?

      Inicialmente, agradeço por ler e comentar meu texto. Também acredito que muitos jovens tenham este primeiro contato com a cultura oriental pelos animes. Tanto é, que foram os animes em meados dos anos 2000 que começavam a catapultar o K-pop para o sucesso. Foi este o caso do anime InuYasha, com a música Every Heart, da sul-coreana Kwon Bo-ah, ou apenas BoA, com carreira na Coreia, Japão e EUA, e sucesso por todo o mundo.

      Aproveito para parabenizar o interesse em ministrar conteúdos sobre a cultura oriental, e também sua preocupação com os alunos. Sobre como utilizar, creio que uma forma seja que este acesso ocorra por meio de uma inversão cronológica, de forma que o presente atinja o passado e o presente, como ensina o historiador francês Michel de Certeau (1982). Sugiro que consulte o trabalho apresentado no 1º simpósio, por Ary Albuquerque Cavalcanti Junior e Ítalo Nelli Borges, intitulado “REFLEXÕES E REPRESENTAÇÕES DA ÁSIA E SUA (NÃO) UTILIZAÇÃO EM ESPAÇO ESCOLAR”, eles tratam das possibilidades de utilização em sala de aula, voltadas para a China e o Japão. Mas acredito que pode ajudar a ter boas ideias de como e quando empregar o K-pop, tanto para o Japão quanto para a Coreia.

      Espero ter ajudado. Finalizo parabenizando-a novamente pela proposta.

      Cordialmente,
      Fábio Júnio Mesquita.

      CAVALCANTI JUNIOR, Ary Albuquerque; BORGES, Ítalo Nelli. Reflexões e representações da Ásia e sua (não) utilização em espaço escolar. In: BUENO, André; ESTACHESKI, Dulceli; CREMA, Everton; NETO, José Maria [orgs.]. Mais Orientes. Rio de Janeiro/União da Vitória; Edições Sobre Ontens/LAPHIS, 2017. Disponível em: http://simporiente2017comunics.blogspot.com/p/reflexoes-e-representacoes-da-asia-e.html. Acesso em: 05 out. 2018.

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  5. Bem legal seu texto. Por que você acha que a cultura oriental faz tanto sucesso no Brasil e por sua vez a história desses povos não serem conhecidos? Marlon Barcelos Ferreira

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    1. Olá, Marlon Ferreira. Como está?

      Inicialmente, agradeço a disposição em ler e comentar meu texto. Confesso que não saberia precisar os motivos do sucesso da cultura oriental no Brasil. Suponho que os Estados Unidos tenham exercido alguma influência nas preferências das juventudes, sobretudo na questão midiática: cinema, revistas, músicas...

      Penso que esta oferta desenvolveu novos consumidores. Estes, por sua vez, além de exigentes buscavam variedades. Antenados a isto, o mercado passou a oferecer animes, mangás, cd’s, dvd’s e muitos outros produtos até então desconhecido. O “hallyu” (onda coreana) foi notado entre o fim dos anos noventa e inicio dos anos 2000, desde então a popularidade tem crescido mundo afora.

      Sobre a história deles serem desconhecida por muitos, nos remete a Walter Benjamin, pois a história só se lembra dos vencedores, não há espaço para os vencidos. Neste caso, a Europa e América do Norte venceram, o sul (para Boaventura de Sousa Santos) e o Oriente perderam esta batalha, caberá a nós e aos que virão depois buscarmos formas de reivindicar estes espaços. Ainda sobre este assunto, estive comentado relacionado a ela, há pouco, com Leonardo Guarino e Thaís Carolline, poucos comentários acima; se lhe interessar dá uma passadinha por lá.

      Cordialmente,
      Fábio Júnio Mesquita.

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  6. Professor Fabio e demais colegas , Boa Noite.
    De um tempo pra cá e mais precisamente depois da explosão da Internet, houve um aumento até de certa forma grande pela busca da Cultura Pop.
    Sempre houve uma busca por Cultura Pop sim mas na última década se acentuou essa busca e principalmente pelos produtos orientais como mangás japoneses e o K-Pop.
    No seu entendimento e no contexto do País Brasil que abarca quase tudo o que vem de fora, podeira escrever uma nova cultura sobrepondo nossa já existente, já que nossos jovens serão o futuro?
    Valmir da Silva Lima

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    1. Oi, Valmir Lima. Tudo bem com você?

