Vanessa Mayumi Matsuoka

VOZ FEMININA NA REVISTA SEITÔ DO FIM DA ERA MEIJI E NA ERA TAISHÔ, 1911-1916

Introdução
O presente artigo tem como objetivo apresentar uma síntese sobre o movimento feminista no Japão através da influência da revista Seitô (青鞜). Entre 1911 e 1916, a jornalista e crítica literária Hiratsuka Raichô foi principal criadora da revista, com auxílio do tradutor e também crítico Ikura Chôkô, e de mais quatro mulheres – Yasumochi Yoshiko, Mozume Kazuko, Kiuchi Teiko e Nakano Hatsuko – fundaram a Sociedade Japonesa de Bluestocking (社鞜社Seitō-sha). A revista intitulada “Seitô” conquistou várias adeptas no país, tornando-se algo além de apenas um periódico comum, mas engendrou um grande movimento pela libertação das mulheres no Japão no início do século XX (ISOTANI, 2016). A Seitô contrastava com a fragilidade do sistema educacional para as mulheres japonesas, já que a educação formal era algo ainda muito restrito.

Tomando como perspectiva os estudos de gêneros de bases teóricas Ocidentais – já que o acesso a trabalhos e referenciais teóricos do extremo Oriente não de difícil acesso – busco compreender o movimento feminista no Japão utilizando como ferramenta a importância da revista Seitô naquele contexto. A editora-chefe Raichô Hiratsuka (1886-1971) iniciou o movimento em crítica à política familiar vigente e para contestar o sistema educacional, que excluía as mulheres das possibilidades de obter uma formação intelectual, restrita unicamente aos homens.

A revista foi idealizada e publicada no final da Era Meiji (1868-1912) e vigorou durante a Era Taishô (1912-1926), períodos marcados por uma grande e rápida modernização industrial. A busca por uma aproximação entre o Oriente e o Ocidente, leva a algumas famílias japonesas, que possuíam condições financeiras, a enviarem seus filhos para a Europa e os Estados Unidos a fim de receberem uma educação intelectual aos moldes ocidentais.

A ideia de um movimento literário feminista no Japão no início do século XX contrasta enormemente com a imagem mística, exótica, tradicional e conservadora do Japão, que permanece quase intacta na mente de muitos ocidentais. A História se mantem firme em nos lembrar de que movimentos protagonizados por mulheres ou em prol das minorias não são novidades no mundo contemporâneo. Nosso objetivo, portanto, é apresentar o movimento protagonizado pelas mulheres japonesas em torno da revista Seitô e apresentar o seu contexto.

Ressaltamos que as edições da revista Seitô não foram traduzidas, sendo que o material que tivemos
acesso como fonte foram apenas fragmentos de seu conteúdo. A maioria dos estudos relacionados a revista em questão são oriundos da área de literatura comparada. Alguns historiadores citam a sua existência, mas não localizamos estudos especificamente históricos sobre o assunto. Portanto, esse trabalho se configura como notas de uma pesquisa em desenvolvimento que colocamos para o debate dos pares.

Historiografia e Estudo de Gênero
“A história é o que acontece, a sequência dos fatos, das mudanças, das revoluções, das cumulações que tecem o devir das sociedades. Mas é também o relato que se faz de tudo isso. Os ingleses distinguem story e history. As mulheres ficaram muito tempo fora desse relato, como se, destinadas á obscuridade de uma inenarrável reprodução, estivessem fora do tempo, ou pelo menos, fora do acontecimento. Confinadas no silencia de um mar abissal.” (PERROT, 2007, p. 16)

O livro de onde foi retirada a citação acima, 'Minha História das Mulheres', é de autoria de Michelle Perrot. Nasceu em um programa de rádio na França, chamado Radio France Culture, onde historiadora explicava de forma sintética e com linguagem simples os seus mais de 30 anos de pesquisa sobre a história das mulheres, tornando-se compreensível a todas e alcançando um público extraordinário. Perrot recebeu excelentes críticas e elogios com a publicação de seu livro.
A autora chama a atenção para o silêncio das fontes, pontuando que as mulheres são ensinadas a serem invisíveis e silenciadas, com poucos vestígios sobre suas ações no meio social, uma desvalorização por si mesma. O resultado é uma em certa deficiência nos estudos de gênero, que possuem como objetivo contemplar a mulheres e outras minorias, como participantes em variados campos das Ciências Humanas. A revista Seitô marca um paradigma interessante nesse sentido, pois representa uma fonte escrita e idealizada por mulheres japonesas no início do século XX, de certa forma rompendo com esse silêncio anunciado por Perrot. (PERROT, 2007).