      Quero primeiro agradecê-lo por sua disposição em ler e comentar meu texto. Quanto a sua pergunta, ouso dizer que se tudo der certo, sim! E isso é muito bom, no que tange às questões de internacionalização e globalização dos povos. Para os nacionalistas, penso que exista um problema neste ponto, mas não se deve aos coreanos ou não. E sim, a oposição ao de “dentro” (o nacional) e ao de “fora” (o internacional), que deveria existir mesmo nas relações entre países conservadores/capitalistas e não apenas aos partidos com inspirações socialistas.

      Porém, suponhamos que não se trate de uma relação entre nacionalistas e internacionalistas, ou como está em voga no momento: Direita e Esquerda. Para isso, pensemos que a questão seja apenas como outras culturas transformarão as tradições e culturas locais: digo que a cultura é dinâmica e por vezes híbrida, está em constantes movimentos, ela muda, altera, adapta, readequa... Essa frequência de mutações permite que a cultura vá sendo transmitida e recriada. Os jovens de hoje deixarão um legado aos que virão, mas eles também farão novas escolhas, e assim sucessivamente. Logo, serão escritas novas culturas, mas não sobrepostas hierarquicamente umas as outras e sim imbricadas: não existe (e espera-se que não exista) um meio de validar culturas. De forma que as que serão criadas passarão a ser tão legítimas, como qualquer outra que existirá, exista ou existiu.

      Cordialmente,
      Fábio Júnio Mesquita.

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    2. Professor Fabio obrigado pelas respostas! tudo bem sim!
      Entendi que a sua compreensão de que é bom o acesso a essa culturas para que novas culturas sejam criadas através dos jovens que estão vindo e assim sucessivamente.

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    3. Exatamente isso, Valmir. Continuo a disposição.

      Abraço.

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  7. Bom dia, Fábio e colegas. O que percebo nesta crescente mídia de grupos musicais, aqui apresentado pelo K-Pop mas ainda em outros meios como filmes e quadrinhos, é somente a divulgação de um meio de lazer e diversão. Não vejo os educadores aproveitando destas mídias como meio de diversificar os estudos dos alunos. Sem contar que nosso sistema educacional engessa o trabalho dos professores, e os poucos profissionais que se interessam em formas mais lúdicas de ensino ficam prejudicados pela falta de estrutura,incentivo e materiais de pesquisas.

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    1. Oi, Juliana Havrechak. Tudo bem contigo?

      Agradeço por ler e comentar meu texto. Percebi que estas questões foram colocadas neste espaço com bastante força, me refiro a esta relação professor-aluno e ensino-aprendizagem. Creio que iremos colher bons frutos dessas reflexões. Obrigado por contribuir.

      Cordialmente,

      Fábio Júnio Mesquita.

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  8. Boa tarde, professor Fábio primeiramente parabenizo pelo trabalho que nos faz refletir a importância de também conhecer de modo cultural e social os povos asiáticos, uma vez que a influencia do K-pop influencia diversos Jovens Brasileiro. Na sua concepção é possível busca maneira didática de incluir tal temática no cotidiano escolar, a fim de que ocorra de forma transversal esse conhecimento?

    Atenciosamente
    Fabiane Medeiros Cabral

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    1. Oi, Fabiane Cabral. Tudo bem contigo?

      Primeiramente, quero agradecê-la por se dispor a ler e comentar meu texto: Muito obrigado! Fico feliz em ver que a preocupação com a educação tem sido grande entre os que se dispuseram a ler e comentar este trabalho.

      Para a sua indagação, minha resposta é positiva. Existem sim estas formas de incluir estas e outras temáticas no cotidiano escolar. Se me permite, indico os trabalhos de Débora Dorneles Uchaski: animes para o ensino sobre história do Japão; O trabalho de Maria Carolina Silva Martins Pereira e Pedro Antonio de Brito Neto: “a representação da Segunda Guerra Púnica no mangá “Heureka”, de Hitoshi Iwaaki”; E o de Wallysson Klebson de Medeiros Silva e Camila Teixeira de Carvalho Dias, “OS MANGÁS COMO METODOLOGIA LÚDICA NO ENSINO-APRENDIZAGEM”, leia ele aqui: .

      Outras possibilidades são trabalhos como os de Angélica da Cruz Bernardo e Lúcio Reis Filho, publicado em 2017, (http://simporiente2017comunics.blogspot.com/p/influencia-cultural-japonesa-na.html) e o de Bruno Refundini de Oliveira e Vanda Fortuna Serafim, (http://simporiente2018extremo.blogspot.com/p/crencas-orientais-uma-analise-sobre.html) de modo que a partir de animes, no caso dos trabalhos foi o “DEATH NOTE”, conteúdos possam ser trabalhados em conjunto com o anime ou mangá. Existe-se a possibilidade de utilizar vários outros títulos e formatos: Cinema e Redes sociais, por Maicon Roberto Poli de Aguiar, disponível neste link: ; já Luciana Lamblet Pereira, trabalhou com a “HQ COMO RECURSO DIDÁTICO NA DESCONSTRUÇÃO DE ESTERIÓTIPOS ORIENTALISTAS”, se lhe interessar acesse: . Por fim, o trabalho de Renan Lourenço da Fonseca, que em 2017 publicou na primeira edição deste simpósio baseado em sua experiência com o título: “intervenção do PIBID de História: o Japão na sala de aula”.

      Espero que estas referências possam auxiliá-la nesta empreitada, gostaria também que este trabalho do Renan Fonseca, a inspira-se a promover a atividade em sala de aula e compartilhá-lo conosco aqui, nas próximas edições. Ainda sobre isto, tive a oportunidade de comentar algo parecido com a Marilise Lisboa (o 4º comentário feito nesta página), caso se interesse dê uma passadinha por lá, lugar bom para trocarmos figurinhas! Desejo-lhe sucesso, dê notícias.

      P.s.: algumas referências/links foram inseridas no corpo do texto, devido o limite de caracteres para o comentário. Desculpe-me se pareceu confuso.


      Cordialmente,
      Fábio Júnio Mesquita.


      FONSECA, Renan Lourenço da. Intervenção do PIBID de História: o Japão na sala de aula. In: BUENO, André; ESTACHESKI, Dulceli; CREMA, Everton; NETO, José Maria [orgs.]. Mais Orientes. Rio de Janeiro/União da Vitória; Edições Sobre Ontens/LAPHIS, 2017. Disponível em: http://simporiente2017comunics.blogspot.com/p/intervencao-do-pibid-de-historia-o.html. Acesso em: 05 out. 2018.

      PEREIRA, Maria Carolina Silva Martins; BRITO NETO, Pedro Antonio de. O ocidente pelo oriente: a representação da Segunda Guerra Púnica no mangá “Heureka”, de Hitoshi Iwaaki. In: BUENO, André; ESTACHESKI, Dulceli; CREMA, Everton; NETO, José Maria [orgs.]. Mais Orientes. Rio de Janeiro/União da Vitória; Edições Sobre Ontens/LAPHIS, 2017. Disponível em: http://simporiente2017comunics.blogspot.com/p/o-ocidente-pelo-oriente-representacao.html. Acesso em: 05 out. 2018.

      UCHASK, Débora Dorneles. História e animes: a utilização de animes para o ensino sobre história do Japão. In: BUENO, André; ESTACHESKI, Dulceli; CREMA, Everton; NETO, José Maria [orgs.]. Mais Orientes. Rio de Janeiro/União da Vitória; Edições Sobre Ontens/LAPHIS, 2017. Disponível em: http://simporiente2017comunics.blogspot.com/p/historia-e-animes-utilizacao-de-animes.html. Acesso em: 05 out. 2018.

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  9. SEU TRABALHO FOI MAIS UM DEGRAUZINHO NO CRESCIMENTO ACADEMICO SOBRE ESSA VERTENTE MUITO POUCO EXPLORADA. Desde já agradeço pelo seu desempenho.A respeito do conteúdo, é super reflexivo sobre o que a midia impõe sobre os nossos jovens, principalmente, daqueles que apreciam a cultura asiatica. Com a onda do kpop, trouxe uma certa esteriotização acerca da comunidade asiatica,Qual seu ponto de vista a respeito dessa esteriotização midiatica onde muitos asiáticos e seus dessedentes, muitas das vezes se sentem incomodados, pelos padrões impostos por essa sociedade para os jovens?
    Hirma de Lucena Oliveira

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    1. Olá, Hirma Oliveira. Como vai?