A História das Mulheres possibilitou um viés na historiografia que possibilitou as mulheres serem enxergadas como sujeitos ativas de sua História. Porém, os estudos iniciais consideravam pouco a interseccionalidade entre as diversas opressões, como a relação entre gênero, raça e classe social. Nos anos de 1990 o gênero passa a ser considerado uma categoria de análise. Se tornando outro elemento para os estudos sobre as relações de poder, de hierarquização através das disparidades corpóreas (GONÇALVES, 2006).

Em nossa análise adotamos essa noção de gênero como categoria analítica dando ênfase a uma abordagem de caráter estritamente relacional das construções sociais do feminino e do masculino ao longo dos processos históricos. Partindo das perspectivas de Andréa Gonçalves, em seu livro História e Gênero, tentamos apresentar paralelos com um processo mundial onde as as mulheres estavam plenamente envolvidas nas lutas pelo sufrágio universal e inserção no trabalho e na educação, utilizando como principal ferramenta a literatura, o que é o caso em que analisamos na revista Seitô (GONÇALVES, 2006).

Mulheres no Japão no Início do Século XX
Mesmo o Japão não tendo passado por um processo de colonização europeia, pode se dizer que houve uma colonização intelectual. Temos três grandes exemplos da entrada e implementação da cultura e da intelectualidade ocidental/europeia no Japão: primeira,a restauração na Era Meiji onde o Japão se vê obrigado a abrir os portos japoneses e a se inserir em um mercado mundial de commodities; a segunda, na Primeira Guerra Mundial, onde os japoneses se aliam e lutam ao lado dos vitoriosos – com o mesmo interesse de expansão e colonização – porém, sai prejudicado na divisão dos lucros e acordos internacionais; e a terceira, a derrota na Segunda Guerra Mundial. De forma gradual e paulatina,a construção da identidade firmada até a Era Meiji vai se quebrando e abrindo espaço para a cultura, economia, política e a educação vinda do Ocidente.

O resultado final desse processo é analisado por Isotani. A autora afirma que houve uma mistura de valores e culturas do qual surge um novo padrão do “ser”. No caso da mulher japonesa é necessário, ter foco na compreensão dessa abertura sob perspectivas de longa duração (ISOTANI, 2016).

Segundo a entrevista com o sociólogo japonês Yoshimi Shunya, a influência eivada pela mídia (rádio, jornal, revistas), faz com que o Império Japonês no século XIX crie laços com impérios europeus, num primeiro momento com a Alemanha e, posteriormente, com Inglaterra, França e Estados Unidos.
A situação feminina foi afetada de forma simultânea com o sentimento nacionalista exacerbado no Japão. A Era Meiji desenvolvia o país em direção a modernidade e junto com essa modernidade as mulheres foram deixadas com papéis secundários, submissas aos modelos tradicionais. O movimento feminista no Japão surge em medida contra o sistema familiar baseada nos preceitos confucianos onde a mulher deve ser uma “boa esposa e uma sabia mãe” (MARTINEZ, 2016). A famosa ideia da “rainha do lar” bem difundida no mundo todo como forma de manter a mulher subjugada, mantida em sua posição de padrão ideal.

Para Confúcio a família era elemento central na sociedade. O Japão que possui a trindade religiosa regida por Confúcio, Xintô e o Buda, possui uma identidade muito forte construída entre esses três pilares. A própria abertura a educação feminina tem como resistência direta a filosofia confuciana, que preserva a hierarquia no meio familiar, defendendo que a mulher deveria ser educada apenas para manter seu papel de poder dentro do ambiente familiar (MACKIE, 1995).