      Agradeço a disposição em ler e comentar meu texto. Acredito que as mídias oferecem aquilo que a sociedade pede para se alimentar, passei a enxergar dessa forma após assistir a uma palestra da professora Paula Sibilia. Logo, estes estereótipos podem ganhar ou não espaço midiático conforme o publico reaja a ele, visto que a mídia comercial depende da fidelização de clientes para se manter operante no mercado. Por exemplo, neste momento a Coreia do Norte é um dos paises a ser olhado pela mídia brasileira, pois existe uma polarização entre capitalistas e comunistas, com claro enfoque sobre os EUA e China. Assim, reafirmo que esta estereotipação é extensão de como parte dos brasileiros enxergam os asiáticos: exóticos, místicos, milenares, etc. Mas quase sempre como o distante, o diferente... Já os europeus e norte-americanos são tratados com maior intimidade.

      Cordialmente,
      Fábio Júnio Mesquita.

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  11. Muito interesse. Li uma notícia recente sobre o aumento do turismo na Coreia devido ao kpop e ainda uma análise em relação ao público sendo o Brasil um dos maiores consumidores e o principal na America Latina. Os filmes e series coreanos estão ganhando também mais notoriedade, muitos inclusive graças a netflix que faz a tradução.
    Diante desse maior interesse das pessoas no entretenimento coreano assim como os mangás e animes do Japão e com a facilidade de acesso a eles é possível realmente que exista um maior interesse em pesquisar ou ainda de ensinar sobre a cultura asiática na escola e nas faculdades?
    Ketlin Rodrigues

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    1. Oi, Ketlin Rodrigues. Tudo bem?

      Quero primeiramente lhe agradecer por sua disposição em ler e comentar meu texto. Sobre sua pergunta, fico muito feliz em poder lhe dizer que esta possibilidade é real, sim!

      Veja, a existência deste simpósio e a quantidade de trabalhos apresentados já sinalizam o maior interesse em pesquisar o oriente. Meus comentários, mais acima, com Marilise Lisboa e Fabiane Cabral são sobre o interesse delas em ensinar sobre a cultura asiática nas escolas e as possibilidades de empregar suportes da cultura pop. Com Leonardo Guarino e Thaís Carolline, tive a oportunidade de falar sobre estes estudos na academia. Busquei ainda referenciar tudo isto com trabalhos do 1º e 2º Simpósio Eletrônico de História Oriental. Embora o recorte que eu tenha para mostrar seja pequeno, creio que já seja o necessário para evidenciar que existe um processo em curso, que em algum momento se tornará maior caso existam novas forças para ajudar a resistir.

      Cordialmente,
      Fábio Júnio Mesquita.

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  12. Olá Fábio, excelente texto!
    Diante do elevado consumo de mídias orientais, como filmes, animes, magás e outros no Brasil, gostaria de saber se na sua concepção é razoável utilizarmos dessa mídias para discutir a cultura oriental em sala de aula, se sim, quais cuidados são recomendados para a utilização dessas fontes?
    Waldiney da Silva Marinho

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    2. Olá, Waldiney Marinho. Como está?

      Agradeço por se dispor a ler e comentar meu texto. Sim, como também comentei com a Marilise Lisboa e Fabiane Cabral, nos comentários acima, é possível utilizar estes recursos em sala de aula. Aproveito também para chamar a atenção ao comentário da Juliana Havrechak, que observou que professores fazem uso destes recursos apenas como entretenimento e não os vê sendo utilizado como aliado ao ensino de história oriental: penso que este seja um cuidado a ser tomado.