Claramente o feminismo não se desenvolve apenas em crítica ao sistema familiar, mas também ao contexto da constituição japonesa de 1890, que distinguia os direitos entre homens e mulheres (MACKIE, 1995). Englobado nesses direitos estava à problemática do ensino avançado aberto para as mulheres. Dentro do matrimônio eram inexistentes os direitos políticos – com proibição por lei de mulheres nas esferas políticas (MACKIE, 1988). Não obstante, a constituição Meiji sujeitava o direito individual com o poder do imperador, demarcando um Estado Patriarcal, o “Kazoku-Kokka” Estado-Família (MARTÍNEZ, 2016).A constituição, considerava igual o homem e a mulher perante o poder do imperador, porém, a mulher era uma mãe que contribuía com a nação em educar futuros líderes, liderança essa reservada apenas aos homens.

Célia Sakurai, historiadora brasileira, discute sobre a vida privada dessa família, onde mulher é a rainha dentro de casa possui plenos poderes enquanto o homem no ambiente exterior é o rei. O homem trabalha e traz dinheiro para a mulher administrar, buscando em diálogos ter notícia sobre a formação dos filhos (SAKURAI, 2010). Porém o amor romântico do qual hoje as muitas japonesas desejam, preferindo deixar de ser casar sem amor, é uma concepção advinda do Ocidente. Unir essas duas concepções de amor romântico e do sistema familiar firmado era algo extremamente difícil na Era Meiji, pois era necessário ter recursos para ter acesso a tal literatura romântica ocidental, que vinha principalmente nos romances europeus. (ISOTANI, 2016).

A Revista Seitô (青鞜 Bluestocking)
No último ano da Era Meiji (1911) revista Seitô é lançada como um manifesto.Elas não inauguraram os questionamentos sobre a vida privada da mulher na sociedade japonesas, mas dava voz a essas mulheres. Com forte apelo a Amaterasu, divindade do Xintoísmo, a principal editora e ativista Hiratsuka Raichô com auxílio de Ikuta Chokô, criador do círculo literário “Keishûbungakukai”, buscam devolver a força da mulher japonesa (MARTÍNEZ, 2016).A revista faz parte de um movimento feminista pioneiro no Japão. Formada pela primeira geração de mulheres formadas pela Universidade Feminina do Japão, fundada em 1901.

A Seitô é traduzida com o nome Bluestocking devido à sociedade Bluestocking da Inglaterra. Em suma, era uma sociedade formada por mulheres lideradas por Elizabeth Montagu, Elizabeth Vesey , Hester Chapone e Elizabeth Carter, que buscavam no campo intelectual da literatura voz perante a sociedade, ainda no séc. XVIII o clube literário abriu as portas para membros do sexo masculino.
Raichô Hiratsuka se inspirou no movimento inglês. Na época, Hiratsuka era escritora, jornalista, ativista política e anarquista. Seu pai era um oficial de alto cargo no governo que pertencia a linhagem dos samurais, e sua mãe pertencia a uma família de doutores que vinham de uma tradição desde o período Tokugawa (MARTÍNEZ, 2016). Pioneira do movimento feminista, Hiratsuka se graduou na Universidade Japonesa para Mulheres. Frequentou contra a vontade do pai a “Joshi EigakiJuku” (Escola de inglês para as mulheres) (ISOTANI,2016). Com fortes influências ocidentais como a sueca, feminista e escritora Ellen Key e da anarquista Emma Goldman, Hiratsuka que fortalece os pequenos fragmentos de resistência feminina no Japão e funda a revista em setembro de 1911.

Além de interesses políticos Hiratsuka buscou compreender o “eu” através do “Budismo Zen”. Foi expulsa de sua família,passando a morar em um Templo em Kamakura, após um escândalo de sua própria tentativa de suicídio junto com o amante, o professor Sôhei Morita (1881-1949). A expulsão lhe proporciona uma liberdade, fazendo-a partir em um caminho de descobrindo do seu “eu” interior. Hiratsuka fica como editora chefe até 1915, quando é substituída por Itô Noe.

Itô Noe (1895 – 1923) distinguia em suas origens de Hiratsuka. Veio de uma família de trabalhadores de uma vila próxima a Fukuoka na ilha de Kyushu. Se mudou para a casa de um tio em Tóquio em 1909 para poder completar o ensino médio e a escola para meninas. Em 1911 a família arranjou um casamento contra sua vontade, dias depois do casamento ela fugiu para Tóquio. Teve um relacionamento duradouro com o antigo professor Tsuji Jun. Escreveu uma carta para seu primo relatando o acontecimento, culpando o código moral Japonês que causa a inabilidade das pessoas distinguirem entre elas mesmas e os outros. Itô entra na revista como tradutora de textos anarquistas de Emma Goldman e Ellen Key. Em 1915 Hiratsuka concede o controle da revista a Itô Noe. E uma definição de “nova mulher” vai adquirindo ênfase no indivíduo autônomo, e no individualismo do próprio caminho a ser seguido pelas mulheres no Japão. Noe passa a atacar principalmente o sistema de matrimônio do qual a mulher não possuía liberdade em escolher seu companheiro.
Em suma, podemos dizer que o principal objetivo inicial da revista foi analisar as perspectivas de gênero dentro desse Japão moderno e propor uma revolução espiritual da mulher japonesa (MARTÍNEZ, 2016). Mackie afirma que era um veículo que desencadeou diferentes tipos de ativismo feminista, porém faltava certa complexidade política. A Seitô tinha como objetivo ser um lugar de proteção social a essa mulher japonesa inserida na sociedade moderna; respondendo a questionamentos políticos, mesmo que não de forma ideologicamente complexa, através da expressão literária. A revista foi pioneira em trazer questionamentos sobre a sexualidade, o aborto, o anti-concepcional, o amor livre, sobre a castidade e, principalmente, o papel da mulher no sistema familiar japonês (MACKIE, 1995).

De acordo com o Kojiki – a primeira fonte escrita japonesa encontrada até o momento, finalizado em 712 d.C. – Amaterasu era a mais bela de todas a divindade da luz e da fertilidade sem ela os monstros e bestas andariam soltos no mundo e a humanidade não existiria. O arquipélago japonês era conhecido como a morada dos Deuses (o Xintóismo acredita que há milhares de deuses que são parte da natureza mesmo uma pedra pode ser um Deus elementos que se fazem presentes em desenhos e filmes exportados por eles ao Ocidente).Em apelo a figura da Amaterasu, Hiratsuka utiliza a história mais antiga do Japão, o poder sobre a terra de Amaterasu, para levantar questionamentos sobre o papel da mulher no Japão. Sem voz, considerada sem criatividade, submissa ao sistema familiar a mulher deixa de ser o sol para ter um papel secundário de lua (HORIMOTO, 1999). Na tradução feita, em inglês por Fukimo Horimoto apresenta o texto de abertura da primeira edição da revista:

“No começo, a mulher era o sol. Ela era uma pessoa autêntica. Hoje ela é a lua. Ela vive pelos outros, brilha com a luz dos outros; ela é a lua com o rosto pálido de um inválido. Hoje nasceu o Seitô, que foi criado pelos cérebros e mãos das mulheres japonesas contemporâneas. O que as mulheres fazem hoje apenas incorre no riso do desprezo [...] Nós devemos restaurar nosso sol oculto. "Recupere nosso sol oculto e nosso potencial genial". Este é o nosso grito incessante em direção ao nosso desejo interior insuperável e inefável, e o único instinto final que abraça toda a personalidade [...] ” (HORIMOTO, 1999, p.1)

E para a surpresa das autoras o manifesto toma proporções maiores que o esperado. Se tornando um manifesto em favor aos direitos das mulheres.O manifesto tinha como intuito criticar o sistema familiar, o casamento arranjado, a proibição na vida política por mulheres e a formação educacional feminina que ainda era precária. Porém, não foram só com vitorias que a inauguração da revista lidou. Houve um amplo movimento de hostilidade por parte dos homens, justificando que o conteúdo da revista não fazia parte de um conteúdo permitido a leitura para moças de “famílias tradicionais” (ISOTANI, 2016).

A ofensiva das revistas nacionalistas não demorou a aparecer, com discursos em prol a manter o papel das mulheres como esposas e mães de futuros soldados e cidadãos japoneses. Isso não chegou a intimidar as escritoras da revista, que continuaram a questionar sobre a sexualidade feminina e a castidade imposta até o momento do casamento. (MARTÍNEZ,2016)

Dois anos após o lançamento da revista Hiratsuka publica novamente na revista com o título “Para as mulheres do mundo”.Nessa artigo ela discute sobre as mulheres modernas que tomam autoconsciência da sua individualidade, compreendendo que virtudes femininas são construções sociais impostas por outros e não são de sua real natureza, sendo ensinamentos que mais servem como prisão do que a real vida a ser seguida (ISOTANI, 2016).