      Os jovens que se interessam por animes, mangás, K-pop, já acessam estes conteúdos fora da escola. Logo, cabe ao professor trazer estes recursos com outra perspectiva, como objeto de estudo para investigar e identificar aspectos que se relacionam com o conteúdo estudado. Deve-se também tomar cuidados para não reforçar nem manter estereótipos, o trabalho que está sendo apresentado por Luciana Lamblet Pereira, enxerga a “HQ COMO RECURSO DIDÁTICO NA DESCONSTRUÇÃO DE ESTERIÓTIPOS ORIENTALISTAS”, se lhe interessar acesse: .

      Penso que estas sejam as recomendações gerais a serem feitas, para cada caso e recurso escolhidos, poderão haver novas recomendações. Caso venha a desenvolver alguma atividade com seus alunos, seria interessante lê-lo nos próximos simpósios. Registre-os e relate sua experiência, ficaremos felizes em ver os resultados da sua atividade.

      Cordialmente,
      Fábio Júnio Mesquita.

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  13. Boa noite, parabens pelo excelente texto.
    A cultura pop de uma forma geral vem estreitando as fronteiras em diversas culturas, e como os colegas acima já citaram, especialmente o k-pop, que aproximou a nossa juventude dos costumes orientais.
    Minha pergunta é se você acredita que essa interação é algo de momento, algo "da moda", ou se realmente está havendo uma abertura para se conhecer melhor a cultura oriental em nosso país?
    Aline Leite Xavier de Castro

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    1. Oi, Aline Castro. Tudo bem contigo?

      Agradeço a sua disposição em ler e comentar meu texto. Acredito que ambos. Tanto existe esta interação pelo conteúdo estar em alta, está presente em culturas juvenis, como também está existindo uma abertura maior para se conhecer a cultura oriental. Se precisar estabelecer uma outra relação, acredito que os recursos precedem o interesse pela cultura (como o K-pop aparece em animes, é comum encontrar jovens que acreditam que ambos são japoneses), mas que se sustentam, permitindo que esta interação tenha tido longevidade, afinal já são mais de 18 anos no Brasil. Desta forma, se os jovens ainda não procuraram, por conta própria, conhecer a cultura asiática, estes recursos são maravilhosas oportunidades para os professores.

      Cordialmente,
      Fábio Júnio Mesquita.

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  14. Boa noite, Fábio!
    Você poderia elaborar um pouco mais o conceito de "perigo amarelo"? Teria recomendações de outros autores que trabalham com esse tema?
    Obrigada,
    Yara Fernanda Chimite

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    1. Oi, Yara Chimite. Tudo bem com você?

      Primeiramente, quero agradecê-la por se dispor a ler e comentar meu texto: Muitíssimo obrigado! O perigo amarelo se refere à desconfiança dos brasileiros, principalmente políticos, aos asiáticos, especialmente japoneses. O mito da democracia racial fez com que muitos acreditassem que o Brasil poderia se embranquecer, mesmo com a presença dos povos nativos e de africanos e seus descendentes. A presença dos amarelos fez com que duvidassem da possibilidade de embraquecimento da população, visto que aumentava a quantidade de etnias nas terras brasílicas. Conflitos com as potências aliadas também reforçaram a perseguição dos asiáticos no Brasil, neste sentido, recomendo que leia o trabalho de Menezes Neto e Corrêa (2017), no qual analisam as representações dos japoneses em um jornal paraense entre 1942 e 1945.

      Além das referências citadas no trabalho de ambos, caso ainda não tenha lido, sugiro o livro de Márcia Yumi Takeuchi, “O Perigo Amarelo: Imagens do mito, realidade do preconceito (1920-1945)”, tratando desde o japonês como o bom trabalhador, até ao perigo nacional; o livro contempla o período Getulista e a perseguição aos japoneses no Brasil.

      Espero ter ajudado.

      Cordialmente,
      Fábio Júnio Mesquita.

      MENEZES NETO, Geraldo Magella de; CORRÊA, Victor Lima. “povo sem honra, covardes, brutais e cruéis”: representações dos japoneses no jornal paraense ‘Folha Vespertina’ (1942-1945). In: BUENO, André; ESTACHESKI, Dulceli; CREMA, Everton; NETO, José Maria [orgs.]. Mais Orientes. Rio de Janeiro/União da Vitória; Edições Sobre Ontens/LAPHIS, 2017. Disponível em: . Acesso em: 05 out. 2018.

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