Com a dissolução da Seitô em 1916, todas as participantes passaram a criar outros diários, grupos sufragistas e continuaram a escrever da mesma forma que Hiratsuka e Noe, que continuaram a militar em outros meios.Em 1920, Hiratsuko funda o “Shin Fujin Kyokai” (Associação das Novas Mulheres) que tinha como objetivo principal o questionamento ao sufrágio e as decadentes condições de trabalho. Posterior a Segunda Guerra Mundial, Raichô continua com seu trabalho e funda em outubro de 1962 o “Shin Nihon Funjinno Kai” Associação das Mulheres do Novo Japão (ISOTANI, 2016)
 A nova associação de mulheres criada por Hiratsuka continua a lutar contra o artigo 5º da Constituição que proibia a participação da mulher nos movimentos sociais em conjunto com o partido do proletariado. A luta era pela “eliminação de todos os tipos de leis discriminatórias contra as mulheres, a abolição do sistema de chefes de família, a proibição de bordéis e um salário justo para ambos os sexos.”(MARTÍNEZ, 2016). A modificação do código em 1922 se torna uma pequena vitória, possibilitando a formação de associações com foco no sufrágio universal. Mackie explica que essa abertura para as mulheres se dá em um contexto de colonização, onde o Japão estendia seu domínio sob a Coréia (1910) e Taiwan (1895), permitindo que coreanos e taiwaneses moradores no Japão tivessem direito ao voto. Apenas na constituição de 1947 as mulheres por lei são consideradas cidadãs com direitos iguais aos dos homens, porém na prática muitas opressões permaneceram (MACKIE, 1997).

Conclusão
Em suma, a revista Seitô iniciou como um movimento literário encabeçado por mulheres que tinha como objetivo principal a emancipação educacional, as liberdades individuais e a contestação do sistema familiar vigente no início do século XX. Para a surpresa de suas idealizadoras a revista tornou-se um manifesto em prol de mudanças constitucionais em favor dos direitos das mulheres. O aparente silêncio das mulheres japonesas foi rompido com o lançamento da revista e ela tornou-se pioneira em um movimento feminista no Japão.

Referências 
Vanessa Mayumi Matsuoka é graduada em História pela UEM.

GONÇALVES, Andréa Lisly. História & Gênero. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
HORIMOTO, Fumiko. Pioneers of the women’s movement in Japan: Hiratuska Raichô and Fukuda Hideko seen through their journals, Seitô and Sekai Fujin. Dissertação de Mestrado. Toronto: University of Toronto, Department of East Asian Studies, 1999.
HUFFMAN, James L. Japan in World History. Oxford University Press. New York. 2010.
ISOTANI, Mina. A representação do feminino: a construção da mulher japonesa moderna. Tese de Doutorado apresentada na Universidade de São Paulo. Departamento de teoria literária e literatura comparada. 2016.
MACKIE, Vera. Feminism in Modern Japan Citizenship, Embodiment and Sexuality. Editor: Yoshio Sugimoto, La Trobe University, 1997.
MARTINEZ, Issac Olmedo. Facultat de Traducció i d'Interpretació Grau d'Estudis d'Àsia Oriental. Barcelona: Universitat Autónoma de Barcelona, 2016.
PERROT, Michelle. Minha História das Mulheres. Trad. Angêla M. S. Corrêa. São Paulo: Contexto, 2007.
SAKURAI, Célia. Os Japoneses. 2ª ed. São Paulo: Contexto, 2016.

9 comentários:

  1. Boa tarde, Vanessa!
    Achei bem interessante você ter usado a revista Meiji, como fonte histórica para compreender as mudanças socio-culturais das mulheres japonesas. Realmente, é muito difícil, para nós ocidentais, compreendermos as lutas e o cotidiano das mulheres ocidentais, principalmente por desconhecermos fontes de pesquisa Na sua opinião, a partir da revista pesquisada, o feminismo no Japão está mais arraigado do que no senário Brasileiro? Quais as principais bandeiras de luta das japonesas?
    Obrigada
    Vitória Duarte Wingert

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    1. Oi Vitória, sim a revista teve um impacto muito grande no final da Era Meiji. Até teve outra revista com a mesma intenção de promover o feminismo no período, mas não teve tanta visibilidade quanto a Seitô. São estudos muitos iniciais os que eu faço, mas o que eu consegui analisar até o momento é um feminismo mais liberal que acontece no Japão. Uma luta com foco em paridade salarial entre gênero, não que outras questões não sejam abordadas. O Japão entre os países desenvolvidos se encontra muito atrasado nesse ponto, o que tem sido alvo de preocupações do primeiro ministro. Agora em relação ao Brasil eu diria que existe uma força muito grande vinda dos movimentos feministas se comparado aos movimentos feministas japoneses em relação a uma problemática mais social voltada em combater o feminicidio e demais violências. Porém em questão governamental acredito que apenas do primeiro ministro se preocupar com a questão de paridade salarial e em aumentar mulheres em cargos superiores já está muitíssimo mais avançado que o Brasil. Espero ter conseguido responder sua pergunta e obrigada pela questão levantada.

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  2. Parabéns pelo texto e originalidade temática,Vanessa! A minha pergunta é: quais caminhos percorreu até chegar nesse tema? Já houve resistência e descrédito dentro da academia por você analisar o feminismo japonês? Pergunto porque estamos em um contexto fortemente conservador e pesquisar mulheres demarca também um compromisso, além de epistemológico, político. Grata.
    Jeane Carla Oliveira de Melo

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    1. Oi Jeane, obrigada! Então na verdade essa é uma pesquisa que eu iniciei totalmente solo e é algo que eu pretendo levar ao uma possível dissertação de mestrado. Me formei na UEM e estou cursando alguns créditos na Universidade. Porém me deparei com dificuldade aqui, em Maringá, em encontrar um@ orientador@ que dentro da História eu conseguisse trabalhar com essa temática. Então não sei te dizer até onde é bem visto pela academia. E até optei por esse caminho, inicialmente, para não herdar certos preconceitos ou aclamações de um@ orientador@. Meu caminho foi: Terminei a graduação com alguns problemas pessoais que me fizeram optar por pesquisar, exatamente isso, a voz feminina e seu poder. Eu já possuía interesse pela História japonesa e no começo dessa ano ouvi sobre algumas conquistas em relação a paridade salarial no Japão. O que juntou o útil ao agradável, a História japonesa e a força da mulher começando a ser reconhecida. É um país que possui um forte laço econômico e de desenvolvimento com o Brasil, além dos descendentes desse laço. Um dia eu li um artigo em um blog, não me recordo onde, e vi sobre a revista e logo me apaixonei e então sentei e comecei a buscar tudo sobre a revista e continuo apaixonada. Embora encontrar a revista é algo que esta sendo desafiador. E sim o cenário politico atual exige da academia a voltar seu olhar mais e mais para questões problemáticas ligadas as mulheres, a comunidade LGBT, aos negros, indígenas e outros movimentos de minorias. Acredito que é um ambiente de resistência muito poderoso. E compreender o feminismo as lutas e vitórias em outras regiões e países nos ajuda a compreender melhor a importância desses movimentos. Por isso sou otimista nessa área. Obrigada pela sua questão.

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  3. Olá Vanessa. Primeiramente gostaria de parabenizá-la pelo desenvolvimento de um trabalho tão rico. Visto que existem poucos estudos referente ao movimento feminista do Japão e principalmente, à respeito sobre a influência da revista Seitô.
    Minha dúvida envolve a atualidade. Como se encontram os movimentos feministas na atualidade japonesa? E qual o impacto do legado tanto de Raicho Hiratsuka e das demais participantes da revista, sobretudo, no universo acadêmico.

    Grata.
    Renata Sayuri Sato Nakamine

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  4. Olá Vanessa. Parabéns pelo trabalho, muito bem elaborado, visto as dificuldades em encontrar estudos e fontes traduzidas. Eu particularmente nunca havia tido contato com uma fonte sobre gênero no oriente.
    A minha pergunta é sobre o alcance que esta revista tinha no Japão? Em quais regiões ela foi impressa e se todas as mulheres tinham acesso a ela ou era restrita a uma classe, como a classe acadêmica...

    Obrigada
    Elizângela de Fátima Bortolin Gaioski

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